Halo

da Redação

Half-Life promoveu uma verdadeira revolução na maneira como vemos os jogos de tiro em primeira pessoa. Halo aproveita todas as inovações do clássico da Valve, mas refina ainda mais a jogabilidade, resultando em um dos melhores exemplos do gêneros já visto.

Desde seu início até seu final (que acontece cerca de 20 horas de jogo depois), Halo conta uma enorme e elaborada trama dos últimos guerrilheiros humanos contra uma ameaça alienígena. Você é um ciborgue experimental - é incrível como todo mundo te conhece! - lutando em um gigantesco planeta artificial em forma de anel e descobrindo segredos de uma antiga raça alienígena (quem jogou Marathon terá muitas surpresas).

O visual de Halo é surpreendente. Puristas do PC podem reclamar que o game roda a 30 quadros por segundo ao invés de 60 (com algumas eventuais engasgadas), mas ao descer à superfície do planeta e perceber o nível de detalhe de cada textura e nos detalhes orgânicos de cada ambiente, não há dúvidas da proeza do título. Os efeitos de luz da lanterna em ambientes fechados é especialmente chamativo. A única coisa revoltante é perceber como a primeira (e penúltima) fase do jogo, a nave dos fuzileiros, é feia em comparação ao planeta, e acaba deixando uma má impressão em muita gente. Acreditem: as coisas ficam muito melhores depois.

Mas se você for além dos gráficos e da trama, percebe que Halo não é apenas uma versão moderna de Half-Life. Dois aspectos particulares chamam atenção: o primeiro é a inteligência artificial, que ajuda tanto no meio de gigantescas batalhas entre dezenas de humanos e aliens (cada qual com seu comportamento diferenciado), e a segunda é como o jogo é aberto e cheio de estratégias e possibilidades.

Ao contrário de praticamente qualquer outro exemplar do gênero, Halo só permite que seu personagem carregue duas armas de cada vez. Por sua vez, essas ferramentas de destruição são mais simples do que os inúmeros elementos de artilharia dos títulos da concorrência, mas essa mecânica cria situações interessantes... especialmente porque as armas maiores podem também ser usadas para derrubar oponentes com uma marretada na cabeça.

O uso de veículos (hovercraft, jipe e nave) aumentam ainda mais a variedade de maneiras de resolver cada missão. O auxílio dos outros soldados ainda dá um caráter aleatório ao jogo, que pode parecer diferente cada vez que você joga.

Os sons merecem destaque por seu próprio mérito. Além de serem de excelente qualidade, a variedade de comentários tanto dos humanos quanto dos aliens mostra o cuidado e paixão que rolou na produção do título.

Se tudo isso não for suficiente, o game conta ainda com algumas opções multiplayer. A maior decepção é não permitir um modo cooperativo para a campanha principal (como estava prometido na versão original para computador). Mesmo assim, com a possibilidade de dividir a tela em quatro, ou até ligar múltiplos Xbox em rede para até 16 jogadores (4 em cada sistema) permite algumas partidas de Capture the Flag bastante interessante, mesmo que com problemas na framerate.