UOL Jogos - Tudo sobre games e Jogos onlineUOL Jogos - Tudo sobre games e Jogos online
UOL BUSCA

Xbox 360

Watchmen: The End is Nigh

06/03/2009

OTÁVIO MOULIN
Colaboração para o UOL
Rorschach é cruel
Depois de quase duas décadas no limbo, finalmente o filme baseado na seminal minissérie de quadrinhos "Watchmen" chega aos cinemas, pelas mãos do diretor Zack Snyder e com roteiro do novato Alex Tse sobre rascunhos de David Hayter - este velho conhecido dos fãs de videogames por emprestar sua voz a Solid Snake, na franquia "Metal Gear Solid".

O fascínio em torno de "Watchmen" veio de sua ousadia na época em que foi publicada, quando desconstruiu o mito dos super-heróis, mostrando-os como indivíduos moldados por conflitos internos e traumas de gente grande; os agentes do caos e da ordem em um mundo violento e sensual dividido pela guerra fria. A complexidade do trabalho de Alan Moore e Dave Gibbons foi em parte responsável por tamanha demora ao se chegar aos cinemas, já que por todo o caminho não faltaram aqueles que apontaram a obra como impossível de ser adaptada em poucas horas de projeção.

O mais interessante é que o filme não só foi feito, mas foi vendido como um grande filme de super-heróis. Pela campanha de divulgação pode até parecer um novo "X-Men", e como tal, ganhou até mesmo um ambicioso jogo de videogame, que se dá ao luxo de ampliar o histórico de personagens fundamentais na trama - para desespero dos fãs mais puristas e de Moore, que não esconde seu desprezo por adaptações.

Ampliando a história

Coruja se esforça para vencer os inimigos
Como não havia tempo hábil para criar um jogo completo para ser vendido no varejo a tempo da estréia do filme nos cinemas, a Warner resolveu apostar na distribuição digital e cobrar caro: previsto para ter seis capítulos, o primeiro chega com o preço de US$20, um absurdo se notarmos sua curta duração.

"Watchmen: The End is Nigh" se passa quase dez anos antes da história original, explorando a parceria entre o psicótico Rorschach e o relutante Coruja pouco tempo antes da aprovação da Lei Keene, que proibiu a ação de vigilantes. Os dois começam a aventura se infiltrando na penitenciária de Sing Sing, onde está ocorrendo uma rebelião. A partir deste evento, vilões que foram apenas mencionados na graphic novel original são explorados, em um roteiro do veterano Len Wein, que foi o editor original da obra de Moore e Gibbons.

Embora Wein seja uma figura lendária no ramo dos quadrinhos - ele é o criador de figuras famosas como o Monstro do Pântano e o mutante Wolverine - e tenha seu mérito na trajetória de "Watchmen", não havia nada que pudesse fazer para transformar o jogo em algo relevante. Seu trabalho é de encomenda, ingrato por tentar dar algum peso a um game de pancadaria raso e repetitivo, se resumindo a fisgar referências e manter as personalidades dos personagens nos lugares, o que só deve ser apreciado pelos mais fanáticos pela obra.

Parceria de vigilantes

Quem olha por eles?
Um ou dois jogadores podem participar de partidas locais, escolhendo entre Rorschach e Coruja, que tem habilidades diferenciadas. O jogo funciona basicamente como "Final Fight" ou "Streets of Rage", exibindo grandes sequências de pancadaria intercaladas por alguns eventos de pouca relevância, como um minigame para abrir fechaduras que lembra "Splinter Cell". Bata e corra por cerca de duas horas e você chega ao fim do game.

Tudo é incrivelmente repetitivo, desde os cenários até os inimigos, o que começa a pesar logo nos primeiros minutos de jogatina. Os heróis possuem um repertório limitado e, tirando momentos em que armas brancas aparecem ou alavancas devem ser acionadas, tudo se resume a esmigalhar os botões de aça sem muita elegância ou preocupação.

Ao menos a apresentação é de alta qualidade. Todos os diálogos da dupla principal foram dublados por seus intérpretes do filme, Patrick Wilson (Coruja) e Jack Earle Haley (Rorschach), mantendo a química das telas. Os dois são acompanhados de maneira imponente por trechos da trilha original de Tyler Bates, que dá mais peso à ação.

Os gráficos são espetaculares se levarmos em conta que se trata de um jogo distribuído por download. Há alguns efeitos impressionantes que dão vida aos ambientes, como o movimento de vapores ou reflexos em poças de água, assim como a movimentação dos mocinhos, que é bastante complexa. A taxa de animação irregular, assim como alguns serrilhados em torno dos protagonistas, tira um pouco do brilho do visual, mas ainda é marcante a complexidade do trabalho para este tipo de produto.

CONSIDERAÇÕES

"Watchmen: The End is Night" tem uma apresentação de primeira, contando com o talento vocal dos atores do filme, a trilha original e um roteiro esforçado de Len Wein, editor da obra original escrita por Alan Moore e ilustrada por Dave Gibbons. Pena que o mais importante, sua mecânica, tenha sido idealizada sem ambições e apresente o título como jogo de pancadaria sem profundidade ou relevância. Como agravante vem o alto preço de US$20, quase absurdo diante da natureza episódica, de curta duração, do game e da falta de modos extras.

Compartilhe:

    Receba Notícias

    GALERIA

    Watchmen: The End is Nigh (Xbox 360)

    38 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Deadline Games
    Lançamento: 04/03/2009
    Distribuidora: Warner Bros. Interactive
    Suporte: 1-2 jogadores, cartão de memória
    Outras plataformas: PC PS3
    RegularAvaliação:
    Regular

    Shopping UOL

    UOL Jogos no TwitterMais twitters do UOL
    Foots - Jogo social online para Orkut
    Hospedagem: UOL Host