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Brain Age

28/03/2006

da Redação
A cópia de avaliação de "Brain Age - Training Your Brain in Minutes a Day" utilizada pelo UOL para fazer esta análise foi um "presente" de Satoru Iwata, presidente da Nintendo, ganho durante a conferência da companhia realizada na Game Developers Conference 2006, em San Jose, nos Estados Unidos.

Citamos a passagem acima porque, dentro da caixa do jogo, havia uma carta de Iwata que, em linhas gerais, dizia que "Brain Age" era para ser dividido com colegas, parentes e, principalmente, com pessoas que nunca se arriscaram em um videogame antes. O propósito faz sentido, porque o sequer é possível enquadrar "Brain Age" exatamente dentro do conceito de game.

"Brain Age" nasceu originalmente no Japão e, após vender milhões de cópias por lá, transformando-se em uma verdadeira febre em território nipônico, chega ao ocidente sob o original conceito de "jogo de estimulação cerebral". Sim, porque a idéia por trás do game é treinar a mente, de maneira lúdica e interativa, tirando vantagem dos recursos únicos do portátil DS.

Fritando os miolos

A primeira surpresa com "Brain Age" acontece logo quando o DS é ligado, uma vez que, diferente do habitual, ele é jogado com o console na posição vertical - e não na horizontal -, como se o aparelho fosse um livro. Até por isso, como é possível presumir, a stylus, através da tela interativa, é o principal canal de interação, deixando os botões e direcionais de lado.

Na tela da direita, o jogador conta com a companhia de Dr. Ryuta Kawashima. Ou melhor, da cabeça dele que, por balõezinhos de diálogo, dá dicas sobre como encarar os exercícios e desafios do jogo, além de explicar conceitos do funcionamento do cérebro. Porém, o mais interessante é que o Dr. Kawashima existe mesmo: trata-se de um dos maiores estudiosos sobre as diferentes partes do cérebro, e foi ele quem elaborou o programa de treinamento de "Brain Age".

Logo de cara, você é apresentado às modalidades de jogo, que incluem Quick Play, Daily Training, Sudoku e Download. A primeira opção, Quick Play, nada mais é que uma espécie de demo de "Brain Age", para jogar com maior liberdade, sem que os resultados fiquem registrados no seu histórico.

O programa principal do jogo está em Daily Training que, como o próprio título sugere, é um modo baseado em sessões diárias com exercícios variados. Na primeira vez que o jogador acessa o modo, assina o nome e fornece data de nascimento, dentre outras breves, porém essenciais, informações pessoais. Por exemplo: se é destro ou canhoto - no caso da segunda opção, basta rotacionar o portátil, invertendo a posição da tela sensível. Engenhoso, não?

De acordo com o nosso dileto Dr. Kawashima, assim como qualquer músculo do nosso corpo, o cérebro deve ser treinado diariamente, dentro de uma disciplina. Fazendo tudo da maneira correta, o sangue fluirá mais ativamente pelo cérebro, melhorando o seu desempenho. Feito um teste inicial para determinar sua idade cerebral atual, a idéia é seguir o programa e, com o passar dos dias, aprimorar a média.

"Que burro! Dá zero pra ele"

Como não poderia deixar de ser, há vários testes disponíveis. Em Stroop, o objetivo é pronunciar (em inglês, naturalmente) a cor de palavras que aparecem pela tela. São quatro as cores possíveis: amarela, preta, vermelha e azul. O detalhe é que as palavras que aparecem são os nomes das cores, o que é suficiente para, principalmente no início, causar alguma confusão na cabeça de qualquer um.

A interação com o microfone é um pouco acidentada, já que muitas vezes "Brain Age" insiste em não reconhecer certas pronúncias, resultando em mensagens de erro que, inevitavelmente, afetam o seu desempenho de forma negativa. Além disso, este é o tipo de exercício que precisa ser praticado em ambientes adequados, ou seja, silenciosos.

