Heavy Weapon

"Heavy Weapon" não é um jogo inédito. Desenvolvido pela Pop Cap, é mais uma entre as muitas opções de passatempos do tipo "experimente agora e pague para ter versão completa" que infestam sites pela internet. Mas não leve esse conceito no sentido pejorativo: tem muito joguinho casual de internet que rende mais em diversão do que produções para consoles de mesa.

Se exagero é incluir "Heavy Weapon" entre as grandes sensações dos webgames, não dá para negar que o título é cheio de qualidades. É como se o saudoso "Moon Patrol" recebesse o armamento pesado de "Contra". O jogador comanda um veículo que se movimenta lateralmente pela tela, mas, ao invés de atirar apenas em duas direções, pode disparar saraivada de balas e mísseis num ângulo de 180 graus, com a ajuda de power-ups que deixam o arsenal mais poderoso. A versão "DeLuxe", para PC, na ocasião desta análise, custava US$ 20 no site oficial, mas na Xbox Live Arcade o jogo sai por 800 Microsoft Points (o equivalente a US$ 10), com direito a modalidades extras e suporte para TVs de alta definição.

Exército da salvação

O ano é 1984. Seu país foi invadido pela terrível Red Star. Quem poderá nos salvar? A resposta é Atomic Tank, veículo de guerra experimental que incorpora o que há de mais moderno em armamento bélico. Bem, no começo ele não é tão fortemente armado, mas à medida que o jogador avança pelas fases pode comprar novos armamentos ou ainda reforçar existentes. A má notícia é que o arsenal inimigo cresce na mesma proporção. Bem ao estilo da série "Metal Slug", "Heavy Weapon" é um jogo arcade de ação frenética e nada fácil.

São 19 fases no modo "Mission". Cada qual tem um percurso de algumas milhas até o chefe final. Para isso o jogador tem três tanques - ou "reinforcements", como são chamado no game - e esporadicamente ogivas nucleares que detonam tudo que há na tela. Apesar dos chefões de fase evoluírem no decorrer do game, eles são o menor dos problemas, acredite! Desafio maior é chegar até eles vivo. Durante o trajeto, um helicóptero auxilia o jogador com power-ups - o escudo é de grande valia. Há também o megalaser, que dura pouco, mas deixa o jogador praticamente invencível durante o uso.

Completar o modo "Mission" libera o "Boss Blitz", que traz todos os chefões de fase em seqüência. Jogadores solitários podem tentar a sorte também no "Survival", que como o nome sugere é um teste de sobrevivência. Desafio para poucos, ficar vivo durante 12 minutos nessa modalidade libera uma das conquistas. Um segundo, terceiro e até quarto tanque podem entrar a qualquer momento através de multiplayer local, mas "Heavy Weapon" tem também opções feitas sob medida para a Xbox Live, todas bem divertidas.

Cores da guerra

"Heavy Weapon" é um jogo em 2D, mas não tem cara de Mega Drive ou Super Nintendo. Visualmente, ele é uma evolução da saudosa geração 16 bits. Sem imposição de limite de paleta, os cenários exploram número infinito de cores em fases mais que variadas: dinossauros, assombrações e desertos ilustram alguns dos estágios. Mesmo com um número de inimigos simultâneos absurdo e explosões exageradas, o visual é agradável, apesar que, com quatro jogadores, em fases adiantadas fica difícil saber quem está atirando em quem. Bem competente, a trilha sonora também é uma evolução e ajuda aumentar a adrenalina.

Quem tem horas de estrada em "Geometry Wars" vai se sentir em casa com os controles. A única diferença é que a ação se dá em 180 graus e não em 360 como no primeiro. O controle do Xbox 360 funciona muito bem para esse tipo de jogo, mas, depois de meia hora jogando, um certo cansaço nos dedos de tanto movimentar o direcional para esquerda e direita é inevitável. Ajuda bastante o balanço e uma mecânica justa: o percurso não é longo a ponto de tornar a missão impossível, mas também não é curto; o jogador não morre logo que o primeiro tiro atinge o tanque; e ao morrer em fases mais difíceis ninguém é obrigado a recomeçar somente com o tirinho básico.