Vandal Hearts: Flames of Judgment

OTAVIO MOULIN
Colaboração para o UOL

"Vandal Hearts" foi um RPG estratégico lançado no início da vida do Playstation original e arrebatou uma legião de fãs, até então carentes de jogos no estilo. Uma continuação saiu alguns anos depois e nunca mais se ouviu falar na franquia, pelo menos até hoje.

Como a moda parece ser ressuscitar o máximo possível de marcas do passado, a Konami finalmente resolveu tirar a série do baú e lança "Vandal Hearts: Flames of Judgement" por download para Xbox 360 e Playstation 3. No entanto, o novo game não é uma produção da casa, que preferiu colocar o estúdio Hijix no projeto. O resultado é um título fiel ao passado, mas que nunca tenta ousar ou inserir novidades.

Competente, mas antiquado

Série de RPG tático ganha nova versão

A trama do game se passa muitos anos antes do "Vandal Hearts" original e, assim como o estilo de arte, não parece se inspirar muito no antecessor além da premissa básica. O jogo fala dos mesmos temas de sempre, sobre um jovem herói órfão que tem a responsabilidade de reunir um grupo para salvar sua terra do pior.

Ao menos o desenvolvimento tem um ritmo bom e utiliza recursos como vozes e cenas não-interativas, algo não muito comum para um produto distribuído de forma digital. Em determinados momentos é necessário fazer escolhas difíceis, que podem alterar o desenrolar das batalhas e até o final do enredo. É algo bacana, com certeza, mas como o ritmo é bem acelerado, mal dá para se apegar aos personagens e sentir sua falta.

O sistema de combate funciona como nos games antigos da série, a exemplo de clássicos como "Final Fantasy Tactics" ou "Disgaea". Ainda é bom, mas já tem um certo cheirinho de mofo. Há uma ordem de ação para os combatentes escalados para a luta, que podem se movimentar pelo cenário dividido por uma malha, usar itens, trocar de armas e usar magias. Nada muito complicado ou difícil, com a inserção apenas de alguns ataques combinados caso personagens estejam próximos e afins. Quem já experimentou algo no estilo, com certeza já sabe o que encontrar.

Como dito antes, a direção de arte é o que mais deve incomodar aos fãs dos velhos games. Foi embora o design tipicamente oriental e surge no lugar algo que não consegue misturar o visual infantilizado com a violência da trama, o que inclui aí os tradicionais sprays de sangue da franquia. O áudio é com certeza mais imponente, com boas dublagens e bom uso de recursos modernos.