Sengoku Basara Samurai Heroes

RODRIGO GUERRA
Colaboração para o UOL

Ieyasu Tokugawa, foi o primeiro shogun (uma espécie de comandante) que uniu o Japão. Um dos estrategistas mais geniais da história que, segundo lendas, dizimou milhares de soldados inimigos e estabeleceu a nova ordem em todo o arquipélago. Mas é só isso que a história real tem a ver com "Sengoku Basara: Samurai Heroes", jogo da Capcom que retrata o fim de uma era e o início de outra, mas de forma bastante exagerada, pois, afinal, para fazer um jogo divertido não é preciso seguir tudo ao pé da letra.

Sua chance de virar um herói

O herói é Tokugawa, um garoto que mal parece ter saído da puberdade. Sua energia e convicção chegam lembrar um personagem de desenho animado - e isso não é por acaso. No lugar de ser um estrategista, ele é a linha de frente que derrota centenas de milhares de inimigos usando apenas os punhos. Assim como em um desenho animado, Tokugawa pode usar poderes especiais para explodir o chão sob seus pés, despejar socos que acerta centenas de inimigos de uma só vez e ainda deixar tudo em câmera lenta para continuar o banho de sangue.

Além Tokugawa, existem outros personagens históricos à disposição, como o rival Mitsunari Ishida e o samurai de seis espadas (ele empunha as seis ao mesmo tempo, como se fossem garras do Wolverine dos X-Men), Masamune Date. O mais interessante é que a Capcom conseguiu fazer com que cada um deles tenha uma história e uma forma de jogar diferente, indo em direção oposta do que se pensa em um jogo como esse: não basta sair apertando o mesmo botão do início ao fim - é necessário ter estratégia.

Assim como a série "Dysnasty Warriors", o jogador deve atravessar um campo de guerra apinhado de inimigos que devem ser trucidados com golpes de espada (ou socos, ou lanças, ou revolveres - depende do personagem controlado). Para tornar a aventura mais agradável, existem golpes especiais, combinações de botões e quebra-cabeças simples. Durante o calor da batalha, o jogador pode manter o contador de acertos para ganhar mais bônus e prêmios no final da batalha - existem cenários que podem ser vencidos em apenas uma cadeia de golpes e com o contador acima dos 10 mil hits. Entretanto, fora os chefes, a variedade não é suficiente para manter o jogador ligado por mais de 100 horas - um dos requisitos para liberar um Troféu de prata no PS3.

Conheça o estilo de Nobunaga Oda

A parte visual impressiona não pela qualidade da imagem, mas sim pela quantidade de inimigos exibidos sem prejudicar a desempenho do jogo. O game roda a 60 quadros por segundo e quase não existem engasgos. Pena que para tal feito boa parte dos cenários não têm detalhes interessantes. Além disso, o tempo de carregamento é um dos principais vilões, capazes de fazer qualquer um perder a paciência de tanto esperar. Outro problema fica na parte sonora, pois um jogo como "Samurai Heroes" implora por uma dublagem em japonês, porém a opção foi sumariamente cortada, o que é uma lástima.

Por fim, os lutadores podem ser equipados com armas mais poderosas e itens que melhoram seus atributos, como poder de ataque, golpes especiais e afins. Para aqueles que fazem questão de se divertir em grupo, existe uma opção para jogar em tela dividida, o que pode acabar deixando a aventura mais empolgante. Por falar em troféus, caçadores terão uma dura luta com esse jogo, pois existem cerca de 15 personagens e cada um deles com uma história própria e cada história possui entre três e cinco caminhos a serem percorridos.