Fãs dos jogos de ação e tiro conhecem a história: uma empresa americana anuncia um projeto de um game do estilo com alguma "novidade revolucionária". O conceito parece incrível no papel, mas quando o produto chega às lojas, a revolução vira decepção devido a uma implementação pobre e aparente falta de esmero. "Psi-Ops", com sua "ação com poderes mentais" parece um excelente exemplo da regra - mas é a exceção.
Você controla Nick Scryer, um agente especial do governo que invade uma organização terrorista. Logo nos primeiros minutos ele descobre que foi vítima de uma lavagem cerebral para se infiltrar no grupo, e pouco a pouco recupera diversos poderes paranormais - assim como descobre uma enorme conspiração. A trama é forçada e previsível, mas serve como fio condutor para a ação.
Use a cabeça"Psi-Ops" compartilha controles com muitos companheiros do gênero, permitindo que você mova o personagem e sua mira separadamente, além de ganhar algumas funções básicas como saltos, combate manual e se esconder nas paredes. Mas tudo isso parece desaparecer quando você vai descobrindo as muitas habilidades mentais de Nick: levitar objetos, projetar a mente para reconhecimento, controlar inimigos (ou sugar sua força mental, explodindo suas cabeças no melhor estilo "Scanners"), iniciar incêndios...
A surpresa é que esses truques são realmente úteis, mas sem quebrar o precário balanço da dificuldade do game. Usando telecinese você pode arremessar caixas em inimigos, segurá-los no ar enquanto atira neles, arremesá-los uns contra os outros ou em lugares mortais e até pegar armas e kits médicos à distância. As fases são propositalmente repletas de caixotes, latas explosivas e outros objetos úteis para manipulação - e o game até se preocupa em criar algumas situações interessantes: em um certo momento Nick fica preso em uma sala com gás mortal e porta de vidro à prova de balas. O jogador deve pegar um tubo de metal com telecinese e acertar a porte repetidamente para escapar. Clássico e divertido, e apenas um dos exemplos.
Queimou os miolosInfelizmente, apesar da fórmula ter sido produzida com bastante cuidado e situações interessantes, as fases como um todo pecam pela falta de detalhismo comum em games japoneses: muitos ambientes são repetitivos, criam situações frustrantes e simplesmente não se encaixam com o padrão de qualidade que a mecânica e controle de "Psi-Ops" oferecem. Uma pena.
Do ponto de vista técnico, o game traz gráficos competentes, sons e trilha sonora na média (com a adição de uma música licenciada) e até uma opção multiplayer cooperativa. Essa última opção parece ser uma tentativa desesperada da Midway em colocar "dois jogadores" na capa do game, pois não adicionada nada à fórmula - você simplesmente tem a habilidade de deixar que outra pessoa controle os poderes mentais enquanto o outro move Nick. Mas o destaque mesmo fica com a animação: já que o game precisa gerenciar muitas situações inesperadas devido à telecinese, o sistema Havok faz um belo trabalho em simular física para os muitos arremessos.
CONSIDERAÇÕES
"Psi-Ops" surpreende por incorporar uma mecânica diferente que expande a gama de opções do jogador para ultrapassar seus desafios, dando não apenas uma sensação de poder, mas permitindo muita variedade na jogabilidade. Com um pouco mais de cuidado no design das fases, o game poderia ser um clássico.