Roogoo

HENRIQUE SAMPAIO
Colaboração para o UOL

Se existe um gênero que possui mais clones do que idéias originais, este é o de quebra-cabeças. "Tetris", "Puzz Loop" (que deu origem a jogos casuais como "Zuma" e "Luxor") e outras fórmulas estão beirando o esgotamento, de tão exploradas que são. Felizmente, vez ou outra temos jogos como "Roogoo", para Xbox Live Arcade, que trazem novas idéias e conceitos, ainda que aproveitem, mas de forma positiva, elementos de jogos antigos.

Brincando com formas

45 níveis de quebra-cabeças

Em "Roogoo" você precisa empilhar peças geométricas coloridas entre plataformas flutuantes, todas com buracos de diferentes formatos. Seu objetivo é acumular um determinado número de peças, fazendo com que elas caiam até a base da estrutura, onde preencherão um espaço. Para isso, você precisa girar cada plataforma para que as peças em queda passem pelo buraco de formato correto. Quando todos os espaços forem ocupados por peças de suas respectivas formas e cores, você vence. Se o formato geométrico do buraco da plataforma for diferente das peças em queda, você as perde, aumentando uma barra que, quando cheia, finaliza o jogo.

No começo há uma sensação de que a idéia é simples demais e não renderá muito desafio ou diversão, até por que combinar formas e cores é uma tarefa para bebês. Usando os botões de ombro, você gira as plataforamas, e com o botão A faz as peças caírem rapidamente. Mais simples, impossível.

Entretanto, basta alguns minutos com "Roogoo" para perceber que a mecânica vai aos poucos se desenvolvendo de forma bastante inteligente, adicionando elementos que tornam o jogo mais difícil, desafiante e divertido. A dificuldade é progressiva: velocidade, número de peças, número de cores e outros elementos vão aumentando, exigindo cada vez mais atenção do jogador.

Há também criaturinhas que cobrem os buracos das plataformas, e que só são eliminadas quando você as esmaga com suas peças, pressionando o botão A. Borboletas pegam as peças que atingem a base da estrutura e as mandam de volta para cima, exigindo que você abra passagem novamente pelas plataformas, desta vez no sentido inverso.

Há itens especiais, que duplicam a quantidade de peças em queda, aumentando seus pontos e diminuindo o tempo para completar a fase, e até mesmo estágios bônus para quem conseguir preencher todos os espaços da última plataforma dentro de um tempo limite. Neste estágio, todas as peças adquiridas caem aleatóriamente de uma plataforma para outra, sendo necessário muito reflexo e atenção para girar a plataforma de baixo e conseguir "pegar" o máximo possível de formas.

É uma fórmula bem diferente e interessante, mas que não dá margem à estratégias ou combos, como em jogos tradicionais baseados em "Tetris". Na verdade, tudo é baseado em atenção (combinar formas e cores), reflexo (girar as plataformas rapidamente) e noção espacial (saber em qual posição as peças estão caindo).

Há também um modo multijogador, online ou local, no qual vence aquele que preencher primeiro todos os espaços da base. Além da função de atrapalhar o jogador, inserindo criaturinhas em suas plataformas, é preciso ser rápido para vencer, portanto, espere por partidas bem competitivas.

Carinha de bebê

Tudo em "Roogoo" é feito com muito esmero. Seu visual é do tipo fofinho, com personagens graciosos, cores suaves e pastéis e interface limpa, dando a impressão de que o jogo foi feito para crianças pequenas. Mas não se engane, com seu nível de desafio progressivo, é um jogo que deve agradar a todas as idades. Os cenários, por mais simples que sejam, trazem um belíssimo trabalho de cores. Diferentemente de muitos jogos do Live Arcade, "Roogoo" tem uma cara própria e está longe de ser genérico.

O trabalho de áudio também não fica para trás. As músicas acompanham a suavidade gráfica, com melodias calmas e bonitinhas, algumas bem inspiradas, chegando à melancolia. Além da qualidade das composições, todas as músicas são dinâmicas, e vão "crescendo" conforme a fase vai se desenrolando. Os efeitos sonoros são escassos, mas todos seguem o mesmo padrão de qualidade do título.