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Sid Meier's Pirates!

01/02/2007

da Redação
"Pirates!", lançado para computadores em 1987, é considerado um dos maiores clássicos da história dos jogos eletrônicos. Ele veio da cabeça de Sid Meier, um dos maiores criadores de jogos de todos os tempos. Inovador - jogos com liberdade não eram nada comuns na época -, o título ganhou, mais de 15 anos depois, uma releitura atualizada para PC, em 2004.

Essa é a base da edição para PSP. Como se não bastasse o estilo de jogo - que traz estratégia simplificada e vários minigames - cair como uma luva no portátil, as adaptações feitas pela Full Fat deixaram o título ainda mais propício para a realidade do PSP, sem, no entanto, perder a essência e a diversão do game.

A vida como ela é

É difícil classificar "Sid Meier's Pirates!". Tem porções de estratégia, daqueles que você precisa administrar os recursos, mas a descrição mais precisa do game é que ele foi um dos primeiros "simuladores de vida" da história, lembrando que o game original é de 1987. Isso mesmo: tal e qual um "The Sims", o jogador apenas acompanha a vida de um personagem, no caso, de um "homem dos mares", mas não necessariamente um pirata.

O jogador é um jovem de uma família de comerciantes com posses, que acabam sendo aprisionados e ele é o único que consegue escapar. Anos depois, consegue virar capitão de uma embarcação e sai numa jornada com o objetivo de resgatar a família, vingar-se de seus algozes e, de quebra, amealhar fortunas.

Depois de escolhido o nome e as habilidades do protagonista - as opções não são muitas - é hora de se associar a um dos quatro países dominantes da era das grandes navegações: Inglaterra, Espanha, França ou Holanda. A escolha determina, obviamente, em qual nação o jogador vai ter abrigo, mas, mais que isso, determina a dificuldade, pois, dependendo da opção, o equilíbrio de forças entre os países varia.

A liberdade é azul

Uma vez dentro do jogo, não há nenhum "script" guiando o jogador. Também não há um "final": o objetivo é fazer uma partida marcante, com muitas realizações. Ou seja, há um tempo-limite em que o jogador permanece na "ativa", podendo, nesse período fazer quaisquer missões. É como um "Grand Theft Auto", mas com hora para acabar. Toda vez que "terminar" o game, o "pirata" vai para um hall da fama.

Coisa para fazer é o que não falta em "Pirates!". Você pode atacar embarcações e cidades hostis, visitar localidades, falar com governadores, fazer namoradas, comprar e vender mercadorias, buscar por tesouros e participar de diversas aventuras. Você pode seguir vários tipos de carreiras, como ser corsário, mercador ou caçador de tesouros, mas o jogo não as impõe: você é livre para fazer o que quiser.

Um dos aspectos mais importantes do game é a administração de sua equipe. Você pode recrutar marujos em tavernas ou quando ataca outras embarcações. Nesse caso, você também pode obter itens como comida e também um navio. É preciso manter uma equipe compatível com o tamanho de sua esquadra, mas também é mais complicado manter um grupo numero feliz o tempo todo, condição necessária para que eles não se rebelem. Apesar de soar meio complicado, o controle é muito simples. Detalhes como microgerenciamento passam longe do game.

Mestre dos mares

O interessante é a variedade das mecânicas de jogo envolvidas no título e isso espanta a monotonia. Na batalha entre navios, por exemplo, funciona um pouco como título de estratégia em tempo real, mas bem simples. O que você tem que fazer é deixar sua embarcação de lado para os canhões fazerem efeito. Deve-se levar em conta também a direção do vento.

No começo é bem fácil, mas à medida que você progride, o jogador precisará variar as armas conforme a distância. Afundar o oponente é uma opção, mas capturar o navio intacto é mais interessante. Assim, você pode incorporar a embarcação ao seu grupo ou simplesmente vendê-la. Além disso, se obtém comida e outros itens, além de mais material humano. Às vezes, você até encontra pessoas com dons especiais, como cozinheiros, que melhora a qualidade do alimento servido aos seus "funcionários".

