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Xbox 360

Tales of Vesperia

12/09/2008

OTÁVIO MOULIN
Colaboração para o UOL
"Tales of Vesperia" é um episódio exclusivo para Xbox 360 da longa franquia de RPGs da Namco "Tales", que vem desde os tempos do saudoso Super Famicom, a versão japonesa do Super NES. É também a primeira vez que um jogo da série aparece na geração atual, com gráficos em alta resolução, o que causou grande comoção em terras nipônicas, desencadeando até mesmo em um miraculoso aumento de vendas do console por lá e um breve desaparecimento das prateleiras.

Ainda que não seja um game tão memorável assim, pelo menos não a ponto de justificar tamanha movimentação, é caprichado o suficiente para prender a atenção. E se você curtir animês, apreciará ainda mais.

Elenco carismático

O enredo em detalhes
Apesar de se tratar do décimo título principal da franquia, não é necessário conhecimento prévio para acompanhar a história, que é totalmente independente. Nela, somos apresentados ao império de Terca Lumireis, que utilizou como base para seu desenvolvimento uma antiga e rara tecnologia alienígena chamada blastia, empregada para muitos propósitos. O mais importante, aparentemente, é o de criar grandes campos de força ao redor das maiores cidades para protegê-las de ataques dos muitos monstros que habitam o planeta, o que acaba por também isolar a população a estes centros urbanos.

A aventura começa quando um bairro pobre da capital Zaphias é ameaçado por uma iminente inundação, causada por um defeito na válvula de água depois que o núcleo de blastia que a controla é roubado por um sinistro mago. Como o herói local, um cavaleiro imperial chamado Flynn Scifo não é encontrado para resolver o problema, um arruaceiro chamado Yuri Lowell se prontifica para encontrar a peça perdida.

Como em qualquer RPG japonês que se preze, problemas maiores logo aparecem. Yuri arruma encrenca e passa a ser procurado pelo exército, se tornando fugitivo ao lado de seu fiel companheiro Repede - um cachorro caolho que carrega um cachimbo - e de uma ingênua garota chamada Estellise, amiga de Flynn que possui um grande poder de cura.

O grupo parte então em uma jornada para encontrar o núcleo perdido e descobrir os motivos que levaram ao roubo, em uma trama que, como não poderia deixar de ser no gênero, apresenta novas figuras, revela uma grande conspiração e cria algumas reviravoltas. Nada realmente espantoso, com alguns clichês aqui e acolá, mas graças ao bom humor e ao grande carisma dos personagens, a narrativa flui com bastante naturalidade e causa uma forte simpatia, apesar de seu desenvolvimento lento e do pequeno excesso de diálogos.

Combates ativos

Aqueles familiarizados com elementos da franquia "Tales" se sentirão em casa ao perceber uma série de referências e características típicas. Um bom exemplo é o uso de receitas de culinária, que servem para criar itens que recuperam pontos de energia ou dão bônus especiais utilizando coisas que você coleciona enfrentando monstros.

Explorando os cenários
O mais marcante, com certeza, é o sistema de combate ativo chamado de Linear Motion Battle System, em uma versão modificada desde "Tales of the Abyss", lançado em 2005 para Playstation 2. Basicamente as lutas funcionam como em um jogo de ação, ou mesmo um de luta simplificado, em tempo real. Você tem um botão de defesa, outro de ataque comum e outro de especial, que consome pontos de magia. Só é possível controlar um personagem enquanto o computador se encarrega do restante do grupo, com a movimentação totalmente livre dentro do cenário -- ainda que seja possível customizar a programação dos seus companheiros para se adequarem a seu estilo de jogo.

Ainda que não dê muito tempo para pensar, os combates ainda conseguem ter um elemento estratégico forte, uma vez que se torna necessário conhecer os pontos fortes de cada herói para melhor utilizá-lo e posicioná-lo corretamente, como colocar Estellise para curar os aliados de uma distância segura enquanto outros atacam ou usam itens, por exemplo. Há ainda ataques especiais conhecidos como Overlimits, uma barra que enche durante as lutas e diminui a interrupção dos combos, e também os Fatal Strikes, que podem aniquilar inimigos instantaneamente.

Os ataques especiais, ou melhor, as habilidades especiais, aqui chamadas de Artes, também têm um bom nível de complexidade e evolução, aumentando o nível de estratégia nas lutas. Elas podem ser ofensivas, defensivas ou de suporte, e seus heróis podem ganhá-las naturalmente ao enfrentar monstros ou ao adquirir armas que as possuem. Com o tempo, eles podem herdar as tais Artes das armas e descartar os equipamentos, além de manipular este poder para aumentar o dano e usar o poder de duas ao mesmo tempo, por exemplo.

Jogando um animê

Longe de ser um jogo original, "Tales of Vesperia" consegue prender bastante a atenção em grande parte graças à sua apresentação. Ainda que não seja tão detalhado quanto "Eternal Sonata", é um jogo belo o suficiente para deixar o jogador com os olhos fixados na televisão.

Tamanho não é documento
Mesmo com alguns cenários simples, a taxa de quadros é sólida, sem momentos de lentidão, e com cenários e personagens caprichadíssimos. Com modelos poligonais criados com a técnica cel-shading, que faz com que tenham a aparência de terem sido desenhados à mão, você sempre tem a impressão de estar controlando um animê, o que ajuda bastante na imersão. Como complemento fundamental, há as ótimas seqüências de animação tradicional produzidas pela Production IG, realizadora de clássicos como "Ghost in the Shell" e "Patlabor", que até mesmo reproduzem algumas mudanças nos equipamentos de seus personagens.

O som segue também com o alto padrão de qualidade, com um rico conjunto de efeitos sonoros que contribuem para a ilusão de um mundo vivo. Ainda assim, o que brilha mesmo é a ótima dublagem, realizada por atores veteranos em dublar animes para o público norte-americano, o que contribui para o charme dos personagens. O único problema é realmente a falta de cuidado com a tradução do japonês para o inglês, que deixou passar uma série de frases sem sentido, erros de concordância, uso exagerado de gírias em determinados momentos ou até mesmo a falta de tradução em alguns trechos.

CONSIDERAÇÕES

"Tales of Vesperia" é um típico RPG japonês tradicional, que não parece ter as mesmas ambições de produções maiores do gênero lançadas anteriormente para o console da Microsoft. A impressão que se tem é que o jogo foi criado para os fãs, aproveitando o poder da nova plataforma para dar uma apresentação mais moderna, mas mantendo todos os elementos clássicos da franquia. Marinheiros de primeira viagem também devem curtir, pois só precisam encarar o início lento para descobrir um jogo envolvente, com personagens carismáticos e um sistema de batalha diferente do habitual.

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    Tales of Vesperia (Xbox 360)

    91 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Namco-Bandai
    Lançamento: 19/08/2008
    Distribuidora: Namco-Bandai
    Suporte: 1 jogador
    Outras plataformas: PS3
    ImperdívelAvaliação:
    Imperdível

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