Gran Turismo

CLAUDIO PRANDONI
Da redação

Trailer oficial da E3 2009

Quando o PSP foi apresentado ao mundo em 2005, um dos títulos que figuravam como demonstração de seu poder gráfico - e provável título de lançamento - era uma versão portátil de "Gran Turismo 4".

Anos se passaram, o PSP viu o Nintendo DS se distanciar na liderança do segmento de videogames portáteis e o título continuava em desenvolvimento, com poucas aparições em eventos como a E3 e a Tokyo Game Show ou mesmo novas informações divulgadas.

A reformulação total veio na E3 deste ano, em que o game apareceu com novo título - apenas "Gran Turismo" - e como carro chefe da primeira leva de produções para o estreante PSP go, cujos jogos são obtidos unicamente via download. Ainda assim, "Gran Turismo" também está disponível no formato tradicional em disco UMD.

Experiência limitada

De acordo com o produtor da franquia, Kazunori Yamauchi, a mudança de nome para apenas "Gran Turismo" visa a deixar claro para quem joga que se trata de uma versão integral da série, supostamente sem decréscimos na mecânica ou conteúdo.

Vídeo divulgado na Comic-Con 2009

Enquanto a promessa se sustenta com méritos na parte técnica, apresentando gráficos muito acima da média para o pequeno console e uma taxa de quadros suave, sem nunca engasgar, os modos de jogo são extremamente decepcionantes. No PSP, "Gran Turismo" dispensa totalmente a presença de uma opção de carreira, que sempre se fez presente desde o primeiro episódio e compunha boa parte da experiência - em "Gran Turismo 2", de PSone, por exemplo, havia um disco inteiro só para o modo carreira.

Jogando sozinho há opção de disputar corridas solitárias contra outros três corredores (sejam controlados pelo computador ou outras pessoas, em partidas multiplayer, que rodam suaves) ou então disputas de tempo. Fora isso estão de volta as tradicionais provas de habilidade, que ensinam desde conceitos básicos de direção até técnicas avançadas. Porém, sem campeonatos e provas distintas para colocar tudo isso em prática, qual o objetivo?

Ainda que a dificuldade e ampla variedade de desafios garantam certa longevidade, fato é que veteranos vão se desapontar em passar mais uma vez por situações vistas nos outros "Gran Turismo".

Em contrapartida, uma vez no asfalto o trabalho do estúdio Polyphony Digital é, como de costume, impressionante. A modelagem dos carros prima por detalhes e texturas extremamente definidas. Vale o mesmo para as pistas - cujos modelos foram tirados diretamente de "Gran Turismo 4" - que comprovam que, quando bem usado, o hardware do PSP supera e muito o poder gráfico do primeiro PlayStation. A prometida taxa de 60 quadros por segundo se faz presente, mas só pode ser desfrutada plenamente com a visão interior do carro (em primeira pessoa, por assim dizer).

Comercial norte-americano

Neste modo a sensação de velocidade é satisfatória é bem empolgante, ao passo que visualizando o carro na tela parece que tudo acontece mais devagar, transformando "Gran Turismo" mais em um desfile de luxo do que exatamente uma corrida. O sistema de física deriva de "Gran Turismo 5 Prologue", mas exige que se ligue todas as opções de realismo para apresentar um mínimo de desafio. Caso contrário, pouco diferente do sistema de física visto no primeiro "GT", com a famosa técnica de usar os adversários como parede nas curvas sem nenhum tipo de prejuízo com isso.

Já era esperado, mas também não há nada de sistema de danos - prometido para estrear apenas em "Gran Turismo 5". Mesmo sabendo que nada disso estaria aqui no portátil, não deixa de ser decepcionante.