Space Invaders Get Even

OTÁVIO MOULIN
Colaboração para o UOL

Quem diria que passados trinta anos, "Space Invaders" ainda estaria fazendo sucesso? O clássico dos fliperamas criado por Tomohiro Nishikado foi tão importante para a indústria que não só ganhou versões para múltiplas plataformas com o passar dos anos, como também se tornou ícone pop e rendeu aos cofres da Taito mais de US$ 500 milhões ao longo do período.

Para comemorar, a empresa resolveu renovar a marca com um excelente remake lançado para Nintendo DS e PSP chamado "Space Invaders Extreme" e este inédito e irreverente "Space Invaders Get Even", criado para a plataforma de distribuição online do Wii, o WiiWare. Aqui, como o título deixa óbvio, os alienígenas dão o troco e voltam com força total para destruir os humanos - e agora com o jogador para ajudar.

Hora da vingança

O grande barato de "Space Invaders Get Even" é que você passa para o time dos vilões embalado em um clima retrô bastante charmoso, utilizando algumas peças de arte que imitam os antigos gráficos quadriculados para enfeitar a nova mecânica e os visuais 3D. Há algo dos filmes do Godzilla ali ou de jogos como "King of Monsters" e "Destroy All Humans" misturados à essência do clássico de Nishikado, mas com elementos contemporâneos que o tornam o mais complexo exemplar da franquia.

Mais um para o acervo

Para jogar é necessário combinar movimentos no Nunchuck com o Wii Remote. O primeiro serve basicamente para movimentar seu disco voador - que carrega os tais invasores em sua órbita - em uma câmera que capta a visão por cima. Com o outro controle, você aponta para onde quer disparar os pequenos vilões que circulam ao seu redor, em padrões bem dinâmicos, como em tiro direto, teleguiados ou com explosões temporizadas. São necessárias abordagens diferentes para cada objetivo, que geralmente pedem que você destrua alguma construção ou chefe.

Há outras variáveis, claro. Você é capaz de disparar explosões devastadoras em momentos de sufoco e pode repor os invasores perdidos balançando os dois controles de uma vez. É necessário dosar bem seus movimentos e artifícios pois há vários obstáculos diferentes pelo caminho que requerem pensamento rápido e boa capacidade para se adaptar.

Apesar da pressão e do bom desafio, é fácil curtir a brincadeira. A apresentação, ainda que simples por se tratar de um jogo distribuído por download, é agradável e dá conta do recado sem maiores problemas. A proximidade com a ficção científica B e o considerável senso de humor dos produtores também ajuda na confecção do roteiro, recheando o jogo com diálogos absurdos de humanos inconvenientes - parece que foram criados especialmente para que você possa descontar toda a raiva que tem guardada daquele vizinho chato sobre eles.

A grande decepção mora na escolha da Taito em esquartejar o título para a distribuição pela rede. O jogo básico, que custa cerca de US$5, só possui três fases e o restante é vendido na forma de pacotes de missões. Para ter todo o conteúdo você deve desembolsar US$20, deixando o total bastante salgado se comparado ao de concorrentes distribuídos da mesma maneira, muitos com muito mais conteúdo, apresentando até mesmo multiplayer online.