Way of the Samurai 3

OTAVIO MOULIN
Colaboração para o UOL

Uma odisséia japonesa

A série "Way of the Samurai", nascida no Playstation 2, parece ter utilizado o clássico filme "Yojimbo", de Akira Kurosawa, como fonte de inspiração. Nela, o jogador encarna um samurai que coleciona fama e fortuna ao cumprir missões tanto para civis quanto para clãs feudais, o que geralmente acaba colocando um contra o outro. As possibilidades são bem variadas e há um esforço genuíno por parte dos designers em recriar o clima da época, mas a verdade é que, embora interessante, a série nunca tenha sido polida devidamente.

"Way of the Samurai 3" não parece disposto a ir muito fundo. O game repete praticamente tudo o que foi visto nos games anteriores, com gráficos e sons medíocres que pouco fazem para justificar o lançamento em uma plataforma atual.

Lutas e esquisitices

O menu principal não traz muitas opções e leva direto ao ponto. O usuário cria seu samurai e logo passa a explorar as poucas cidades do mapa em busca de trabalho, armas e confusão. A liberdade para matar praticamente qualquer pessoa ou escolher a quem servir é bem interessante, mas nunca é realmente explorada devido a todo tipo de restrição; só é possível escolher uma missão por vez, por exemplo, e sua movimentação é limitada aos pontos marcados no mapa.

Comercial da TV nipônica

O que segura mesmo é a curiosidade em ver no que pode acontecer, afinal, quando uma de suas missões iniciais é a de recuperar a calcinha perdida da anciã da vila, é sinal de que vale tudo na história. Dá para se tornar líder de um grupo de bandidos ou mesmo ser ridicularizado na cidade por fazer coisas erradas, então nunca uma partida é igual a outra. As reações dos personagens e consequências são geralmente superficiais, mas há sempre uma novidade a cada esquina.

Os combates estão em todos os cantos, mas não são nada memoráveis. As lutas são simples e intercalam golpes diretos e bloqueios. O que define o resultado geralmente é a espada utilizada, pois cada arma do jogo tem suas estatísticas. Com uma lâmina realmente boa não há motivo para suar a camisa, o que acaba deixando a habilidade em segundo plano.