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Xbox 360

The Last Remnant

12/12/2008

OTÁVIO MOULIN
Colaboração para o UOL
Ciente do crescimento do mercado ocidental de videogame nos últimos anos, a Square-Enix, tradicional artesã de RPGs e outros jogos com forte influência japonesa, resolveu traçar estratégias para tentar conquistar com mais facilidade este público em expansão. A mais importante, claro, foi a que criou uma aproximação com a Microsoft, que já rendeu "Infinite Undiscovery" para o Xbox 360 e o anúncio do aguardado "Final Fantasy XIII" - até então exclusivo do Playstation 3 - para o mesmo console.

Ocidente na mira
Outro passo em direção ao jogador deste lado do hemisfério, pelo menos de acordo com as idéias e planos traçados pela direção da empresa, parte da mistura de elementos culturais diversos para que todo tipo de público tenha algo com o que se identificar. "The Last Remnant" é o primeiro produto da companhia a ser produzido seguindo tal diretriz e até mesmo foi construído a partir de um motor gráfico americano, o famoso Unreal Engine 3 que deu vida a "Gears of War" e outros grandes sucessos. Pena que, mesmo com tais esforços, o resultado tenha ficado tão ruim e abaixo dos padrões da empresa que consiga afugentar não só novo público que buscava conquistar, mas também o antigo.

Temas clássicos

Mesmo que busque por alguma novidade, pelo menos no que diz respeito ao roteiro, "The Last Remnant" é bem tradicional. O herói da vez é o jovem Rush Sykes, que foi criado em uma ilha remota ao lado de sua irmã Irina, longe das guerras que assolam seu planeta, um lugar de grande variedade étnica e lar de uma antiga e esquecida civilização.

O gatilho dramático ocorre quando a garota é seqüestrada, sem mais nem menos, por bando de monstros controlados por uma figura sinistra. Rush, como qualquer outro jovem e inexperiente protagonista de RPGs, resolve ir atrás da irmã sozinho, descobrindo aos poucos os motivos por trás do rapto: um incrível poder latente que tanto ele quanto ela possuem. Também seguindo convenções clássicas do gênero, o mocinho vai encontrando coadjuvantes importantes ao longo de sua jornada, que se unem à sua causa.

Resgate, intriga e mistério
Pelo menos, logo nos instantes iniciais, conseguimos ver alguma inovação, mesmo no manjado sistema de combate por turnos. Em vez de lutar contra os vários monstros - que são visíveis no mapa e não gerados em combates aleatórios - utilizando somente estes personagens de destaque, há um esquema de subgrupos, chamados unions. Você pode ser auxiliado por até cinco unions formadas por cinco guerreiros cada, e dá ordens somente para os times e não para cada personagem individualmente. Com um esquema assim, as coisas definitivamente vão mais rápido e tentam dar proporções maiores até mesmo em duelos contra as criaturas mais insignificantes.

O problema é que as instruções por grupo acabam simplificando muitos aspectos e tornando outros simplesmente disfuncionais. Você não consegue, por exemplo, curar uma unidade específica ou trocar seu equipamento sem a interferência da inteligência artificial, que cá entre nós, não é lá das mais brilhantes. A câmera também não ajuda em nada, tentando criar um aspecto mais cinematográfico às lutas ao preço de ângulos estranhos e cortes rápidos, que muitas vezes deixam o jogador sem noção do que realmente está acontecendo.

Tal sistema de combate é tão essencial para o jogo que, caso alguém não curta logo de cara, isto já se torne motivo para abandoná-lo e tentar outro título. "The Last Remnant" é claramente voltado para combates, com alguns que podem durar horas, então a caracterização de personagens e o desenvolvimento da trama é feito de maneira rasa e aos trancos. Até mesmo as missões e pessoas que lhe dão pistas pelo meio do caminho aparecem, muitas vezes, sem justificativa na trama e de maneira forçada, como se o intuito dos desenvolvedores fosse o de apenas estufar o jogo com conteúdo padrão do gênero. O game com certeza fica mais longo por causa disso, mas não necessariamente mais atraente.

Defeitos graves

Mesmo com os defeitos apontados até então, "The Last Remnant" poderia ser encarado por aquele fã do estilo, talvez na falta de algum exemplar mais inspirado na fila. Mas a apresentação é tão ruim que faz parecer vários jogos incompletos, em estado beta, que testamos por aqui melhor realizados. A primeira impressão que surge é que os desenvolvedores não pararam para ler o manual de instruções do Unreal Engine 3 ou que, por algum engano, alguma versão preliminar do game foi enviada para a duplicação.

Pântano de Crookfen
Ver "The Last Remnant" em execução lembra alguém que comprou um jogo de PC de última geração para seu PC ultrapassado e ainda está tentando rodá-lo com todas as configurações no máximo. Tudo bem, pode parecer uma analogia exagerada demais, mas é a sensação que fica. Logo no início já somos apresentados a todo tipo de travadas, queda no quadros de animação, texturas que demoram a aparecer e sons fora de sincronia. E isso continua por todo o jogo, somando a telas de carregamento lentas, polígonos que somem e toda uma infinidade de problemas constantes que nos levam a questionar se a Square-Enix mandou pelos ares seu tradicional controle de qualidade.

CONSIDERAÇÕES

"The Last Remnant" é uma tentativa de ocidentalizar um pouco o tradicional RPG japonês, mudando o perfil de alguns personagens e focando a ação em longas batalhas. Pena que o novo sistema de combates em turno, ainda que interessante, não seja bem explorado se tornando logo confuso e cansativo. Ainda assim, seria um exemplar decente do gênero se não contasse com vários problemas de performance, que beiram o amadorismo, muitas vezes parecendo que se trata de uma versão inacabada.

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    The Last Remnant (Xbox 360)

    282 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Square Enix
    Lançamento: 2009
    Distribuidora: Square Enix
    Suporte: 1 jogador, cartão de memória
    Outras plataformas: PC PS3
    DispensávelAvaliação:
    Dispensável

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