"Ridge Racer" participou da estréia do primeiro PlayStation. Agora a série ganha um "s" no final e ajuda a Sony a engrenar seu primeiro videogame portátil. Em uma homenagem bastante merecida, "Ridge Racers" faz um passeio pelo legado da série, que foi devidamente atualizado para o PSP.
Fãs de "Ridge Racer" terão muito para aproveitar no jogo. Além de reunir carros e pistas dos cinco jogos lançados anteriormente para consoles, a seleção musical oferece remixes de canções clássicas da série e é possível até destravar aberturas de outros games anteriores.
As provas estão divididas em corridas simples, Time Attack e campeonatos com múltiplas provas, o chamado "World Tour". "Ridge Racers" começa com poucas dessas opções disponíveis, mas com o tempo mais carros e pistas vão sendo oferecidos, desmascarando a verdadeira variedade do disquinho.
Queimando pneusQuem já jogou "Ridge Racer" alguma vez na vida sabe o que esperar: corridas frenéticas e nada realistas nas quais derrapadas significam a diferença entre vitória e derrota. Aqui, as derrapadas ganham uma importância extra: ao executá-las você preenche um medidor de turbo ilustrado no game por três pequenos tanques. Como é possível fazer curvas a mais de 120km/h usando derrapagens, dominar essa técnica é vital.
Quem espera o realismo de um "Gran Turismo" ficará decepcionado. Não é incomum passar quase 10 segundos derrapando para esquerda e direita em linha reta, ou ter o carro andando de lado a 150km/h por vários metros. Alguns podem ver isso como um defeito, mas os verdadeiros fãs da adrenalina certamente ficarão gratos.
Visualmente, está versão de bolso está alguns polígonos e texturas à frente do quinto "Ridge Racer", que acompanhou o lançamento do PlayStation 2. Os destaques ficam para os efeitos especiais de faíscas nos carros rivais e o efeito-borrão ao usar turbos. Mesmo assim, "Ridge Racers" falha em capturar a mesma sensação de velocidade visto em "Burnout", por exemplo. A parte sonora, por outro lado, impressiona com efeitos sonoros extremamente claros e uma excelente e variada trilha sonora como já mencionado acima.
Usar o controle de disco analógico do PSP é complicado, e acaba se provando pouco superior em termos de precisão quando comparado com o direcional digital (as quatro setinhas), que oferece uma resposta mais confiável, e parece ser a melhor escolha.
Concorrentes distantesA inteligência artificial dos outros carros é o ponto fraco de "Ridge Racers", especialmente pela lógica inaugurada pelo veterano "Enduro", para Atari: a impressão é que os carros rivais estão na pista somente para atrapalhar e não se comportam como oponentes virtuais. Sem falar que ao largar em último você só vê um carro na pista, os outros disparam como flechas deixando o jogador comendo poeira.
Com isso, "Ridge Racers" explora um clima de corrida de recuperação e o relógio passa a ser o grande vilão. Esse falta de inteligência, felizmente, pode ser resolvido na opção multiplayer sem fio para até oito jogadores. Nesse modo a habilidade de cada um e o sistema de turbo provam seus valores.
Disponível por hora somente no Japão, "Ridge Racers" é certamente o mais impressionante jogo de corrida produzido para um portátil e deverá permanecer com esse título, pelo menos, até o lançamento de "Gran Turismo 4 Mobile". Mas tendo em vista o potencial do PSP, alguns jogadores podem sentir que a Namco poderia ter ido mais longe. Vale notar que a produtora promete colocar mais opções secretas na edição americana, que deve ser lançada em março.
CONSIDERAÇÕES
Uma última curiosidade para os saudosistas. Para amenizar o tempo de "loading" para a atração principal, "Ridge Racers" começa com o fliperama "Rally X", sucesso da Namco da década de 80.