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Ghost Trick

03/03/2011

CLAUDIO PRANDONI
da Redação
Dentre os muitos gêneros de jogos que se deram bem no Nintendo DS, se destacam aqueles do estilo adventure, que focam mais em histórias intrincadas e resolução de enigmas do que reflexos rápidos e ação frenética.

Nesse campo, a Capcom se deu muito bem ao apostar na franquia "Ace Attorney", que nasceu no Game Boy Advance, apenas no Japão, e teve vez no ocidente no portátil de duas telas, apresentando um encantador elenco de advogados, promotores de justiça e outras figuras bizarras e divertidas que renderam já cinco títulos - sendo que um sexto já está em produção.

A série é obra da mente do diretor Shu Takumi, que agora nos brinda com outra brilhante incursão no gênero, na forma do criativo "Ghost Trick". Aproveitando novamente o consolidado formato de adventure, o cartucho brilha ao apresentar uma marca nova, mas que carrega e refina elementos do irmão mais velho: personagens inesquecíveis, enredo empolgante e mecânica de jogo desafiadora.

Subtítulo

A jornada começa em um ferro-velho, onde o protagonista não consegue lembrar quem é ou o que está fazendo ali, mas tem certeza absoluta de um fato: ele não está mais vivo. Agora na forma de espírito, a enigmática figura descobre - com o auxílio de outro espectro do além - que pode manipular alguns objetos do mundo dos vivos, podendo assim influenciar no desenrolar de certos eventos.

Uma aventura com herói morto
Em poucos minutos você logo descobre que pode também falar com pessoas mortas e, mais ainda, voltar no tempo para quatro minutos antes do fim trágico do indivíduo e tentar alterar esse destino. A partir daí "Ghost Trick" desenrola um suspense intrigante que envolve questões como a identidade do protagonista, a relação dele com uma jovem e empolgada detetive e uma estranha organização de assasinos de pele azul que busca algo misterioso. Tudo isso no período de uma noite, tempo que o heroi tem de sobrevida - depois disso a alma dele deixa de ter consciência.

Na prática, isso aparece como episódios próprios em que o objetivo é usar os poderes paranormais - os "truques fantasmas", daí o nome do game - para manipular objetos e influenciar eventos no mundo dos vivos, como evitar a morte de alguém ou ajudar uma pessoa a fugir da prisão, por exemplo.

A mecânica se divide em dois momentos: no mundo dos vivos o tempo corre normal, com pessoas e outros objetos se mexendo normalmente; no plano dos fantasmas o tempo congela e você pode migrar de um objeto para outro, traçando o caminho pela tela de toque com a caneta stylus ou movendo com o direcional digital. Há limitações, porém, e só é possível possuir itens marcados com um ponto brilhante. Uma vez possuídos, cada um reage de maneira diferente à influência fantasma - uma bateria vai rufar, guarda-chuvas se abrem e assim vai. Movimentos simples, mas que acabam compondo e ajudando a resolver o quebra-cabeça que é cada cena.

Trailer da Gamescom 2010
Curiosamente, não há como perder em "Ghost Trick": caso a figura a ser protegida morra você leva Game Over, mas tem a chance de voltar para antes do evento trágico e corrigir o erro. Assim, o título acaba sendo um exercício de tentativa e erro que não frustra tanto quanto se poderia imaginar. Por um lado às vezes é chato ficar repetindo uma cena diversas vezes por não descobrir exatamente como solucioná-la, mas cada jogada permite explorar caminhos e esquemas diferentes, que se não dão dicas de como resolver o enigma ao menos geram situações engraçadas e divertidas.

Aliás, essa faceta da obra de Shu Takumi brilha tanto quanto em "Ace Attorney". Cada personagem é carregado de uma personalidade exagerada e marcante, culminando em cenas das mais hilárias. Tudo isso ganha ainda mais destaque por conta do estilo de arte peculiar, cheio de cobres vibrantes e chadapas e animações fluidas. Por exemplo, o inspetor Cabanela é um show por si só a cada vez que aparece, vestindo um sobretudo todo branco com cachecol vermelho, fazendo passos de dança à la Michael Jackson e soltando frases de efeito cheias de confiança.

No total, a aventura leva cerca de 10 a 12 horas para encerrar, mostrando uma das histórias de drama com pitadas cômicas mais inteligentes e envolventes dos últimos anos. Infelizmente, como a maioria dos games do estilo, não há incentivos para jogar de novo a não ser o prazer de acompanhar novamente o enredo.

CONSIDERAÇÕES

Com uma história cativante, personagens cheios de estilo, visual vibrante e uma mecânica criativa cheia de enigmas inteligentes, "Ghost Trick" honra o legado da série "Ace Attorney" e se consolida já como um dos melhores adventures do Nintendo DS. A mecânica de tentativa e erro pode incomodar alguns, mas é um tropeço pequeno diante do alto nível geral de qualidade da nova marca da Capcom.

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    GALERIA

    Ghost Trick: Phantom Detective (DS)

    183 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Capcom
    Lançamento: 11/01/2011
    Distribuidora: Capcom
    Suporte: 1 jogador
    ImperdívelAvaliação:
    Imperdível

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