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PlayStation 2

Over the Hedge

07/07/2006

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
"Over the Hedge" é uma versão para videogame da animação que chegou ao Brasil com o título "Os Sem-Floresta". Quem acompanha a trajetória dessas adaptações sabe que essas características não costumam gerar os melhores games, muito pelo contrário, grande parte está abaixo da crítica, com apenas uma ou outra exceção.

Nesse contexto, o jogo já está acima da média. Não que seja um grande título ou que tenha alguma característica sobressalente, mas consegue proporcionar alguma diversão. O bom aproveitamento da obra original também conta pontos para o game da produtora Edge of Reality, que também fez o bom game baseado no filme "O Espanta Tubarões".

Bichos fofos em ação

"Over the Hedge" é um típico jogo de ação com mascotes, essencialmente voltado para jogadores mais novos. Ou seja, você vai encontrar elementos de plataforma, exploração e combates. As lutas, aliás, estão um pouco mais freqüentes que o de costume para o gênero, mas para o lado ruim, e acabam dando a impressão de serem um pouco arrastadas.

O game conta a história de um grupo de animais que acorda de um período de hibernação e encontra sua floresta quase extinta, por conta da urbanização desenfreada. Quase sem comida, eles são convencidos pelo guaxinim RJ, um dos protagonistas do game, a roubar alimento dos humanos.

Junto com RJ, fazem parte do grupo que o jogador controla a tartaruga neurótica e tradicionalista Verne, o hiperativo e ingênuo esquilo Hammy e o gambá fêmea Stella. Completa a trupe uma hilária família de marsupiais. Juntos, eles vão parar num mundo cheio de perigos, pelo menos para esses animais selvagens: um típico subúrbio norte-americano. Como se isso não bastasse, ainda terão de encarar um inimigo em seu próprio hábitat, um urso perverso de nome Vincent, além de um caçador de pragas, Dwayne, o Exterminador.

Ao começar o game, RJ e Verne estarão num quintal, e o game aproveita para mostrar alguns dos comandos iniciais. Quase sempre, as missões acontecem com uma dupla de personagens e o jogador pode passar o controle para um deles a qualquer momento. Todos têm habilidades semelhantes - para não dizer iguais - como fazer seqüência de golpes com o taco ou arremessar uma bolinha de golfe para cima de um inimigo ou para um local em que você mirar no mapa.

Além disso, é possível ativar ataques especiais, que tiram mais energia que os normais. Claro, como um jogo com elementos de plataforma, não poderia faltar o salto duplo. Também, devido ao enredo do game - os animais querem roubar comida -, há muitas fases em que se deve escapar de sensores de infravermelho, holofotes e detectores de movimento. Contra este último, os animais usam um movimento sorrateiro para escapar sãos e salvos.

Missões "dois por um"

Geralmente, quando um game tem vários personagens, é comum eles terem características diferentes, para serem usados em situações específicas. Mas não é o caso aqui, pois todos possuem movimentos muito similares - somente os ataques especiais são diferenciados, mas também é uma questão mais de estética do que propriamente de eficiência. O seu companheiro ajuda na hora de derrotar os inimigos e, alem disso, é possível subir sobre seus ombros e fazer ataques em conjunto. Porém, como agem por conta própria, não raramente o seu par aciona alarmes no meio da luta.

O jogo, em geral, é bem-projetado. As partes de luta divertem com golpes rápidos e uma dificuldade equilibrada. O "amassa botões" funciona na maior parte do game, mas às vezes é preciso também usar a tacada de bolinha de golfe ou a pistola de brinquedo contra inimigos mais fortes no embate a curta distância. Muitos combates se repetem, até um pouco em excesso, mas de vez em quando aparecem chefes e inimigos diferenciados para trazer quebrar o ritmo.

A exploração também vale a pena. Há uma grande quantidade de objetos quebráveis e itens para colecionar. Eles aumentam o tamanho da barra de energia dos personagens e liberam conteúdo extra, que, aliás, é bem farto. São quase cem ícones de DVD espalhados pelas fases, que destravam músicas, artes, vídeos e até mesmo tiras em quadrinhos, de onde se originou a obra. Há muitos caminhos secretos também.

