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Xbox 360

Kameo: Elements of Power

07/02/2006

da Redação
Demorou, mas saiu. Em desenvolvimento desde 1999, logo depois que a Rare produziu "Donkey Kong 64" para o Nintendo 64, "Kameo: Elements of Power" viu uma geração inteira de consoles nascer e, agora, aparece como um dos primeiros jogos de uma nova era dos videogames.

Os jogos de lançamentos do Xbox 360 primaram pela variedade e "Kameo" é o representante da classe ação de plataformas com clima de fantasia, um gênero que a Rare domina como poucos. Basta ver seu currículo, que inclui games como "Banjo & Kazooie", "Donkey Kong 64" e "Conker" - tanto "Bad Fur Day", quanto "Live & Reloaded" - só para citar apenas os da geração 3D.

Com toda essa fama da produtora, o game de estréia da Rare era um dos mais aguardados. No final das contas, consegue mostrar parte do potencial do Xbox 360 nos gráficos - e fazer imaginar algumas das tendências para os jogos do futuro -, mas o mecanismo de game, incluindo os controles, não foi tão bem projetado quanto os outros clássicos da Rare.

Pegando o bonde andando

Apesar de ser esse jeito de game de plataforma, a ação é mais centrada nos combates. Aliás, há poucas cenas que dependam de saltos, como os típicos jogos do gênero. Entre uma briga e outra, também aparecem elementos de quebra-cabeça - muitas vezes, porém, essas partes de raciocínio dependem dos confrontos.

O diferencial de "Kameo: Elements of Power" é que a protagonista, que dá nome ao game, tem o poder de se transformar em diversas criaturas. Aliás, é por ela ter herdado essa habilidade que sua irmã Kalus, mordida de inveja, quebra o encanto que aprisionava Thorn, o rei dos trolls. Agora, Kameo deve resgatar sua família e os dez guerreiros dos elementos, e no fim, enfrentar o poderoso inimigo para salvar o reino.

O enredo, como descrito, não é exatamente original, mas o jeito que ele se desenvolve, além de encher os olhos, também supre os sentidos com animações e dublagens bem-cuidadas. É daquele tipo de roteiro cujos pequenos detalhes enriquecem a trama.

Alguns dos problemas de "Kameo" começam logo nas primeiras cenas. Desde o início, a protagonista já tem três dos guerreiros na qual pode se transformar e, apesar das dicas espalhadas pela fase, a sua dificuldade e complexidade não parecem muito adequadas para a ocasião. Muitas técnicas que vão além do básico já precisam ser usadas e é muita coisa que o jogador precisa aprender para passar dessa parte inicial.

Essa sensação de ordem trocada é reforçada depois que se mata o primeiro chefe, quando Kameo perde seus poderes e é transportada para a Enchanted Kingdom. Esse lugar é como uma cidade dos games de RPG, com criaturas para conversar e livre de inimigos. E, estranhamente, aqui eles passam um tutorial com os movimentos de Kameo.

É como se essa parte tivesse, um dia, sido o verdadeiro começo do game, mas que foi mudado na última hora para ter um começo mais apoteótico. Nesse sentido, obteve sucesso, mas foi em troca do desequilíbrio mencionado anteriormente. Enfim, o game só retorna ao seu ritmo normal depois de chegar à Enchanted Kingdom.

Figurantes em cena

Esse lugar é apenas uma dos inúmeros mapas de "Kameo: Elements of Power", ligadas por uma grande área central chamada Badlands, onde exércitos de trolls e elfos travam batalhas épicas. E se trata de um exército de um console de nova geração, com uma quantidade massiva de personagens.

Ainda assim, nem todos os soldados agem de forma independente, mas a quantidade impressiona. Nessa parte, Kameo pode usar o cavalo e sair atropelando todos os trolls que encontrar pela frente. Também pode descer do animal e travar combates corpo-a-corpo, com pelo menos dez inimigos ao mesmo tempo. Não parece muito, mas com tantos soldados sendo animados ao fundo, a sensação é de estar no meio de uma guerra.

De maneira geral, o game é amigável, mostrando no mapa o local da próxima parada do jogador. Além disso, o sistema de dicas, que pode ser desligado, simplesmente diz tudo que é preciso fazer para superar os quebra-cabeças. O menu principal, na forma de um livro vivo, de nome Ortho, também indica os objetivos e dá o caminho das pedras. E os quebra-cabeças, em geral, são resolvidos de maneira bem simples.

Como dito, o foco do game está nas transformações e nos poderes gerados por cada uma delas. Eles servem tanto para obter uma maior eficiência nos combates quanto para resolver os quebra-cabeças. Rubble, por exemplo, joga pedras que permitem acertar inimigos e outros objetos de longe, enquanto Major Ruin rola como Sonic, e atropela quem estiver pelo caminho, além de usar rampas para alcançar locais altos ou distantes.