Outro exercício, o "Calculations x 20", utiliza a tela sensível e consiste em vinte operações matemáticas consecutivas que devem ser resolvidas no menor tempo possível - há versões do exercício com até cem operações. Algumas vezes, o jogo não reconhece o algarismo escrito e, nesse caso, é preciso acionar o botão "Apagar" ("Erase") e escrever novamente. Só que, às vezes, o game reconhece o número de maneira errônea, o que, tal como relatado no Stroop Test, prejudica distorce o resultado final.

A essa altura do jogo, o seu perfil já está criado e o status cerebral determinado. Então, você pode se arriscar em outros testes, inclusive eventos, como um quiz de memória em que a representação virtual do Dr. Kawashima lhe fará algumas perguntas e, dias depois, as repetirá, cabendo a você fornecer as mesmas respostas do anterior. Existe ainda um quiz de desenho, no qual você deve desenhar certas figuras, como animais (coala, canguru etc.), conferindo depois uma versão detalhada da figura em questão, fornecida pelo jogo.

Repeat, please!

Alguns exercícios exigem conhecimento em inglês, como Reading Loud, em que é necessário ler trechos de textos o mais rápido possível e, ao final, o jogo avalia a média de sílabas por segundo. Em Syllabe Count, por sua vez, é preciso contar o número de sílabas de certas frases e escrevê-lo na tela.

Já em Low to High, um dos mais desafiadores, números são exibidos na tela por um breve instante e em determinada ordem. Daí cabe a você apontar seus respectivos lugares, na ordem crescente. No começo, são mostrados quatro números por vez e, conforme você acerta, aumenta para cinco, seis etc.

E "Brain Age" segue por esse caminho, com testes matemáticos variados, desde os mais complexos até contas que devem ser resolvida por voz, passando pelo desafio de contar quantas pessoas entram e saem de uma casa.

O desempenho do jogador fica armazenado em seu histórico e o game, através do relógio do DS, reconhece a dose adequada de testes diários. Então, desde que se tenha disciplina, é realmente possível melhorar a sua capacidade cerebral, destravando novos testes e até brincando de resolver Sudoku, um tipo de cruzadas com números.

"Brain Age" oferece modo multiplayer sem fio para até 16 participantes (!!!), trazendo alguns dos exercícios do single-player, numa competição baseada no tempo e na menor quantidade de erros possível. Também é possível trocar demos, como resolução de Sudokus, por exemplo, com outros portáteis.

CONSIDERAÇÕES

A grande pergunta que paira no ar é: "afinal de contas, tudo isso é divertido ou não?". Como já foi dito, "Brain Age" não pode ser enquadrado inteiramente no conceito de jogo, pois é uma coletânea de exercícios, testes e quebra-cabeças para treinar o cérebro. Um estilo peculiar do Japão e que agora tentar repetir o sucesso nos Estados Unidos.

Na verdade, talvez o perfil de jogador mais fanático passe reto pelo game, afinal, o que ele está à procura é simplesmente de diversão - e não há nada de errado nisso. Entretanto, aqueles que buscam algo diferente em um jogo eletrônico e gostam de exercitar a mente, se apaixonarão à primeira vista.

O verdadeiro valor de "Brain Age" é provar que o game pode efetivamente ir além, quebrar paradigmas, captar um público novo e continuar entretendo da mesma forma. Sim, porque o jogo da Nintendo consegue, de maneira divertida, melhorar a fluxo sangüíneo cerebral e, por conseqüência, o desempenho da mente.

Contudo, o game sofre com algumas questões técnicas, ligadas ao reconhecimento da voz e da escrita, mas basta se habituar ao estilo para superar o entrevero. Ainda assim, o interesse em alguns exercícios pode ficar limitado ao público brasileiro, em função do problema com o idioma.No mais, é o tipo de game que qualquer pai vai, com prazer, comprar para o filho, sem precisar insistir.

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    Brain Age (DS)

    40 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Nintendo
    Lançamento: 17/04//2006
    Distribuidora: Nintendo
    Suporte: 1-16 jogadores
    Outras plataformas: PSP
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