Fatal Frame 2: The Crimsom Butterfly

da Redação

Depois de "Resident Evil" e "Silent Hill", o mercado de jogos de horror de sobrevivência parecia tão inóspito quanto os zumbis desses títulos. Mas depois de fracassos comerciais como "Clock Tower" e "Eternal Darkness", a Tecmo fugiu das normas tradicionais com "Fatal Frame" e criou uma experiência capaz de deixar até mesmo os monstros da concorrência tremendo de medo. E sua continuação, "Crimson Butterfly", é certamente ainda mais aterrorizante.

Fotografia sobrenatural

Mais uma vez, o jogador é colocado no meio de um ambiente mal assombrado, armado apenas de uma câmera capaz não só de enxergar espíritos, mas sugar seus poderes sobrenaturais. Essa "Camara Obscura" é a única defesa da protagonista, que deve explorar uma misteriosa vila perdida acompanhada de sua irmã gêmea - vítima de uma deficiência física pela qual a heroína acredita ser responsável.

As duas se perdem em uma floresta ao perseguir a borboleta vermelha do título, acabando em uma vila amaldiçoada da qual não podem escapar. Fazendo uso inteligente da Camara Obscura, elas devem não somente descobrir o que causou a desgraça do local, mas se defender de espíritos descontentes que permanecem lá.

Cada fotografia tirada pelo jogador ao combater um espírito rende pontos, que além de avaliar sua perícia fotográfica também podem ser usados para comprar upgrades para a máquina. Apesar de exigir perícia no seu manuseio, essa parte do game é bastante simples e não deve oferecer um grande desafio. A maior parte do tempo é gasta vagando pelas casas em busca de pistas que expliquem o que aconteceu com a vila e abrindo acesso a novos lugares.

Estilo oriental

O game não é uma continuação direta de "Fatal Frame" (ele se passa antes dos eventos da Mansão Himura), mas certamente utiliza as mesmas técnicas visuais e aurais para deixar até o mais versado caçador de zumbis em perigo de molhar suas calças. Fãs do filme "O Chamado" perceberão muitas influência do cinema de terror japonês nas seqüências de flashback, assim como uma pesada dose de simbolismo tipicamente oriental. A corda vermelha que une as duas irmãs na capa é uma pequena prévia da grande maldição que as duas irmãs presenciarão.

Em tese, o desafio não é o grande atrativo de "Crimson Butterfly", mas sim sua assustadora ambientação. Esse game não deveria ser jogado em outra situação senão em um lugar quieto, à noite, sozinho e, se possível, em uma única sessão (com uma duração de 10 horas de jogo, isso não é tão complicado). O título oferece vários extras como múltiplos finais, desafios extras e roupas alternativas, mas o filé da experiência é sentir o clima criado com o único intuito de assustar.

No aspecto de produção, o jogo é um grande avanço em relação ao original. O primeiro game sofria de sérias restrições tecnológicas, apesar da excelência artística. Essa nova versão pode ainda não chegar no mesmo patamar de "Silent Hill" e "Resident Evil", mas agora a apresentação é digna do conteúdo - seja nos gráficos ou no horripilante áudio (espere só até ouvir o rádio espiritual).