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Electroplankton

30/01/2006

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
O Nintendo DS foi concebido para ser um portátil diferente dos demais, seguindo uma filosofia que vem sendo empregada pela companhia de Kyoto há algum tempo. Sendo assim, nada mais natural que seus jogos também sigam o mesmo caminho, com tantos "games" que não são convencionais como "Fell the Magic XY/XX", "Nintendogs", "Animal Crossing: Wild World" e "Brain Training", entre outros.

E esse novo caminho parece estar rendendo frutos para a Nintendo, que teve vários dos títulos acima com mais de um milhão de cópias vendidas. Desses, apenas "Feel the Magic" não conseguiu chegar ao número mágico.

E "Electroplankton" é o mais novo exemplo desta safra de softwares diferentes, que muitas vezes nem poderiam ser chamados de jogos, pois quase não há desafios envolvidos. Assim como "Nintendogs" e "Animal Crossing", o presente título é tudo sobre experiência e interação, sem compromisso com a competição.

Toque outra vez!

É difícil definir "Electroplankton". Talvez a descrição mais aproximada seja uma obra de arte digital travestida de editor musical. Sim, arte, sem entrar no mérito da qualidade, no sentido de provocar sensações ao espectador. E o artista, no caso, é Toshio Iwai, que tem experiência com projetos interativos, principalmente envolvendo sons.

O título é como uma instalação artística, só que, em vez de ser exposto numa Bienal, foi acomodado no portátil DS, aproveitando as suas principais funcionalidades. Todos os dez modos de edição de "Electroplankton" fazem uso da tela sensível e também dos botões tradicionais, inclusive o direcional. Além disso, alguns também se aproveitam do microfone embutido.

O jogador tem duas opções: o modo performance ou audience. Este modo é uma espécie de demonstração, mostrando o funcionamento básico dos dez tipos de plânctons existentes no cartucho. Aqui, os bichinhos criam automaticamente as obras, mas o espectador pode participar, pois todos os controles estão ativos como no modo performance, em que tudo é feito pelo usuário.

Plânctons para te quero

Talvez descrevendo cada um dos dez editores do game, representados por uma espécie de bichinho, você tenha uma visão melhor de "Electroplankton": o primeiro deles é a espécie Tracy, seis organismos digitais que emitem notas conforme o trajeto que cada um percorre. A velocidade com que você desenha o traçado também influencia o som.

Já o Hanebow é o que mais lembra um jogo. Controlar o ângulo de lançamento desses seres, que mais parecem girinos, e também dos ângulos das folhas de um galho, faz com que eles quiquem de forma variada, emitindo um som com o impacto. E, se você conseguir atingir todas as folhas a ponto de torná-las vermelhas, nasce uma flor no galho.

Luminaria: esses bichinhos elétricos seguem as setas espalhadas pela tela e cada um tem velocidade e timbre diferente. As setas podem ter direção e sentido definidos por um toque da caneta e, se deixar pressionado por um tempo, ela começa a girar aleatoriamente. Com os direcionais, é possível mudar a direção de todas as setas.

O comportamento do Sun-Animacule lembra o de uma estrela, como o sol. Você pode posicionar até 30 na tela e eles vão ficando cada vez maiores com o tempo. Eventualmente, podem virar uma lua; o direcional controla a variação da passagem do tempo.

Já os Rec-Rec parecem peixinhos, mas eles se alimentam de ondas sonoras - já viu que é hora de usar o microfone, certo? Basta tocar com a caneta em um deles e emitir qualquer som perto do captador: pode ser sua voz, algum instrumento musical, palmas ou o que sua imaginação permitir. Esses sons se repetirão de compasso em compasso, sob várias batidas rítmicas. Até quatro sons poderão ser gravados de uma vez.

