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Dragon Quest IX: Sentinels of the Starry Sky

19/07/2010

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
Quem mora do lado do Atlântico do mundo pode não acreditar - nem imaginar - na popularidade de "Dragon Quest" no Japão. A mesma devoção que os fãs ocidentais dedicam a "Final Fantasy", o outro RPG da Square Enix tem igual ou maior prestígio entre os gamers orientais.

O fato de contar com criadores famosos, é claro, ajuda: o roteirista Yûji Horii já tinha vários adventures de renome no currículo quando fez "Dragon Quest"; Kôichi Sugiyama é um consagrado maestro e os personagens são assinados por Akira Toriyama, autor de "Dragon Ball". Mas parece que os nipônicos têm uma dívida de gratidão com a série que lançou as bases do chamado RPG japonês, que acabou virando até um subgênero, com todos os seus encantos e defeitos.

"Dragon Quest IX: Sentinels of the Starry Sky" é a estreia de um episódio canônico numa plataforma portátil - e marca a volta a uma máquina da Nintendo: os dois games anteriores saíram para PSOne e PlayStation 2, depois de seis jogos no NES e Super NES. Com seu enorme sucesso, a série tem o poder de determinar o sucesso ou o fracasso de uma plataforma no Japão.

Assim, os fabricantes têm mais um motivo para lutar pela liderança na guerra de consoles: é no videogame potencialmente mais popular que vai sair o próximo "Dragon Quest" - e a produtora do game parece desconhecer o termo multiplataforma. Na época do anúncio de "Dragon Quest IX" a bola da vez era o Nintendo DS - e o próximo já está confirmado para Wii.

Tradição e revolução

Primeiro trailer
Essa é uma franquia conhecida pelo seu tradicionalismo - e isso não é diferente em "Dragon Quest IX" -, mas o game empreendeu a maior revolução nessa série de RPG que já tem quase um quarto de século de vida (o primeiro game data de 1986). A influência veio de fora: o produtor do game, Ryûtaro Ichimura, afirmou que títulos como "Diablo" e "The Elder Scrolls", dois cânones do RPG ocidental, foram inspiração para essa obra.

A fusão da Enix com a Square e a contratação da Level-5 para desenvolver o game fizeram bem para a série. "Dragon Quest VIII", lançado para PlayStation 2 em 2004 no Japão, foi um dos mais belos games da franquia e ficou mais "cinematográfico", ensaiando uma aproximação com "Final Fantasy". "Dragon Quest IX" também é um game bem produzido, mas não está em pé de igualdade no que diz respeito ao visual - claro, é mais uma limitação do Nintendo DS que inépcia da Level-5.

Há quem compare "Final Fantasy" a um filme e "Dragon Quest" a um livro. A analogia faz sentido: o último extrai brilho dos pequenos acontecimentos - e alguns muito grandes - vivenciados pelo protagonista que, mais que nunca, é uma representação do jogador. Agora, pela primeira vez, o avatar é um personagem montado pelo usuário. As opções de personalização são limitadas, mas isso é compensada pela grande quantidade de armas, vestimentas e acessórios (taí a porção "Diablo" do game) - cada um desses itens modifica a aparência do bonequinho.

Dono do nariz

A aventura aguarda
"Dragon Quest IX" dá mais liberdade para o jogador, pois, apesar de o caminho ser único para a conclusão do modo de história, há opções de exploração e de missões paralelas, e o leque vai ficando cada vez maior na medida em que progride na aventura. Por outro lado, e isso é quase um corolário da maior liberdade, o enredo, um dos grandes destaques da série, perdeu um pouco de sua força.

O escritor Yûji Horii tenta dar dinamismo nas primeiras cenas, mas o desenrolar do roteiro é meio devagar em boa parte da aventura inicial. Outra perda vem da galeria de coadjuvantes, menor em quantidade e em qualidade: não há alguém que brilhe como Yangus em "Dragon Quest VIII", que ganhou até mesmo um jogo próprio.

Assim, a aventura para um jogador carece dos elementos de história que fizeram de "Dragon Quest VIII" uma experiência notável. Mas não se engane: ainda é um game fantástico e de grande volume de conteúdo - são pelo menos 40 horas para fazer apenas as missões essenciais, mas existe uma quantidade enorme de tarefas paralelas que, muitas delas só podem ser acessadas após derrotar o chefão final. Mas é um desperdício reduzir "Dragon Quest" apenas a uma experiência solitária.

A oito mãos

Comercial com Seth Green
Não é exagero dizer que um mundo de possibilidades se abre no modo multiplayer. É uma pena essa modalidade ser apenas via rede local e que somente o "dono" da partida possa gravar seus progressos (os outros jogadores ganham experiência e itens), mas jogar ao lado de amigos é uma experiência bem diferente: muito dos trabalhos podem ser divididos e as lutas - que é no sistema de turnos - ganham agilidade e se tornam algo vivo, na medida em que a inteligência artificial é substituída por outros jogadores.

Ter companheiros de "Dragon Quest IX" traz outras vantagens, como a possibilidade de trocar mapas de masmorras secretas, que podem esconder tesouros preciosos. Como são geradas aleatoriamente, essas cavernas existem em quantidade ilimitada, e quem tem compulsão para ter os melhores itens está bem servido.

Essas funções de conectividade foram vitais para tornar "Dragon Quest IX" um sucesso arrebatador e duradouro no Japão (é o mais vendido da série por lá, deixando "Dragon Quest VII" para trás). Mais que isso, virou fenômeno: em Akihabara, o paraíso dos aficionados em desenhos e jogos, havia locais específicos em que os fãs se juntavam para jogar. Ainda, durante um ano, foram lançadas missões extras por download todas as semanas, o que ajudou a manter o interesse pelo jogo. A edição americana também traz esse recurso.

CONSIDERAÇÕES

"Dragon Quest IX" é inegavelmente um RPG brilhante e que faz jus à sua fama. Como experiência single-player, pode ser visto como um retrocesso em relação ao antecessor, mas as funcionalidades multiplayer compensam, com sobras, essa deficiência. Esse é um game que fica mais divertido quando quatro jogadores se juntam e até faz relevar os elementos de RPG japonês que parecem engessados, como o sistema de diálogo e as lutas por turnos. O título sofreu uma transformação corajosa, ao mesclar elementos de RPG ocidental com a tradição de enredos brilhantes que tem a série. Não há dúvida: "Dragon Quest IX" é um dos melhores RPGs do Nintendo DS.

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    Dragon Quest IX : Sentinels of the Starry Sky (DS)

    365 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Level-5
    Lançamento: 11/07/2010
    Distribuidora: Square Enix
    Suporte: 1-4 jogadores
    ImperdívelAvaliação:
    Imperdível

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