Assim como a Atlus, a NIS America se especializou em trazer para o ocidente algumas pérolas nipônicas, especialmente jogos de RPG e estratégia. "Last Rebellion" é o mais novo título em seu portfolio, que se apresenta como um RPG tipicamente japonês, com direito a batalhas por turnos, design de personagens em estilo mangá e uma história épica. Pena que as limitações e a pobreza da produção não o levem adiante.
O enredo do jogo parte de uma premissa interessante, sobre um mundo regido por duas divindades, uma que controla a morte e outra que controla a vida. Este último parece enlouquecer e passa a criar novos seres sem controle, o que abre caminho para a aparição de monstros terríveis. Para tentar controlar a situação, entram em cena os protagonistas Nine e Aisha; um é capaz de matar tais criaturas enquanto o outro tem o dom de manter suas almas seladas, o que os impede de ressuscitar.
O ponto de partida é intrigante, mas o desenrolar do roteiro é fraco. O jogo não abre espaço para grande construção de personagens, introdução de coadjuvantes ou mesmo caminhos ou missões alternativas. É basicamente uma aventura linear, ligeira e de poucas surpresas.
O sistema de combate também é bastante limitado, apesar de sua mecânica principal se basear em ataques por múltiplos pontos dos corpos dos inimigos. No início de seu turno, o jogador precisa escolher a ordem dos ataques de acordo com a quantidade de pontos de ação disponíveis. Com o passar dos turnos, é possível descobrir a ordem certa de pontos que mais dão dano aos oponentes e assim conquistar bônus importantes. Também relacionado a tais ataques ficam as magias e outras habilidades especiais, que servem mais como apoio e, exceto alguns rituais como os de cura, pouco alteram o rumo dos conflitos.
A apresentação de "Last Rebellion" é ainda mais limitada do que sua mecânica ou design. A história é apresentada através de painéis estáticos acompanhados de uma dublagem ruim em inglês. Os gráficos, com escassez de detalhes e texturas estouradas, são tão pobres que chegam a perder até de alguns jogos de Playstation 2. Para um jogo distribuído por download até seria compreensível, mas em Blu-ray parece um grande desperdício.
CONSIDERAÇÕES
"Last Rebellion" é um RPG japonês pobre e limitado que pouco faz para justificar seu lançamento. Embora a premissa seja interessante e o sistema de combate tenha lá seus momentos, a ação é extremamente linear e há uma falta de conteúdo gritante, seja na forma de novos personagens, missões e eventos. Mesmo entre os mais fanáticos pelo gênero, não deve causar comoção.