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PlayStation 2

MS Saga: A New Dawn

04/04/2006

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
A série "Gundam" é um dos desenhos mais famosos o Japão e, sendo assim, não é nada estranho esses robôs estarem também em diversos jogos, que vão desde títulos de estratégia até os de ação pura. O problema é que a qualidade quase nunca passa do aceitável e esse "MS Saga: A New Dawn" não é exceção.

Apesar do tema futurista, esse RPG mais parece um jogo do passado, com um visual um tanto pobre e um sistema de jogo arcaico, ainda que bastante completo. Enfim, quase todos os clichês do gênero estão presentes, seja na narrativa ou no funcionamento do game. É certo que isso traz elementos seguros, já testados anteriormente, mas a sensação que fica é de estar jogando uma obra de uns cinco anos atrás.

Coleção de clichês

"MS Saga: A New Dawn" é um típico RPG estilo japonês, com batalhas em turnos. O diferencial aqui são os robôs, ou os Mobile Suits na terminologia do game, e isso faz com que alguns mecanismos do game sejam um pouco distintos de outros títulos do gênero. Não que a fórmula seja original: vários outros RPGs já trouxeram essa temática e aproveitaram-na muito melhor.

O game, na verdade, não se baseia em nenhuma das séries de TV. Em vez disso, traz um enredo escrito especificamente para o game e a única conexão são os robôs que vêm das diversas produções para desenho animado, que se iniciou no final da década de 70. O título desfila cerca de 30 máquinas, entre o Gundam tradicional - e variações mais modernas -, além de diversos outros robôs deste universo.

Os eventos do game acontecem alguns anos depois da Grande Queda, evento que destruiu quase toda a vida no planeta e os poucos sobreviventes estavam recomeçando suas vidas. O protagonista é Tristan, que junto com seu amigo Fritz são os únicos que escapam de um ataque ao orfanato onde eles cresceram. Os inimigos usam Mobile Suits, tecnologia que se imaginava extinta depois da Grande Queda.

Mas quando os amigos descobrem uma unidade G escondida, que lhes permitem o acesso a uma dessas máquinas, e partem em sua vingança contra o responsável pelos ataques: Vladi Zarth. No meio da aventura, eles encontrarão novos amigos que se juntarão ao grupo. Mais uma vez, os "tipos" são mais que manjados, como uma menina sem memória que esconde segredos, um grandalhão de poucas palavras e uma garota inconveniente, que se intromete em tudo.

Um bom começo

A apresentação do game causa uma boa impressão, misturando estilos tradicionais em computação gráfica com personagens em cel-shading, ou seja, imitando desenho animado. A seqüência foi bem-produzida e montada, mas, se já é uma prévia de algumas particularidades do game, também é uma espécie de enganação.

É que o estilo usado para os personagens na apresentação nada tem a ver com os gráficos dentro do jogo, mais tradicionais e genéricos. Aliás, todo o visual do game carece de qualquer personalidade ou detalhe. O grafismo do game é um tanto confuso. Os personagens aparecem em proporção "normal", por assim dizer, mas os robôs estão no formato chamado "super deformer", ou seja, baixinhos e cabeçudos. Assim, não dá para saber se o game é sério ou cômico.

A parte de exploração não traz nenhuma novidade. O mundo de "MS Saga" é amarrado por um mapa geral, em que os deslocamentos são feitos montados nos robôs. O encontro com os inimigos é aleatório, mas existe um radar que indica quando está para acontecer uma batalha. Isso permite se preparar antes de encarar o confronto.

No mapa estão espalhados vários pontos estratégicos como cavernas e cidades. Nestas, que são seguras, o trânsito é feito pelas pernas dos próprios personagens, que buscam conseguir informações que façam prosseguir a aventura, além de conseguir novas armas para os robôs e suprimentos para o grupo.

O aspecto mais importante das cidades é que em quase todas elas há um mecânico especializado em Mobile Suits, que permitem melhorar diversos aspectos dos robôs. Nesse quesito o game está bem-servido, pois há mais de 200 peças para modificar as máquinas como quiser. E esses melhoramentos são mais que necessários, pois algumas das batalhas do game são bastante difíceis.

Nas cavernas, bases e outros locais hostis, a exploração é feita com os robôs. Os combates continuam sendo aleatórios, mas também há enormes estruturas brilhantes que ficam no meio do caminho e consistem em combates obrigatórios, geralmente mais difíceis que os inimigos comuns. A cor da redoma indica o grau de periculosidade desses oponentes. O desenho das cavernas e o tipo de exploração são extremamente conservadores.

Combates sem meio-termo

As batalhas são por turnos. O seu grupo poderá ter até seis integrantes, mas apenas três lutam ao mesmo tempo. O game traz algumas particularidades, mas não representam nenhuma grande inovação. Por exemplo, o ataque básico é dividido entre golpes corpo-a-corpo e ofensivas usando armas de fogo.

A vantagem do primeiro é o seu alto poder de destruição, mas está sujeito a contra-ataques, desde que o oponente tenha como lutar desta forma. Já os tiros são livres de contra-golpe, mas usam energia em maior ou menor grau. Os robôs podem ter quantas armas quiser; é apenas limitado por um sistema de área. Os equipamentos mais eficientes, geralmente, ocupam mais espaço, e cada configuração das máquinas possui mais ou menos locais para acomodar espadas, rifles lasers e canhões.

Cada uma das máquinas depende de energia para realizar suas ações. Como mencionado, cada um dos ataques gastam níveis diferentes, mas parte da barra é recuperada a cada turno. Uma recarga maior é obtida com um comando especial, o Charge. Existem também ataques especiais, chamados de Boost, que, em troca de muita energia, desferem, por exemplo, golpes mais fortes ou tiros que atacam todos os oponentes. Com isso, as batalhas ganham um pouco de teor estratégico, pois é necessário pensar em seu gasto a cada ataque.

Há também os equivalentes a magias, chamados de Techniques. Essas ações gastam TP e permitem diversos efeitos, como recuperar o HP dos robôs, aumentar a defesa, infligir alterações de estado ou desferir ataques com características especiais, como ignorar a defesa das armaduras.

O problema dos combates é que são muito mal-balanceados. A maioria é fácil e carece de qualquer desafio, se tornando simplesmente uma perda de tempo. Mas, de vez em quando, aparecem oponentes absurdamente poderosos, em que estratégia nenhuma poderia contornar a diferença de força. Nesse caso, o único jeito é tentar ganhar mais experiência ou melhorar os robôs.

O visual, com exceção da apresentação, não traz nenhum destaque. Os ambientes carecem de qualquer caracterização, com texturas e projetos de fase mais que genéricos. Os personagens estão um pouco melhores, mas também não parecem com um game atual. Mesmo os robôs, que são o melhor do game, também não conseguem sair do mediano. As animações são um pouco duras. A trilha sonora também é dispensável e as dublagens são apenas esporádicas e fora de tom.

Mais um rosto na multidão

CONSIDERAÇÕES

"MS Saga: A New Dawn" é um RPG estilo japonês como muitos no mercado, sem qualquer inovação maior. E os defeitos também são os mesmos da maioria desses games, com batalhas desinteressantes - até maçantes - e um enredo pouco inspirado. Se você é um fã de RPG ou de "Gundam" talvez consiga se entreter com as 40 horas de aventura, mas, se esse não é seu caso, há opções muito melhores por aí.

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    GALERIA

    MS Saga: A New Dawn (Playstation 2)

    62 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Bandai
    Lançamento: 21/02/2006
    Distribuidora: Bandai
    Suporte: 1 jogador, cartão de memória
    RegularAvaliação:
    Regular

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