Hydro Thunder Hurricane

ANDRÉ FORTE
Colaboração para o UOL

Com tantos jogos clássicos de corrida da Midway que gostaríamos de ver novamente em alta definição, é até curioso que Warner e Microsoft tenham optado por uma das franquias menos carismáticas criadas pela produtora de "San Francisco Rush". "Hydro Thunder Hurricane" não se trata de um remake, mas uma nova e rasa versão de um clássico que poderia estar muito bem imortalizado em seus tempos de Dreamcast, Nintendo 64 e fliperamas.

A proposta dos produtores da Vector era utilizar o que o jogo clássico tinha de melhor e transferi-los para a nova geração. O problema é que desde os seus tempos de Dreamcast o jogo já não era tão inovador, pois se utilizava do padrão e mesmice de outros jogos da Midway, como os exageros e pulos incríveis de "San Francisco Rush", até os cenários incomuns e fantásticos da série "Cruis'n".

Para piorar, o movimento das ondas de "Hydro Thunder" acabava com qualquer tentativa de estratégia de corrida, transformando o desafio em cansaço em poucas horas. E é exatamente isso que "Hurricane" oferece: mais do mesmo, agora em alta definição.

Lugar comum

Muita ação no trailer da E3 2010

O jogador possui à disposição lanchas de diferentes tamanhos, modelos e motores, e deve vencer cada cenário para habilitar mais missões. Algumas novidades no modo de jogo foram incluídas, como a possibilidade de desbloquear novas pinturas e lanchas ao vencer determinados desafios.

A modalidade para um jogador oferece quatro tipos de corrida: Race, com oito pistas em corrida tradicional; Ring Master, cujo objetivo é passar dentro de anéis; Gauntlet, uma espécie de desafio contra o relógio repleto de barris explosivos; além do Championship, um campeonato que mescla as três modalidades. No modo para vários jogadores, é possível pode competir em todas as modalidades do modo solo, desde que esteja conectado à rede online Xbox Live ou em dois jogadores com tela dividida.

O controle da lancha segue o padrão do jogo clássico, com acelerador, freio e botão para turbo. Este último é habilitado somente quando o jogador pega um item de Nitro, localizado em lugares estratégicos da pista para dificultar o acesso. Infelizmente, os adversários não oferecem qualquer tipo de resistência às suas investidas e realizar as ultrapassagens não é tarefa muito difícil. O medidor de tempo, que se renovava a cada volta completa ficou de fora, o que é uma pena, já que este é uma das características mais marcantes dos jogos de corrida nos arcades e certamente deixaria o desafio mais interessante.

Além disso, nem tudo o que havia de bom em "Hydro Thunder" voltou em "Hurricane". Os cenários (oito no total) contam com apelos fantásticos, como um monstro gigante que surge no cenário "La Isla de Los Monstruos" ou os extra-terrestres na "Area 51", mas faltou criatividade aos produtores para incluírem mais obstáculos baseados no tema de cada pista, e sequer criando alternativas diferentes para criar locações mais interessantes. O visual geral do cenário é até bonito de ver, mas faltou profundidade para que a beleza das águas cristalinas e céus apocalípticos combinassem com a diversão.