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Castlevania: The Dracula X Chronicles

29/10/2007

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
Chega a ser uma ironia: no videogame que iniciou a revolução dos gráficos 3D, um de seus melhores títulos era calcada na velha escola dos títulos de plataforma em 2D. O jogo em questão é o clássico "Castlevania: Symphony of the Night", e o console, o PSOne. Agora, o que nem todos sabem é que o game teve um antecessor direto. Também pudera. "Dracula X: Rondo of Blood" foi lançado apenas no Japão e para PC Engine, o videogame que, nos EUA, se chama TurboGrafx-16 e é ainda mais obscuro.

Assim como "Symphony", o antecessor foi um dos melhores para sua plataforma, esbanjando uma produção impecável usando a capacidade do CD-Rom, uma novidade à época (o game saiu em outubro de 1993; o Sega CD havia sido lançado apenas um ano antes). Por conta disso, "Rondo of Blood" atingiu o status de lenda, e suas cópias são disputadas a tapa (e algumas centenas de dólares) por colecionadores. Existe uma versão para Super NES, chamada "Castlevania: Dracula X", que é apenas razoável, mas bem que poderia estar no pacote para agregar mais valor.

Felizmente, a Konami fez o favor de apresentar o game para platéias mais extensas, com um remake para PSP e preço bem menor (cerca de US$ 30 nos EUA). Além disso, traz o "Rondo of Blood" original, tal qual foi concebido no PC Engine (ou quase), e também "Symphony of the Night".

Cem anos de escuridão

Quem conhece "Symphony", vai logo reconhecer os personagens. O ano é 1792. O sacerdote Shaft traz Drácula, o senhor das trevas de volta à vida. A vila de do jovem Richter Belmont, da tradicional família de caça-vampiros é destruída, e vários cidadãos são tomados como reféns, inclusive Annete, namorada do herói, e Maria, também uma caçadora de seres das sombras.

Diferente do sucessor, "Rondo of Blood" é um game de ação com plataformas sem elementos de RPG e adventure. O esquema é mais similar às origens da série: em vez de ter um mapa enorme, à la "Metroid", usa-se o tradicional esquema de fases "avulsas". Mas não quer dizer que todos os elementos de exploração foram retirados: os estágios contêm uma série de segredos, ou seja, há itens, músicas e extras (como o "Rondo of Blood" original e "Symphony of the Night"), para serem descobertos. Aliás, existem caminhos alternativos e até dois chefes por fase, e, com tanta coisa para revelar, os usuários acabam sendo convidados para jogar um mesmo estágio várias vezes, no intuito de encontrar todos os caminhos.

É difícil imaginar isso para quem é de uma geração pós-"Symphony", mas "Castlevania" era uma série de dificuldade elevada em seus primódios. O remake de "Rondo of Blood" segue essa tradição e, portanto, não é um título para novatos. Não há nada de casual nele; foi pensado nos fãs antigos da série e usuários "hardcore" que sabem quão são implacáveis os games de antigamente. Você não vai encontrar nada "amigável" por aqui: os controles são restritivos, muitas armadilhas matam na hora e os "checkpoints" estão espalhados de forma esparsa. Acabaram-se as vidas? Volte para o começo da fase.

Revisitando o passado

A aventura abre com Richter numa carruagem indo para o castelo de Drácula e é interceptado pela Morte. A estrutura das fases é bastante tradicional, e retoma locais clássicos de outros "Castlevania". O mesmo acontece com a trilha sonora, que são arranjos de algumas das mais conhecidas músicas da franquia. Embora a maioria das composições seja ótimas, algumas tiveram o ritmo muito modificado e podem não agradar os puristas.

O roteiro é o mesmo de "Rondo of Blood" original, só que com visual em 3D. Para os padrões da atualidade, a qualidade não surpreende, mas traduz bem o espírito do título que foi inspiração. O ponto de discórdia fica para os personagens: em vez de retomar os belíssimos "sprites" desenhados a mão ("Symphony" também é assim), adotou-se modelos tridimensionais, que, reduzidos, perdem detalhes e a graça. Ao menos, esses "bonecos" são aproveitados em cenas não-interativas que aparecem durante a aventura, quase sempre antes da aparição de um chefe ou quando se salva algum refém.

Quem está acostumado com os jogos de hoje, deverá ter dificuldade para controlar Richter. Ele é lento e tem muitas limitações. Sua arma, o chicote, só golpeia para frente, e ele fica imóvel durante o ataque. Ele pode carregar uma arma auxiliar, que consome corações. A faca, por exemplo, é atirada para frente, enquanto o machado desenha uma parábola. Cada um desses itens tem um ataque poderoso ativado pelo botão trinângulo e que gasta uma quantidade enorme de corações. Outra ação que levem tempo para acostumar é o pulo, que tem trajetória fixa.

Três em um

Uma das máximas de "Castlevania" é que os Belmonts costumam ser os piores personagens para se controlar. Apesar de não haver seleção de nível de dificuldade, o game fica bem mais fácil quando o usuário assume Maria. Ela agüenta menos pancada, mas tem controles muito mais soltos que os de Richter. Seu principal benefício é o salto duplo, que permite cortar muitos caminhos (além de se poder mudar a trajetória do pulo). O problema é que Maria está escondida num calabouço das primeiras fases.

O game tem 12 fases (incluindo as alternativas) relativamente curtas, mas a produtora incluiu um monte de itens escondidos para melhorar o fator de replay. Existem vários salas escondidas e locais que só podem ser alcançados depois de salvar certos reféns, e destrancar tudo é uma das diversões do remake.

Quanto ao jogo original, que aparece como um extra (é preciso pegar um item escondido na aventura principal), é difícil imaginar que foi uma superprodução à época, principalmente no quesito sonoro (a emulação de som não está muito boa). A parte visual também sai prejudicada pelos borrões gerados pela tela do PSP. Parado, dá para perceber todos os detalhes dos personagens e inimigos, mas, quando a tela corre, muita coisa se perde. A imagem parece um pouco escura: os morcegos ficam quase imperceptíveis em locais menos iluminados.

"The Dracula X Chronicles" também inclui "Symphony of the Night", que se sai bem melhor no teste do tempo. É verdade que é quatro anos mais novo que "Rondo of Blood", mas o que contou mais é que ficou bem melhor adaptado ao PSP. Isso não é novidade visto que o portátil já possui um emulador quase perfeito de PSOne. A Konami colocou uma pequena surpresa: incluiu Maria como personagem jogável.

CONSIDERAÇÕES

Para quem não jogou "Rondo of Blood" e "Symphony of the Night", "Castlevania: The Dracula X Chronicles" é um título quase irrecusável. Porém, a dificuldade do primeiro não é para jogadores casuais. O remake tem pontos de discórdia, mas traduz muito bem o espírito do original, além de ganhar muitos segredos. E sobre o segundo, basta dizer que é simplesmente um dos melhores títulos para PSOne, convertido à perfeição no portátil. Para quem já jogou "Symphony" e não tem interesse em revisitá-lo, é mais difícil recomendar um título que consegue ser terminado e ter quase todos os segredos descobertos em cerca de cinco horas, ainda que seu preço não seja alto (cerca de US$ 30 nos Estados Unidos).

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    Castlevania: The Dracula X Chronicles (PSP)

    25 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Konami
    Lançamento: 23/10/2007
    Distribuidora: Konami
    Suporte: 1-2 jogadores, cartão de memória
    RecomendadoAvaliação:
    Recomendado

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