Designer que trabalhou nas principais franquias da Id Sofware, American McGee pode ser considerado um dos criadores mais excêntricos da indústria de games. Visto como uma espécie de Tim Burton dos jogos eletrônicos, em referência ao diretor de filmes como "Noiva Cadáver" e "O Estranho Mundo de Jack", McGee fez fama ao adicionar um tom macabro e sarcástico a contos infantis, como "Alice no País das Maravilhas".
Agora, ele parece fazer isso com mais sofisticação na continuação "Alice: Madness Returns", ao menos na demonstração em estado pré-alfa conferida por
UOL Jogos na EA Tokyo Showcase. Nesse novo game, a protagonista cai novamente num mundo de pesadelos - mas ao mesmo tempo vive uma versão idealizada de si mesma, mais forte e bela. E a primeira visão desse estranho mundo até parece amigável: é uma paisagem exuberante de floresta, mas com elementos conhecidos do País das Maravilhas, como cogumelos e peças de dominós.
Esse novo "Alice" ainda se encaixa na categoria de ação em terceira pessoa, mas mesmo nessa demonstração, que sugere ser muito prematura, fica evidente que o sistema de jogo ficou bem mais refinado. O game traz elementos de ação de plataforma: Alice é capaz de saltar duas vezes e até planar, podendo, assim, alcançar locais de difícil acesso, e os cogumelos servem como trampolim, fazendo a menina saltar ainda mais alto. Uma poção de aspecto venenoso adiciona a habilidade de poder se encolher, permitindo atravessar locais estreitos - e isso provavelmente deve ser usado para acessar áreas secretas.
Pimenta no olhoMas o que deve chama realmente a atenção é o sistema de combate, que mescla lutas corpo-a-corpo com tiroteio (como em vários games de tiro em terceira pessoa, o modo de mira aproxima mais a câmera na personagem). "Enfrentar cada inimigo é como resolver um quebra-cabeça", conta American McGee. De fato, há inimigos que desferir golpes com a icônica faca de cozinha de Alice é mero desperdício de energia. O demônio que lembra uma chaleira, por exemplo, possui dois olhos, e só pode ser vencido abrindo a defesa com a nova arma da menina: um moedor que lança pimenta como uma metralhadora. Depois de atordoar o inimigo com esse ataque, finalmente ele está vulnerável aos golpes de faca.
A direção artística está divina: o visual de "Alice: Madness Returns" combina o belo e o distorcido, gerando ambientes surreais. Além do demônio da chaleira, há uma aranha negra com uma bizarra máscara branca. O cenário da floresta é onírico, mas ao final do demo são mostrados outros ambientes, cada um mais bizarro que o outro. A sessão termina pouco antes de uma luta contra um chefe de fase: aparece um gigante com uma broca na mão, mas não há enfrentamento.
"Alice: Madness Returns", previsto para PC, Xbox 360 e PlayStation 3 no final de 2011, já parece sério candidato a um dos melhores games do ano que vem.
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