Os elementos de plataformas são mais simples. O mais comum é ficar desviando de sensores de infravermelho - aliás, é de pensar o porquê de tantos feixes escarlates espalhados por toda essa cidade e até mesmo dentro das casas. Locais que exigem transitar por plataformas estreitas são raros em "Over the Hedge".

Além desses elementos, há outros tipos de mecânicas envolvidas, que ajudam na variedade. Por exemplo, há uma cena em que os personagens estão fugindo por um corredor estreito, indo para o fundo da tela, e o jogador precisa desviar de árvores e dos ataques de Vincent e Dwayne. Para abrir certas portas, é preciso vencer um minigame, que consiste em apertar o botão indicado na tela o mais rápido possível.

Agrada também o sistema de recompensas do game: cada fase tem objetivos primários e secundários. Os primeiros são bem simples de completar e acontecem quase naturalmente ao avançar pelas fases. Os secundários também não chegam a ser complicados, mas exigem um pouco mais de esforço, como procurar por objetos escondidos ou terminar a fase sem ativar alarmes ou perder energia. Cada objetivo completo gera pontos e o acúmulo destes libera diversos minigames. Ou seja, oferece desafio simples para o jogador casual ao mesmo tempo que tenta dar um pouco de profundidade para quem está acostumado com games.

"Ei, RJ, cadê você?"

Mas o título não está livre de problemas. O maior deles parece ser o sistema de câmera, que é fixo, ou seja, a cena determina o ângulo e não pode ser mexido. Na primeira fase, por exemplo, ela parece baixa demais, dificultando enxergar longe. Também é muito comum o jogador ter sua visão tapada por objetos que ficam na frente dos personagens ou inimigos que ficam fora da tela.

Os minigames extras são de três tipos, mas a impressão que se tem é que foram colocados às pressas, só para fazer volume. Tem um game de corrida de carrinhos com jeitão de controle remoto, outro que consiste em acertar determinados objetos com a bolinha e, por fim, uma espécie de bate-bate com carrinhos que se vê em campos de golfe. Talvez eles possam divertir por algum tempo, mas provavelmente o entusiasmo, se houver, não vai durar muito.

A duração de "Over the Hedge" é satisfatória com mais de 10 horas de aventuras em 35 fases. O game é basicamente para um jogador, mas um segundo controle pode entrar na partida e permite que duas pessoas se cooperem. É uma boa oportunidade para pais e filhos jogarem juntos.

A qualidade visual do game oscila bons e maus momentos. Os cenários estão no lado negativo, com um aspecto simplório e genérico, mas ao menos há uma porção de objetos interativos e tudo isso sem problemas de fluidez. Por outro lado, os personagens foram bem adaptados, com destaque para as excelentes animações. As cenas não-interativas, vindas diretamente do cinema, adicionam valor de produção para o game.

A trilha sonora também é competente, mas há um pouco de desequilíbrio de volume entre a música de fundo, os efeitos sonoros e os diálogos. Por falar neles, a dublagem não foi feita pelos astros do filme, como Bruce Willis, mas o resultado ficou relativamente bom. Há evidentemente dubladores que não conseguiram dar conta do recado, mas outros tiveram sucesso em emular as particularidades das vozes originais.

Pulando a cerca da mediocridade

CONSIDERAÇÕES

No fim das contas, "Over the Hedge" mostra ser um jogo com algum atrativo, que vai além do carisma dos personagens. Trata-se de uma vitória para uma categoria de game - a de vindos de filmes - estigmatizada pela baixa qualidade. É voltado para jogadores de todas as idades. Disponível para PC, GameCube, PlayStation e Xbox, além de adaptações para portáteis, a versão para computador é a única lançada no Brasil em português.

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    GALERIA

    Over the Hedge (Playstation 2)

    27 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Edge of Reality
    Lançamento: 09/05/2006
    Distribuidora: Activision
    Suporte: 1-2 jogadores, cartão de memória
    Outras plataformas: PC GB GC XB
    RegularAvaliação:
    Regular

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