Mega Man Powered Up

da Redação

A série "Mega Man" é uma das mais prolíficas e de maior sucesso na história dos videogames. O número de games que tem o nome do simpático robô azul passa facilmente dos 30, com direito a quatro subfranquias - "Megaman X", "Legends", "Zero" e "Battle Network" -, além de duas que também deverão ter continuações, casos de "Mega Man ZX" e "New Mega Man DS", ambos para Nintendo DS. Fora os inúmeros "spin-offs", episódios paralelos como "futebolístico" "Mega Man Soccer" e o game de corrida "Mega Man Battle & Chase".

Tudo isso teve início em dezembro de 1987, quando o robozinho de aparência infantil estreou no NES e fisgou o coração dos jogadores. Apesar do traço "bonitinho" do game, a dificuldade era pra lá de infernal, um dos títulos mais difíceis de toda a biblioteca de games do NES, que, na média, já era muito mais difícil que os títulos de hoje. Agora, a produtora Capcom retoma o clássico para o PSP, com os devidos ajustes e adições.

O começo de tudo

"Mega Man Powered Up" é um jogo de ação com plataformas, com elementos de games de tiro, um estilo que lembra, com ressalvas, o de "Contra", outro clássico de 1987, só que da produtora Konami. Mas, traz diversas modificações para turbinar o conteúdo do jogo, além de novas modalidades, como o de desafio e de construção de fases.

O game é uma oportunidade para sabermos a origem do herói, que foi criado para ser um robô de propósitos domésticos, assim como a "irmã" Roll. Depois, o cientista Thomas Light criou mais seis robôs para uso industrial, como o fortão Guts Man e Cut Man. Por essas realizações, Dr. Light foi agraciado com o prêmio Nobel, fato que enciumou o rival e antigo colega Dr. Wily, por não ser creditado por suas colaborações.

Como vingança, ele rouba e reprograma os seis robôs para servir aos seus propósitos malignos. Mega Man, tomado pelo senso de justiça, pede para ser modificado como um robô de combate e assim lutar contra seus ex-colegas e o malvado Dr. Wily, que viraria seu arquiinimigo em mais sete continuações diretas.

Tradição com modernidade

O modo principal recria o game original de 1987. Na opção "Old Style", tudo é bem fiel ao game para NES, com exceção dos gráficos, remodelados em 3D, e com um estilo ainda mais gracioso que o original. Sendo assim, a proporção de tela é de 4 por 3 e o som é o mesmo da época dos 8 bits, assim como os mapas. Outra diferença está no nível de dificuldade, bem mais ameno, e a possibilidade de salvar o game.

Mas o game também oferece uma opção "vitaminada" com o "New Style". Com isso, há várias modificações, usando a tela inteira e com uma visão mais próxima do personagem, que permite enxergar até mesmo as expressões faciais de Mega Man e dos chefes. Também há efetivamente uma história, com diálogos falados e encenações.

O modo começa com uma fase preliminar, que traz Mega Man sem a armadura, ainda como um robô-ajudante. O propósito é servir de treino para as operações básicas, que não são muitas: é andar, pular, subir escadas e atirar, habilidade que será acrescentada ao ser modificado como um robô de combate, com sua indefectível armadura e capacete azuis.

Passada essa fase inicial, o jogador vai para o laboratório de Dr. Light, de onde o jogador escolhe qual estágio quer visitar, com o objetivo de derrotar o chefe da área. Na "New Style", a produtora inclui mais dois chefes, inéditos - Time Man e Oil Man -, totalizando oito inimigos, além de Dr. Wily.

Aprendendo com os inimigos

A característica principal de "Mega Man Powered Up", como no original, é que, ao derrotar um chefe, o protagonista rouba sua arma, que é o ponto fraco de um dos outros "bosses". Mas, agora, o jogador pode também jogar com esses robôs, desde que você os derrote usando apenas a arma básica. Assim, Mega Man os leva de volta para o Dr. Light, a fim de retomarem a programação original.

Cada um dos chefes tem sua arma característica e habilidades específicas, como a capacidade de Guts Man de quebrar certos lugares e o salto usando a parede de Cut Man. Assim, eles têm acesso a locais específicos, às quais Mega Man não consegue chegar. Assim, pode-se conseguir novos itens, que são novos objetos para o modo de construção de fases.

Os mapas mesclam o projeto antigo com muitas novidades. Uma das principais é que elas se modificam dependendo do nível de dificuldade. Nas mais fáceis - você pode escolher a dificuldade toda vez que acessar uma fase -, há plataformas que funcionam como salvaguardas, enquanto nas mais difíceis, tudo foi feito para desafiar o jogador mais "hardcore".

Naturalmente, a trilha musical foi refeita, mas continua baseada nas antigas melodias, um clássico para videogames. No geral, o modo "New Style" tenta mostrar a quem tem menos experiência a magia da série, ao mesmo tempo em que, para os mais craques, terem desafios diferentes da edição original.

Testando a criatividade e as habilidades

Mas "Mega Man Powered Up" não fica apenas relembrando o passado. O jogador podem também criar suas próprias fases, usando um editor. A ferramenta não é exatamente fácil de usar, mas é eficiente. Depois de algum tempo, você poderá dominá-la com tranqüilidade. Mais difícil é a criatividade para imaginar um bom mapa. Uma sugestão de começo é baixar pela internet fases prontas, feitas por outros usuários.

A última modalidade é o Challenge, que composta por cem desafios como chegar ao final de um percurso atravessando diversos obstáculos ou matar determinada quantidade de inimigos. Tudo isso com apenas uma chance - você tem uma energia mínima - e um tempo nada farto.

Apesar de um ou outro estágio mais fácil, em geral, a dificuldade aqui é muito alta. Mas para quem tem um pouco de habilidade, pode se divertir muito com as fases. São dez desafios para Mega Man e para cada um dos chefes, além de dez combates contra inimigos fortes.

Graciosidade à toda prova

Os controles são eficientes, com respostas imediatas aos comandos. Isso é reforçado pelo desempenho do game, visivelmente fluindo a 60 quadros por segundo. Alguns podem estranhar que Mega Man demora um pouquinho para começar a andar, mas isso é para que o jogador possa ajustar a posição do "boneco" antes de pular, operação essencial nesse game cheio de obstáculos complicados.

O visual do game é infantil, mas talvez não agrade a todos os gostos. Mas os personagens têm boas animações e expressões faciais graciosas. Os cenários também acompanham o estilo, mas tentam ser os mais dinâmicos possíveis, mostrando escavadeiras e vulcões, por exemplo, de acordo com o tema da fase.

As músicas já são clássicas dos videogames. A edição original resgata a saudade, enquanto a trilha do "New Style" é mais moderna, mas se baseia na melodia original. São todas músicas bem agitadas, ao estilo da série. Outro ponto positivo são as dublagens, que carregam no tom para combinar com o estilo cartunesco de "Powered Up". A voz de Guts Man, por exemplo, sugere que ele não tenha uma inteligência das mais altas.

Edição revisada e vitaminada