Muitas vezes, os inimigos se rendem apenas se aproximando deles, mas alguns navios oferecem resistência. Nesse caso entra em cena uma batalha corpo-a-corpo. Apesar de o visual lembrar um "Street Fighter", o sistema está mais para o "Prince of Persia" original, por exemplo. O jogador escolhe entre atacar e desviar e fazendo os movimentos no tempo certo, acua os oponentes.

Ao mesmo tempo, os "soldados" também lutam e quem tiver o exército dizimado é obrigado a se render. Ou seja, de nada adianta você ser craque com a espada se você tem um grupo medíocre. A genialidade está em precisar conciliar os dois planos da luta.

Múltiplos talentos

A versão para PSP parece uma mistura das versões para PC e Xbox. No portátil, estão de volta as missões de furtividade, ativadas quando você escolhe dominar uma cidade de modo sorrateiro. Aqui você transita por um labirinto e deve avançar sem ser visto pelos oponentes.

Mas se você quiser uma batalha aberta, nesse caso, é ativado um minigame de estratégia por turnos. Ou seja, você e os inimigos mexem as "peças" de forma alternada. As batalhas acontecem quando os dois se encontrar e o resultado é definido pelas estatísticas de cada um. Algumas unidades atacam de longe e é possível aplicar algumas estratégias mais avançadas, como se proteger dentro de uma floresta.

Nas cidades às quais você tem acesso, você pode falar com o governador, que oferece recompensas dependendo dos inimigos que tiver derrotado, e pode até mesmo se casar com sua filha. O cortejo envolve uma mecânica baseada em reflexo, por mais que o game insinue que seja rítmico. Ao conquistar o coração da moça, você ganha, no mínimo, informações privilegiadas.

Na taverna você encontra sempre os mesmos tipos: marujos desempregados, um senhor que lhe vende facilidades - até mesmo mapas secretos -, uma atendente e um barman, ambos com possibilidade de trazer informações. Nessas conversas você obtém missões, dicas de tesouros e a localização de alguns piratas famosos, que, se derrotados, aumentam seu cacife perante a "comunidade".

Há também um forte elemento político no game. Não bastasse ter de lidar com as quatro nações e ainda existir alianças, você também pode tratar com grupos nativos e piratas "rebeldes". Atacar propriedades de um país faz com que ele e seus aliados se tornem inimigos do jogador. No entanto, os opositores lhe receberão com os braços abertos - e descontos nas lojas.

Piratas do Caribe

Fora um momento ou outro, os controles ficaram muito práticos no PSP. Como é possível salvar a qualquer momento e os minigames são rápidos, é um tipo de jogo perfeito para um portátil, que preza a praticidade e a diversão mesmo com pouco tempo disponível.

Com tanta liberdade, é praticamente impossível uma partida ser igual a outra, o que torna a vida útil do game bem comprida. A produtora ainda colocou um inevitável modo multiplayer, que até chega a divertir, mas passa longe da modalidade principal.

O visual é competente. O Caribe retratado no game é belo, e os personagens estão bem-feitos, apesar de serem um pouco simples para garantir desempenho. A medida é acertada, pois quase não há lentidão. As cenas nas cidades e afins poderiam ser um pouco mais animadas, mas não influencia na diversão.

A trilha sonora é quase incidental, mas as composições foram bem trabalhadas e algumas até empolgam. Ao se aproximar das cidades, começa a tocar músicas típicas das metrópoles que as representam. Por ser um jogo para PSP, esperava-se uma produção mais rica, como diálogos falados, mas a boa sonoplastia - como pode ser ouvido nas cenas de luta - compensa essa falta. E ainda há belas cenas de computação gráfica.

Lenda dos sete mares

"Sid Meier's Pirates!" é a prova de que alguns clássicos não envelhecem. A mecânica de jogo irresistível continua intacta e ainda caiu muito bem no portátil da Sony. Apesar de algumas concessões terem sido feitas, a essência do game original, feito para PC, permanece inalterada, e só por isso já merece aplausos. "Pirates!" é uma rara chance de conhecer um jogo histórico.

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    Sid Meier's Pirates! (PSP)

    14 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Firaxis Games
    Lançamento: 22/01/2007
    Distribuidora: Atari
    Suporte: 1-4 jogadores, cartão de memória
    Outras plataformas: WII XB
    ImperdívelAvaliação:
    Imperdível

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