Onechanbara: Bikini Zombie Slayers

OTÁVIO MOULIN
Colaboração para o UOL

Em uma das jogadas de marketing mais espetaculares do videogame nos últimos anos, depois de adquirir os direitos de distribuir o estranho jogo japonês "Onechanbara" no ocidente, a D3 tratou logo de colocar o título mais direto e espetacular que poderia ter inventado: "Bikini Zombie Slayers".

Belas asiáticas

É um título simples e honesto que diz tudo o que você precisa saber. Obviamente não deve ser levado muito a sério, apesar os esforços do incompreensível roteiro em tentar criar um ar épico em torno de jogo que, bem, explora a imagem de garotas em trajes sumários e que esquartejam em massa. É tudo uma grande bobagem que gera curiosidade, diverte por alguns momentos e nada mais.

Perdido na tradução

É preciso cautela para utilizar o termo trash ao associar a qualquer tipo de obra, mas "Onechanbara" é um produto feito sob medida para tal. Além de ser meio vergonha por conceito, explorando de qualquer jeito a sensualidade feminina e a violência explícita, ainda tem aquele clima de produção Z, reutilizando os mesmos efeitos sonoros, texturas e modelos sem o menor sinal de remorso. Até mesmo o trabalho de tradução para o inglês foi feito de qualquer maneira, resultando em um texto sem pé nem cabeça e com falta até mesmo de documentação adequada - em muitos momentos o jogo não indica o que é preciso fazer e nem mesmo o manual salva.

Ainda bem que não é preciso ser cientista nuclear para entender que modo de história, além dos extras como o Free Play ou Survival, é mero pretexto para colocar o jogador no controle de uma bela donzela que deve limpar cenários e mais cenários da presença de zumbis e outros monstros. E as moças não são nada discretas ao vestir desde uniformes colegiais a roupas de vaqueiras e usar poderosas espadas para partir inimigos ao meio - sujando tudo com exageradas rajadas de sangue (que pode ter várias cores) por todos os lados.

Pizzas e zumbis

É uma bagunça tão grande que não dá para ter muita idéia do que você está fazendo com o controle na mão. Você mexe o Wii Remote para tentar imitar os golpes, mas nem sempre as moças respondem como você deseja, o que não quer dizer que elas deixam de atacar. De uma maneira bizarra, você sempre dá um jeito de matar os inimigos. E para causar aquele impacto, quando a sua lâmina já estiver bem usada, basta segurar o botão B e dar uma balançada que a heroína faz questão de limpar a arma para continuar com a matança.

Como já deu para captar, "Onechanbara: Bikini Zombie Slayers" é uma colcha de retalhos, emendando fetiches a todos os lados, que faz de tudo para agradar. Não força o jogador a se prender a um enredo ou a controles complicados, torcendo para que ele apenas curta a paisagem e se sinta parte da aventura. Olhando por esse lado, é até bem mais honesto do que muitos outros jogos que assombram o acervo do Wii - com gráficos bastante razoáveis também e uma quantidade decente de modos extras.