Atirar com pistolas de plástico apontando para a tela da televisão não é novidade. Já faziamos isso nos anos 1980 com o NES e sua Light Gun. Com a chegada do Wii, jogos deste tipo voltaram a aparecer com mais frequência nas prateleiras, nem sempre com bons resultados. Com a chegada do PlayStation Move, agora é a vez do PS3 enfrentar a proliferação de jogos medíocres do gênero, como é o caso de "The Shoot".
Apontar e atirarO jogo apresenta cinco cenários baseados em filmes e cada um deles com quatro cenas diferentes, que vão do Velho Oeste à matança de zumbis em uma casa abandonada. Seja atirando em um bando de mafiosos ou em morcegos, logo se constata que não existe variedade. O jogador vai repetir sempre as mesmas ações: atirar, recarregar, se esquivar e até matar os chefes com a mesma rotina. As poucas habilidades que estão à disposição são uma decepção, pois envolvem fazer movimentos tão amplos e tão estapafúrdios que geralmente acabam com a sincronia do Move - sem falar que isso obriga o jogador a ficar de pé durante a partida.
A história do jogo simplesmente não faz o menor sentido. O jogador é colocado no cenário de um filme e deve seguir as ordens do diretor maluco que fica gritando ordens ou elogiando a atuação. Por um instante pode até parecer divertido, mas depois de um tempo isso se torna tão irritante que é provável que o jogador desligue o som para encarar o resto de "The Shoot".
A preocupação em garantir que "The Shoot" fosse livre para jogadores de todas as idades rende uma bela contradição: enquanto os cenários são bem produzidos e com muitos elementos interativos, os 'alvos' são feitos de papelão, o que acaba destoando da concepção geral do jogo - afinal, quem assistiria a um filme no qual um cara maluco sai atirando em pedaços de papel?
A evolução do jogo que é um tanto arcaica e incômoda. O jogador é forçado a superar um padrão fixo de cenários. Acabar um cenário não é suficiente, pois para seguir adiante é necessário atingir uma meta de pontos. Caso não consiga atingir o objetivo, o jogador é forçado a reiniciar a fase e fazer todo o trajeto novamente. É um sistema frustrante, ainda mais para um jogo que se pressupõe casual. Esse tipo de evolução poderia ficar limitado ao modo Score Attack.
Se existe algo de bom em "The Shoot" é a precisão proporcionada pelo Move, que fica ainda melhor caso o jogador tenha o acessório Shooting Attachment, espécie de arma de plástico para acoplar o controle e conseguir uma pontaria mais firme.
CONSIDERAÇÕES
Mesmo dotado de uma mecânica simples e bem precisa, "The Shoot" é fraco e sem inspiração. Os gritos do diretor nos ouvidos do jogador são irritantes, os alvos feitos de papelão fogem da premissa do jogo e a forma de progressão acaba sendo um tiro no pé. Definitivamente, este não é um jogo que se possa recomendar para jogar com o PlayStation Move.