Um balé aquático. Essa parece ser a proposta dos Nanocarps, um conjunto bichinhos que realiza diversas formações, dependendo do som captado pelo microfone. Experimente bater palmas em diferentes ritmos, assoprar ou cantarolar melodias para ver suas reações. Além disso, ao tocar na tela uma onda sonora se espalha e ressoa em cada um dos Nanocarps. Os direcionais também provocam ondas, porém retas.

Os Lumiloops são um dos mais simples: tudo que o usuário tem a fazer é girar cada um dos cinco bichinhos, que parecem rosquinhas. Quanto mais rápido girar, maior é a onda de energia, que influencia os outros Lumiloops. O som gerado por eles é contínuo, bem aéreo.

Os Marine-Snows são uns dos que proporcionam o melhor espetáculo visual e sonoro. O nome vem de um fenômeno real: da ilusão de estar nevando no fundo do oceano. Esses flocos nada mais são que plânctons mortos. Mas o visual desse modo parece mais uma dança de cristais de gelo.

No começo, todos eles estão ordenados, mas dá para trocá-los de posição, tocá-los ou arrastar a caneta e encostá-la em vários deles ao mesmo tempo. Cada vez que você faz isso, eles emitem um som. Esse também é um dos modos que permite criar uma música mais tradicional, como uma peça de piano. Mas os Marine-Snows têm quatro timbres, como um que imita aquelas caixinhas de música.

Para os fãs de videogames, mais precisamente de jogos de NES, os Beatnes deverão trazer boas lembranças, já que emitem sons de obras clássicas, como "Super Mario Bros" e "Kid Icarus", acompanhado de um ritmo característico desses títulos. Além disso, clicando no corpo dos plânctons, é possível criar melodias. Esse é um dos mais se assemelham a um editor de músicas tradicional, mas é uma pena que tudo que você programou desapareça em quatro compassos. E nem dá para salvar em lugar nenhum.

O último dos bichinhos é o Volvoice, que também se alimenta de voz. Ele permite gravar até oito segundos e depois reproduzi-los de várias maneiras: normal, invertido, rápido, devagar, com voz metálica e por aí vai.

Laboratório de sons e barulhos

Visto como um editor de musica, "Electroplankton" é limitado, pois as opções são reduzidas e dificilmente se consegue reproduzir uma melodia imaginada. Ele é mais uma brincadeira com sons, que estimulam a clicar em vários lugares, bater palmas ou falar ao microfone. Enfim, experimentar. Se, por um lado, todas "composições" resultam em algo minimamente harmonioso, também é verdade que quase tudo seja muito igual um ao outro.

O espetáculo visual satisfaz: o título claramente tem um direcionamento artístico, usando fundos com um tom de cor e objetos que abusa do degradê para o transparente, como se fossem feitos de luz. Enquanto a tela de baixo mostra o "cenário" geral, a de cima destaca um dos plânctons em particular. Vale destacar o manual e a caixinha do jogo, um dos mais charmosos dos últimos tempos.

Naturalmente, o som é um dos destaques técnicos, com reproduções cristalinas dos mais variados instrumentos. Além disso, emula efeitos "surround" com o alto-falante do Nintendo DS ou abusa dos efeitos estéreos, se ajustar o jogo para ouvir com fones de ouvido.

CONSIDERAÇÕES

"Electroplankton" é uma idéia interessante, uma arte interativa que mescla visual e som. A curiosidade instiga a experimentar várias ações com a caneta e o microfone, além dos botões, mas a limitação imposta pelo título faz com que o interesse não dure muito tempo. Talvez uma opção para conectar vários DS - até mesmo de forma online - conseguisse prolongar um pouco mais a sua vida útil. Apesar de simpáticos, parece que o destino desses plânctons digitais é o mesmo de seus colegas orgânicos: virar neve marinha.

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    Electroplankton (DS)

    41 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Nintendo
    Lançamento: 09/01/2006
    Distribuidora: Nintendo
    Suporte: 1 jogador
    RegularAvaliação:
    Regular

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