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PlayStation 2

Monster House

31/08/2006

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
A expressão "baseada em um filme", no mundo dos videogames, não costuma trazer boas lembranças. As produtoras gostam desse tipo de obra, pois, por mais que sejam ruins, existe uma boa chance de retorno financeiro, principalmente quando são lançados simultaneamente com o longa-metragem. Por isso, quase sempre há a impressão que o jogo saiu prematuramente, sem os ajustes necessários, porque de fato eles são colocados no mercado sem tempo suficiente para a produção de um produto de qualidade.

Hoje, a situação melhorou um pouco, graças ao avanço dos vários processos que envolvem a produções de um game. "Monster House", baseado no filme de animação por computador "A Casa Monstro", mostra essa evolução. É verdade que o game tem espaço para muitas melhorias, mas ao menos, a produção é ótima, os controles são aceitáveis e a diversão é satisfatória. Basta não criar muita expectativa.

Susto para a garotada

"Monster House" é um jogo de ação com exploração, em que o jogador controla um trio de personagens numa mansão, onde enfrentam diversos tipos de inimigos com suas pistolas de água e resolvem quebra-cabeças. Como no filme, há alguns elementos de susto, tornado o game uma espécie de "Resident Evil" para crianças.

Aqui, os garotos DJ e Chowder e a garota Jenny descobrem que uma casa de sua rua, na verdade, tem vida e está engolindo todos que passam por perto. Eles contam a história para os adultos, mas obviamente ninguém acredita. O jeito é investigar tudo por conta própria até que eles também são devorados pela tal casa-monstro.

Mas os três acabam se separando dentro da casa. Assim, o jogador controla um personagem de cada vez, definido pelo roteiro. O primeiro que você terá controle é DJ e as partes iniciais são dedicadas para um breve tutorial. Os controles podem parecer similares a um game de aventura 3D, mas perca o hábito de querer controlar a câmera ao mesmo tempo em que anda. É que, como o game foi feito para os mais novos, o deslocamento foi simplificado, com a visão acompanhando o herói.

Na verdade, tem horas que o controle lembra a de "Resident Evil", que é mais limitado. Tem até mesmo um comando que faz girar 180 graus o protagonista, já que virar o personagem sem sair do lugar pode ser complicado. Incomoda também uma certa dureza no manejo dos personagens, mas no geral, os comandos são satisfatórios.

Armados e perigosos

A principal arma das crianças são pistolas de água. Cada uma delas tem características diferentes: a de Chowder, por exemplo, parece uma espingarda com tiro que espalha, enquanto a de Jenny está mais para uma metralhadora. Como um game de tiro "normal", é preciso recarregar a arma, mas a "munição" é infinita.

O processo de mirar é quase automático. Basta atirar e o personagem acertar em quem estiver mais próximo na sua frente. Há um botão para fazer "lock-on" antes de atirar também. Assim, o único desafio do jogador é colocar o inimigo em sua frente e depois atirar até acabar com ele. O sistema também pode irritar ao não obedecer ao jogador e não travar a mira no oponente desejado. Esse mecanismo deve ter sido pensando nas crianças, mas poderia haver opções menos automáticas.

Não ajuda o fato de que os inimigos serem sem personalidade, geralmente, objetos como cadeiras e aquecedores que se mexem como seres vivos. A quantidade de inimigos é muito reduzida e isso faz a experiência se repetir rapidamente. Os combates somente melhoram quando surgem os chefes, que necessitam de um pouco mais de estratégia e habilidade para serem vencidos. Levando em conta que os combates compõem grande parte do game, isso poderia ser mais bem desenvolvido, mas também não chega a ser um desastre.

Ainda, cada um deles tem uma arma secundária. DJ ataca com sua máquina fotográfica, cuja luz do flash atordoa os inimigos. Chowder usa uma bomba, só que água, e a Jenny tem um estilingue, que, além de servir para atacar, também quebra certas fechaduras. E o último método de ataque é o corpo-a-corpo, útil em determinadas situações.

