Rocketmen: Axis of Evil

OTÁVIO MOULIN
Colaboração para o UOL

Com tantos remakes de jogos antigos ou reformas de jogos originalmente concebidos para navegadores, é um tanto revigorante encontrar alguma coisa totalmente inédita para comprar através dos serviços online de Playstation 3 e Xbox 360. "Rocketmen: Axis of Evil", pelo menos em tese, é um produto assim. Somente em tese, uma vez que funciona exatamente como jogos de tiro antigos, como "Smash TV", algo que tem seus prós e contras.

Tiroteios inspirados em RPG

"Rocketmen: Axis of Evil" é baseado em um jogo de tabuleiro criado pela Wizkids nos Estados Unidos, sobre um aventureiro espacial que tem que enfrentar uma aliança alienígena - que aqui, na verdade, funciona com partidas para até quatro jogadores, que podem customizar a aparência de seus personagens.

Já no campo de batalha, a intenção é percorrer todos os cenários e atirar em tudo o que se mover, utilizando os dois direcionais analógicos: o esquerdo serve para controlar a movimentação e o direito dispara a arma equipada no momento. Outros botões cuidam da interação com o ambiente e da troca de armas secundárias. Você pode pegar canhões ou escopetas, que têm limites de tiros por tempo em vez de balas, e granadas ou foguetes, que podem ser utilizados de maneira mais cadenciada. O importante é atirar sempre e ficar de olho na sua barra de energia, com objetivos secundários que quebram um pouco o ritmo e dão algum tempo para descansar. No fim das contas, é o mesmo jogo de tiro com visão de cima que existe há mais de duas décadas.

Para dar um ar de novidade há alguns outros elementos de RPG, além da criação dos personagens, que tornam o jogo um pouco mais profundo durante as pausas da história. Ao derrotar os inimigos, seus personagens coletam pontos de experiência que podem ser utilizados para aumentar suas habilidades, e também coletam materiais que servem para turbinar as armas de maneiras bem criativas e funcionais.

Visual cartunesco

"Rocketmen: Axis of Evil" chama a atenção pelo belo visual, com um estilo retrô bem cartunesco. É uma boa primeira impressão que logo vai se degradando com a apresentação pobre, que conta cenas de desenvolvimento animadas de maneira precária, além de péssimos diálogos e dublagens. Isto sem contar que a história não se desenvolve e, no fim das contas, não serve muito além de mero pretexto para colocá-lo nos tiroteios.

Agora, o aspecto mais intrigante é o sistema de câmera, que consegue arruinar grande parte da diversão. Por vezes, a câmera andará sozinha e você terá que acompanhá-la, enfrentando inimigos fora de seu campo de visão e que deixarão para trás itens que você não conseguirá resgatar. Em outras ocasiões, quando geralmente não houver nada de interessante para fazer, ela lhe dará a liberdade de controle, o que causará muita frustração.

O fato é pior no jogo multiplayer, com muita gente na tela ao simultaneamente, mas ao menos o tempo de resposta em nossos testes foi satisfatório e todas as partidas online ocorreram sem outros problemas maiores.