Lode Runner

OTAVIO MOULIN
Colaboração para o UOL

Clássico ganha vida nova no Xbox 360

Se você nunca ouviu falar em "Lode Runner", talvez possa perguntar a seu pai. O jogo é um dos maiores clássicos do videogame ocidental, nascido em 1983 para computadores Apple II e Commodore 64. Criado pelo programador Douglas E. Smith para a Brøderbund Software, o inteligente jogo de ação - inovador ao apresentar um editor de fases que virou febre na época - foi o primeiro a fazer a transição para outras plataformas, ainda em 1984 com versões para o Nintendo 8 bits e o fliperama.

Quase 26 anos se passaram, com encarnações nos mais variados consoles, e seu esquema ainda funciona muito bem, como prova esta grande revitalização realizada pela Southend Interactive para venda online no Xbox Live Marketplace.

Labirintos frenéticos

A mecânica de "Lode Runner", ainda que antiquada, continua funcionando bem. Labirintos são gerados em uma tela estática, por onde seu personagem deve percorrer para coletar ouro. O sujeito é constantemente perseguido por inimigos e não pode saltar, mas em compensação, pode atirar no chão para quebrar o piso e retardá-los, ou mesmo criar passagens emergenciais. O passo é forte, ditado pela implacável movimentação dos oponentes, que não permite pausas para respirar; é preciso correr sempre e improvisar saídas e escapadas quase que instantaneamente.

Além do modo clássico, o jogo ainda traz um modo de treinamento para novatos e mais algumas novidades. O pacote conta com 50 fases chamadas de Puzzles, que trocam a frenética perseguição por cenários mais complicados, que não permitem erro nas soluções. O multiplayer também é muito interessante, contando com um modo cooperativo envolvente para dois jogadores e um esquema de sobrevivência para até quatro. Fora isso há ainda o sempre necessário editor de fases - que permite enviar suas criações para amigos - e um arquivo ilustrado com a história da franquia.

Ainda que a ação continue bidimensional, os gráficos agora são poligonais, criando uma boa sensação de tridimensionalidade aliada a alguns efeitos de luzes e partículas bem simpáticos. O som tem uma batida moderna e empolgante, pontuando bem a sufocante jornada do herói. Só faltou uma direção de arte mais inspirada, que causasse um impacto maior, uma vez que o mocinho ou seus oponentes não são especialmente marcantes.