Zombie Apocalypse

OTAVIO MOULIN
Colaboração para o UOL

Para quem joga "Left 4 Dead", "Zombie Apocalypse" parece um grande desperdício. Explico: o novo jogo da Konami distribuído por download é basicamente uma versão miniaturizada do jogo de tiro em primeira pessoa da Valve, com mecânica chupada do clássico "Smash TV" a exemplo da câmera aérea e uso de duas alavancas, uma para movimento e outra para tiros.

Só que o grande charme de "Left 4 Dead" não está presente. Não há grande necessidade de cooperação entre os jogadores e os companheiros entram ou saem do jogo - em partidas locais ou online - só para aumentar a matança de zumbis. Sozinho, o usuário não tem a companhia nem mesmo de parceiros controlados artificialmente, o que acaba tornando a tensão palpável, ainda que tudo se torne ainda mais repetitivo sem interação humana.

O objetivo de tudo é destruir os mortos-vivos para sobreviver e passar para o próximo cenário, com direito a metralhadoras, escopetas e explosivos para ajudar na tarefa e multiplicar seus pontos ao encaixar uma grande sequência de mortes. Há algumas ambientações bem criativas, como um parque e um ferro-velho e você ganha pontos ao utilizar objetos de cena como arma; um belo exemplo é atirar zumbis dentro do triturador de metal.

Como a repetição é grande, pelo menos aparecem algumas variações interessantes, a exemplo de fases no escuro ou que permitem apenas o uso da motosserra - que normalmente é uma arma secundária, pois é preciso ficar perigosamente perto dos inimigos para utilizá-la.

Todos os artifícios são válidos para tornar uma experiência repetitiva por natureza sempre fresca, mas o efeito não é duradouro. Independente da mudança de regras, cenários ou atuação de companheiros, este é um jogo que se resume a girar a alavanca analógica para atirar em todas as direções. Funcionava bem nos anos 80, mas hoje parece raso demais, mesmo para um jogo barato vendido por download. Ao menos a apresentação é competente e busca inspiração em vários filmes sobre o tema, de "A Noite dos Mortos-Vivos" a "Extermínio", para compor seus visuais e sons.