Ys I & II Chronicles

DOUGLAS VIEIRA
Colaboração para o UOL

O passado nunca se fez tão presente na história dos consoles portáteis. Para o bem ou para o mal, diversos remakes aparecem de tempos em tempos - alguns bons, outros não. "Ys I & II Chronicles", para PSP, fica no meio do caminho por uma questão de "timing", pois as chances de o game não prender a atenção daqueles que se aventuraram anteriormente em "Ys: The Oath in Felghana" é grande.

Como o próprio nome sugere, "Ys I & II Chronicles" traz os dois primeiros episódios da série que tem o guerreiro Adol Christin como protagonista. Durante a jornada no primeiro jogo o heroi de cabelos vermelhos enfrenta diversos confrontos em busca dos livros de Ys, que revelam a chave para derrotar o mal. A aguardada batalha acontece no segundo jogo, mas é preciso paciência para chegar até ele sem pular os eventos vistos em "Ys I".

Mudar ou não?

O primeiro ponto que faz ambos os jogos parecerem um pouco ultrapassados é o sistema de batalha. Enquanto em "Ys: The Oath in Felghana" o jogador praticamente perde o dedão de tanto que aperta o botão de ataque, em "Ys I & II Chronicles" a chance de bocejar é grande: não há teclas para realizar ataques com a espada, e as batalhas funcionam com trombadas frontais, laterais e pelas costas. A situação só altera um pouco no segundo episódio, quando há o acréscimo de magias.

Outro ponto negativo, mas apenas do primeiro game, está relacionado ao sistema de evolução, que é limitado a 10 níveis. Pode parecer uma coisa banal, mas após atingir tal marca - até o seu priminho de sete anos consegue fazer isso em pouco mais de uma hora - não haverá motivos para batalhas comuns, o que diminui bastante o tempo total de jogo.

Ouça um trecho da trilha sonora

Algo interessante de se observar aqui é o salto que a série teve entre os dois games. Em "Ys II" a única coisa que permanece intacta é o sistema de batalha comum, pois o resto recebeu um belo incremento: as magias dão uma dinâmica diferente aos confrontos, o nível máximo passou para 50 e é preciso passear por diversos pontos antes de enfiar a espada na goela do vilão. Não é pouco, e faz diferença.

Uma das coisas que permanecem inalteradas, para o bem dos que curtem desafios, é o nível de dificuldade, em especial nos confrontos contra chefes. No primeiro game isso é mais acentuado, uma vez que não é possível utilizar itens em batalha. A coisa muda de figura na continuação com o uso de magias e a possibilidade de se recuperar com ervas e afins, mas nada que o faça reclamar do desafio em "Ys II" ter se transformado em uma cachoeira.

A parte sonora também merece destaque, e os novos arranjos deixam o game mais próximo de um título atual - e cá entre nós as músicas dão uma bela empolgada, em especial nas lutas contra os chefes, onde aparecem solos de guitarra, baixo e outros instrumentos que certamente o farão curtir cada momento com um fone de ouvido. Nunca é demais lembrar, as composições originais - nas versões de "Ys" e "Ys II" para PC, nos anos 80 - são de Yuzo Koshiro, lendário compositor musical aclamado até hoje pela trilha da série "Streets of Rage".