Mushroom Men: Rise of the Fungi

OTÁVIO MOULIN
Colaboração para o UOL

Inimigos e armas

A distribuidora Gamecock, a exemplo de sua antecessora GOD (Gathering of Developers), foi criada para funcionar como uma espécie de cooperativa de produtoras independentes, em busca de franquias e produtos originais. Um dos estúdios associados é a Red Fly, com sede no Texas, que começou apostando alto na criação dos "Mushroom Men", astros de dois jogos de ação distintos, mas com histórias interligadas, que surgiram recentemente no DS e no Wii.

A aventura do DS se chama "Rise of the Fungi" e funciona como um prólogo para "The Spore Wars", que ocorre no videogame de mesa da Nintendo. O ponto de partida é a passagem de um cometa pela órbita da Terra, que deixa um rastro de pó verde misterioso que não afeta os humanos, mas os cogumelos. Eles ganham inteligência e o que logo resolvem fazer? Se dividir em grandes tribos e declarar guerra uns aos outros, claro.

É um universo bastante rico e original. Principalmente os painéis pintados à mão que ilustram o enredo e apresentam os personagens são especialmente inspirados, passando uma boa noção da energia gasta pela equipe da Red Fly em criar uma franquia do zero. É um mundo bem estranho também, o que instiga o jogador a explorar todos os cantos dos cenários em busca de novidades e surpresas, o que é algo sempre bem-vindo em um mercado tão focado em continuações e remakes como o atual.

Plataforma básica

Apesar da ambientação bastante envolvente e diferenciada, "Rise of the Fungi" tem uma mecânica tradicional. É velho e bom falso jogo 3D de plataforma, com gráficos poligonais que disfarçam a ação que transcorre em 2D. Aqui você escolhe um personagem genérico e deve passar por várias fases, enfrentando inimigos enquanto coleta itens pelo caminho.

Guerra de cogumelos

Embora a base seja reconhecível, batida até, a Red Fly introduziu alguns elementos para deixar a aventura um pouco mais moderna e dinâmica. O mais interessante, sem dúvida, é o de coleta de itens para a confecção de armas: seu herói pode usar um palito para atacar, mas ao juntar um palito ou um alfinete a uma pedra ou uma bolinha, uma arma bem mais letal pode surgir. Há várias combinações disponíveis, com os materiais mais inusitados, em uma interface bastante intuitiva - é possível trocar as posições da tela de ação e o inventário sempre que quiser para tirar proveito da caneta stylus e facilitar a manipulação. Os mais empolgados podem até chamar um amigo para uma partida cooperativa via wi-fi.

O lado ruim é que o jogo falha em seu funcionamento mais básico, como nos pulos e nos combates. Em muitas situações, as plataformas são difíceis de serem identificadas e você se joga para a morte até acertar a posição correta. Depois de muita frustração, ainda deve matar insetos chatos que são difíceis de acertar e, principalmente, de morrer. Os próprios controles nunca parecem muito certinhos, precisos, e quando não há confiança neste aspecto geralmente não é um bom sinal.