Naruto: The Broken Bond

OTÁVIO MOULIN
Colaboração para o UOL

Os fãs de "Naruto" andam com sorte, pois os últimos jogos estrelados pelo ninja loiro dos mangás e animês têm mantido um excelente padrão de qualidade. "Naruto: The Broken Bond" segue mantendo o bom ritmo, na forma de uma continuação direta do competente "Naruto: Rise of a Ninja", lançado no ano passado, que misturou muito bem elementos de luta, plataforma e exploração livre, ao estilo "Grand Theft Auto".

Seguindo a história

A busca por Sasuke

"Rise of a Ninja" tinha a proposta de acompanhar a trajetória de Naruto e seus amigos bem de perto, seguindo a série de animê e englobando os arcos de histórias exibidos nos episódios 1 a 80, com o início do aprendizado do herói nas técnicas ninja. "The Broken Bond" parte exatamente de onde o outro jogo terminou, utilizando o espaço entre os capítulos 81 a 135 como base, mostrando o protagonista já mais consolidado e forçado a lidar com dilemas mais sérios, como o distanciamento do amigo Sasuke.

Como se trata de uma continuação direta, o game não faz nenhum tipo de concessão. Não espere por recapitulações ou diálogos que tentem contextualizar todos os fatos. É um título para iniciados e, caso você se interesse, deve conferir "Rise of a Ninja" antes para se situar melhor - o que não é nada mau, já que ambos os títulos são bem parecidos.

A estrutura do modo de história é praticamente idêntica. Apenas as missões, minigames e outros detalhes parecem ter sido dispostos de uma maneira mais lógica, tentando buscar um ritmo mais ágil. São vários objetivos espalhados pelos cenários, como corridas, lutas e coletas de itens, ainda que a navegação entre eles não seja lá das mais intuitivas. Como a abordagem é basicamente a mesma, a grande mudança ficou no uso de personagens coadjuvantes.

Trabalho de equipe

Absorvendo idéias de RPGs, o jogo permite que se controle um grupo formado por até três personagens no modo principal. Assim, algumas missões e quebra-cabeças devem ser resolvidos utilizando os poderes mais apropriados para cada ocasião, de acordo com o perfil de cada herói no grupo. Esses times também estão presentes no modo versus, que basicamente transforma o jogo em um título de luta para um ou dois jogadores.

Na briga

Este modo é claramente secundário, uma vez que a mecânica do jogo não é das mais complexas, pelo menos a ponto de peitar jogos do gênero de igual para igual. Ainda assim, é bem divertido. São quase trinta personagens à disposição, que se revezam em times de dois contra dois, com todos os poderes e magias vistas no desenho, além de uma dezena de combos para cada. E há a possibilidade de criar campeonatos, tanto offline quando online, o que dá uma boa profundidade ao extra.

No que diz respeito à apresentação, "Naruto: The Broken Bond" segue o mesmo padrão de seu predecessor. Com gráficos que utilizam o estilo cel-shading, que mascara os polígonos para parecem desenhos feitos à mão, o visual é extremamente fiel ao material original. Os trechos de história são apresentados também neste estilo, deixando a narrativa mais fluida, evitando quebra do ritmo com a introdução de seqüências em animação. O áudio também honra o anime, com a inclusão da dublagem original japonesa, bem mais elaborada e texturizada do que a americana.