Nos combates, um dos mais interessantes é o Pummel Weed, que luta como um boxeador, e Chilla, um gigante que lembra um homem-das-neves, que pode espetar até três oponentes em suas costas e usá-los como mísseis vivos ou como um tacape. Dependendo de seu desempenho, classificações como "brutal" ou "frenzy" são atribuídas, oferecendo maior pontuação.

Se conseguir bater muito, acione-se automaticamente um modo tipo "bullet time", que deixa tudo lento, menos você, e permite atacar unilateralmente os oponentes. É mais ou menos como se estivesse batendo em todos eles ao mesmo tempo. Quando o efeito passar, geralmente, apenas se vê os inimigos caídos, já sem energia.

Fora de controle

As brigas são divertidas, apesar de serem um pouco repetitivas. Esse fato não fica tão evidente devida à curta duração do game, de cerca de dez horas para a aventura principal. E depois de terminado, não restam muitas opções para continuar o jogo, salvo as explorações para encontrar todos os elixires e as frutas que aumentam o poder das transformações. Também se pode repetir as missões e tentar pontuações melhores.

Existe um modo cooperativo online, rede local - ambos via download de funcionalidades - ou com tela dividida, só com as partes de missão. Mas, como o projeto das fases não foi pensado para partidas para mais de um jogador, essa modalidade não acrescenta muita coisa, apesar de existir alguns movimentos que são feitos em dupla. Além disso, as roupas iguais confundem os jogadores. A Xbox Live é usada também para registrar recordes e baixar conteúdo extra.

A Rare optou por ter os gatilhos L e R como os botões principais para as ações. Isso é interessante para alguns personagens, como Pummel Weed, a planta-boxeadora, pois deixam os comandos um pouco mais intuitivos, mas em outras situações não funciona tão bem.

Os movimentos não são muito precisos, e parte da culpa está na inércia aplicada aos personagens. Isso leva um tempo para se acostumar. O trabalho de câmera também não é dos melhores, pois é difícil enxergar num ângulo mais amplo. Algumas transformações, como a de Major Ruin, também não oferecem bons controles.

Arte de nova geração

"Kameo: Elements of Power" mostra algumas das tendências da nova geração de consoles. Para começar, as texturas são de grande resolução, e não perdem definição mesmo se mostrados bem de perto. Nos consoles atuais, geralmente, os padrões ficam "embaçados" quando próximos.

Também se destacam as técnicas para criar volumes, que faz com que blocos de pedra, por exemplo, pareçam ter peso. Outra grande evolução é a quantidade massiva de objetos, como as gramíneas da Enchanted Kingdom, ou os morcegos das fases em que se enfrenta os trolls sombrios, culminando com o já citado exército de trolls na Badlands.

Se numa televisão "normal" o visual já é muito bom na maioria das vezes, com uma de alta definição, os detalhes e vivacidade das cores o tornam ainda mais espetacular. Os cenários são bem variados, e, se alguns são impressionantes, outras, não passam de uma versão um pouco melhorada dos consoles atuais.

A produtora também caprichou na trilha musical, usando uma orquestra para se casar magnificamente com as aventuras de Kameo. Novamente, todo a emoção e os detalhes só podem ser captados num equipamento de maior sofisticação, no caso, um home theater com decodificador Dolby Digital.

Os outros efeitos sonoros também acompanham a qualidade, mas as dublagens se sobressaem. Os sotaques são tão estranhos quanto o design dos personagens, mas tudo isso traz vida para cada um dos habitantes do mundo de "Kameo". Com tantas criaturas cheias de personalidade assim, a protagonista acaba ficando até um pouco ofuscada, ainda mais se comparadas com suas transformações.

Bom começo

CONSIDERAÇÕES

"Kameo: Elements of Power" acerta na parte artística, trazendo um visual de primeira linha, personagens carismáticos e uma ótima trilha musical e dublagens. Mas o jogo em si traz alguns problemas mais sérios, como controles que poderiam ser mais refinados e repetição de ações, principalmente nos combates. Além disso, a aventura parece um pouco curta e as opções multiplayers estão subdesenvolvidas. Mesmo assim, para um título de lançamento de console, é uma maneira satisfatória de desfrutar das primeiras horas de um novo videogame.

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    GALERIA

    Kameo: Elements of Power (Xbox 360)

    73 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Rare
    Lançamento: 22/11/2005
    Distribuidora: Microsoft
    Suporte: 1-2 jogadores, cartão de memória, multiplayer online
    RecomendadoAvaliação:
    Recomendado

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