Crimson Tears

da Redação

A produtora DreamFactory já colheu muitos elogios com as séries "Tobal" e "Ehrgeiz", mas a empresa acabou perdendo boa parte de sua fama em "The Bouncer", jogo publicado pela Square Enix que prometia uma revolução no gênero dos jogos de luta. Agora, depois de algumas adaptações competentes de jogos baseados na "UFC", a empresa tenta recomeçar do zero com "Crimson Tears", um conceito original para o gênero.

"Crimson Tears" tem um visual de desenho animado e une o sistema de combate dos jogos de luta clássicos (com muitos combos) ao sistema de experiência de RPGs na linha de "Diablo". Apesar de excêntrica, a mistura é interessante e casa muito bem os dois gêneros bem distintos, mas a execução de alguns dos elementos deixa um pouco a desejar.

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Jogadores controlam três andróides em uma cidade destruída em sua busca pelo cientista que os criou. Com a ajuda de um quarto robô com poderes telepáticos, eles devem vasculhar dezenas de fases geradas aleatoriamente enquanto juntam experiência, armas e itens para enfrentar o desafio final. Entre cada desafio, é possível explorar as ruínas da cidade para gastar o dinheiro arrecadado e ajudar em sua reconstrução.

Pequenas idéias ajudam a deixar o game interessante. Se você perder um personagem, por exemplo, pode mandar outro para tentar salvá-lo numa tentativa de recuperar todos os itens que ele carregava. Para tal, usando indicações da andróide telepata, você precisa correr pela fase em que ele foi derrotado e encontrá-lo em menos de dois minutos. No caso de chefes, o jogador tem a opção de uma "segunda rodada" contra o mesmo inimigo - que não tem sua energia recarregada - mas não pode usar nenhum item.

Outros dois elementos completam "Crimson Tears": as armas também ganham experiência e podem ser remodeladas com itens encontrados pelas fases em versões mais poderosas. Isso incentiva o espírito de "caça ao tesouro", que segura o jogador por bastante tempo. Finalmente, os andróides têm uma característica curiosa: eles vão se aquecendo com cada golpe: quando mais poderoso o movimento, mais ele esquentam. Quando o indicador de calor chega ao máximo, seus ataques ficam mais poderosos, mas sua defesa cai drasticamente - um resultado que pode ser usado de maneira estratégica pelo lutador experiente.

Arquitetos nada criativos

A fórmula funciona e a DreamFactory trabalhou bem o sistema de combos, algo que a produtora saber fazer muito bem. Mas apesar da boa idéia, jogadores mais exigentes vão logo tropeçar nos erros crassos do game. As "fases aleatórias" são, na verdade, apanhados cada vez maiores de uma pequena variedade de salas quase idênticas e nada detalhadas. Para piorar, o game mostra apenas uma pequena parte de cada sala devido ao alto "zoom", fazendo com que o jogador seja vítima dos inimigos que atiram. A repetição acaba chegando bem rápida e pode irritar muita gente. Para salvar, os chefes variados e criativos parecem ser a parte mais motivadora.

A cidade também falha em revelar algo para prender para o jogador durante sua jornada. Ela começa pequena e ganha novidades com doações de dinheiro feitas pelo jogador ao seu governador. Mesmo assim, isso se traduz apenas em mais lojas para o jogador gastar o mesmo dinheiro.

A produção do game é competente. Com exceção dos ambientes sem graça, os modelos 3D e animações são bem interessantes. O número e variedade de combos e armas é satisfatório, considerando que esse é mais um jogo de luta na veia de "Final Fight" do que um RPG.