Dynasty Warriors: Gundam 2

OTAVIO MOULIN
Colaboração para o UOL

Robôs gigantes em comercial japonês

Mesmo velha e esgotada, a fórmula da franquia "Dynasty Warriors" continua a ser explorada pela Koei, sem dó. Entre algumas tentativas menos inspiradas de aplicar um verniz de novidade ao esquema, a empresa uniu forças com a Namco Bandai para aplicar a mecânica à lendária série de animês e mangás "Mobile Suit Gundam", outra espremida até o bagaço por seus criadores.

O resultado do trabalho foi "Dynasty Warriors: Gundam", provavelmente o exemplar mais decente da série nos últimos anos, feito com mais capricho do que poderia se imaginar. Infelizmente, como a proposta se mostrou acertada, as duas companhias resolveram faturar também em cima dela sem a menor vergonha, recauchutando jogo no que se chama de "Dynasty Warriors: Gundam 2".

Mais do mesmo, com robôs

Se você já jogou algum titulo da série criada pelo time Omega Force da Koei, mesmo que há muito tempo no Playstation original, você sabe como funciona. A idéia é enfrentar hordas quase inesgotáveis de inimigos em grandes mapas, conquistando áreas para seu time. Para isso, você conta basicamente com ataques de espada, outros à distância e um especial chamado Musou.

A diferença aqui está na ambientação. Você escolhe pilotos das mais variadas séries da franquia da Bandai e deve combiná-los com muitos robôs, com a possibilidade de criar pares mistos, com figuras de universos diferentes de "Gundam". A variedade é um dos pontos altos do projeto, reunido personagens tanto da série e filmes originais, como de suas variantes como "Gundam Zeta", "Gundam Seed" e "Gundam Wing".

Pena que se você não for um iniciado no tema - o que não é fácil, já que a maioria esmagadora destes produtos nunca foi lançada oficialmente no Brasil - ficará bastante perdido. O game não faz concessões e parece partir do princípio de que se você procurou o título para jogar, deve entender do assunto. O máximo que título faz é abrir as missões com alguns diálogos dispersos e fornecer uma galeria com informações em texto sobre determinados personagens.

Batalha insana entre 'mechs'

Assim, de forma confusa, o jogador é lançado em uma série de missões desconexas em dois modos principais, com o intuito básico de caçar e destruir um monte de inimigos. Há algumas novidades, claro, como a possibilidade de ativar a transformação de alguns modelos de robôs ou enfrentar oponentes mais ambiciosos do que a série está acostumada, mas não é o bastante. Não há emoção alguma ao destroçar os inimigos e, com a repetição incessante, os bocejos logo começam a aparecer.

Não espere que a apresentação anime as coisas, pois ela não é nada mais do que burocrática. Ainda que seja um avanço a ausência de problemas técnicos recorrentes na franquia, como queda brutal de quadros de animação, problema de colisão e o uso de texturas paupérrimas, não há nada de realmente inspirado. Os gráficos são meramente adequados, reproduzindo fielmente os modelos clássicos dos robôs, mas não trazem charme ou brilho. O áudio é meramente genérico, tanto em trilha quanto em efeitos, e a dublagem em inglês é pavorosa como de costume. O componente online segue o mesmo padrão, oferecendo alguns modos para até quatro participantes que, basicamente, reproduzem as mesmas sensações das aventuras para um jogador, apenas com o tédio compartilhado.