Rabbids Go Home

OTAVIO MOULIN
Colaboração para o UOL

Várias maneiras de chegar à Lua

Depois de atormentarem bastante o herói Rayman, antigo mascote da Ubisoft, os insanos Rabbids ganharam luz própria e estrelaram uma série de jogos repletos de minigames. Agora eles recebem seu game mais ambicioso, criado pela equipe Ubisoft Montpellier, a mesma de "Peter Jackson's King Kong" e do cultuado "Beyond Good & Evil".

Depois de três anos de desenvolvimento e um orçamento de título de ponta, "Rabbids Go Home" chega ao mercado na disputadíssima temporada de final de ano e com cara de arrasa-quarteirão. O melhor é que não se trata de mais uma compilação de minigames rasteiros, mas uma aventura estruturada, de proposta nova e mais gratificante.

De volta para casa

"Rabbids Go Home" tem um conceito sem pé nem cabeça que casa muito bem com seus estranhos protagonistas. Tudo começa quando dois Rabbids colocam na cabeça que eles devem ir para a lua, pois lá deve ser seu planeta de origem e um lugar tranquilo para dormir. Como não fazem ideia de como chegar lá, apelam para o mais óbvio: criar uma grande pilha de lixo que sirva como acesso.

Rabbids no supermercado

De certa maneira, a mecânica lembra uma mistura interessante das séries "Katamari" com "Sonic". Basicamente o jogador deve correr com um carrinho de supermercado pelos vários cenários do jogo em busca de itens para montar a tal pilha de lixo. Vale tudo nisso. Dá para coletar barris, latões, cones de trânsito, pneus, garrafas, bóias e até peixes, cachorros e vacas. No meio, claro, há obstáculos a contornar, como plataformas, inimigos, armadilhas e bombas.

É tudo bem simples e intuitivo, o que resulta em uma fórmula agradável que se repete ao longo das várias fases. O esquema não se torna banal graças ao grande número de surpresas e enorme variedade de objetos e ambientes. Há cenários diversos como mercados, aeroportos, lixões e shoppings para explorar, com muitas reviravoltas ao longo da ação, como pilotar o carrinho sobre a turbina de um avião ou pela água verde do esgoto.

Comercial francês

Os comandos são bem simples e atendem a todo tipo de jogador. Com o direcional do Nunchuk é possível mover o carrinho e com o A, a velocidade aumenta enquanto a precisão diminui. É possível desferir o ataque dos Rabbids chacoalhando o Wii Remote, graças ao poder de sugar Rabbids para dentro do acessório - o controle emite um som através de sua caixinha de som para simular a presença do bichinho lá dentro e há até uma visão interna dos componentes eletrônicos do Remote para mostrar o sujeito em ação.

A direção de arte do game é bastante sofisticada, com uma trilha de jazz muito bacana e algumas cenas de corte muito engraçadas, com estilo gráfico diferenciado das partes interativas. Apesar de alguns tempos de carregamento cansativos, a performance é bastante satisfatória diante da quantidade de elementos móveis nos cenários, ainda que tudo pareça um pouco fosco demais, sem cor, para um game voltado principalmente para o público infanto-juvenil.