Quebra-cabeças, mas não muito

Quando não estão combatendo, o trio precisa usar a cabeça e fazer pequenas buscas para progredir. O andamento é basicamente linear, apesar de parecer o contrário. Os ambientes possuem alguns objetos quebráveis, que podem esconder itens como refrigerante (recupera a energia), munição para armas secundárias e ficha de fliperama, para jogar o minigame "Thou Art Dead", que também aparece no filme.

Alguns dos itens, oferecidos com uma caixa de presente, podem melhorar as armas dos personagens. Nas fases também se escondem um macaquinho de brinquedo, que libera itens na galeria de arte. O game indica com um brilho os lugares onde escondem itens importantes ou peças-chave na elucidação dos quebra-cabeças.

Os "puzzles" do game são simples e quase sempre se resolvem ao arrastar uma caixa para um determinado lugar. Outros enigmas incluem portas e baús trancados, que são destravados com as respectivas chaves, escondidas em um local próximo. Como dito, esses elementos não chegam a ser empolgantes, mas ajudam quebrar a monotonia das partes de tiro. Outra coisa que causa surpresa (e até mesmo susto) são os eventos de ação, como os vistos em "Resident Evil 4". Nessas horas, o jogador precisará apertar rapidamente os botões indicado na tela. Mas aqui os produtores foram incoerentes: ao falhar na missão, o jogador volta para o último local em que o game foi salvo. Ou seja, está punindo o público-alvo do título. É verdade que não seja tão difícil, mas pode ser para os jogadores casuais.

Trazendo o filme para o jogo

Há outros momentos em que "Monster House" imita o clássico da Capcom, como alguns ângulos de câmera, principalmente ao acessar as portas, e algumas cenas de susto. Aliás, o ritmo do game é muito bom, que combina muito bem as cenas de ação com as de exploração, deixando-os menos tediosos. Também é intercalado com os acontecimentos do filme. Aliás, o game segue fielmente o roteiro do longa-metragem, aproveitando ao máximo a obra de origem.

A duração do game é pequena: quatro horas são suficientes para um jogador médio chegar ao final, e quase sem incentivo para um replay, a não ser pegar todos os macacos. É verdade que o jogo não agüentaria ser maior com seu tiroteio e quebra-cabeças medianos, mas o conteúdo é um pouco pequeno para os padrões de hoje. Depois de terminar o modo principal, praticamente o único atrativo é jogar o minigame, que parece fazer uma homenagem a clássicos como "Castlevania", mas isso também não faz aumentar muito mais a vida útil do game.

A produção é um dos destaques de "Monster House". O game reproduz com bastante fidelidade os cenários e personagens do filme original. O nível de detalhes é bom e efeitos de esfumaçamento nas bordas ajudam a disfarçar imperfeições. Aliado aos competentes sons incidentais, ajuda a criar um ambiente de terror, mas na medida para os pequenos. Talvez o único senão é que há poucos objetos para interagir e às vezes o jogador não sabe o que é um vaso de cenário e um que pode ser destruído.

A parte sonora foi igualmente bem trabalhada. A trilha musical segue os mesmos padrões do filme, com músicas que acompanham cada situação dos três pequenos aventureiros. Os efeitos sonoros não se destacam, mas também não atrapalham. Mas o que faz o game ter uma experiência parecida com a do filme são as dublagens, que usam os mesmos profissionais da película no caso dos protagonistas. Mas mesmo os personagens secundários foram muito bem imitados por dubladores competentes.

"Resident Evil" para menores

CONSIDERAÇÕES

"Monster House" pode não ser nenhuma obra-prima, mas tem valor. As mecânicas de jogo, como os tiroteios, a exploração os quebra-cabeças não são lá muito elaborados, mas os produtores acertaram no ritmo da aventura, intercalando também com cenas de susto e interlúdios. E a produção, tanto visual como sonora, é caprichada, se aproximando da experiência da animação original. Colocando tudo à mesa, tem-se um game competente, mas a duração curta talvez não compense o preço.

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    GALERIA

    Monster House (Playstation 2)

    4 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: A2M
    Lançamento: 18/07/2006
    Distribuidora: THQ
    Suporte: 1 jogador, cartão de memória
    Outras plataformas: DS GB GC
    RegularAvaliação:
    Regular

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