Jak II: Renegade

da Redação

Os criadores de "Crash Bandicoot", da empresa Naughty Dog, levaram algum tempo para apresentar seu primeiro game para PlayStation 2. "Jak & Daxter" foi um competente jogo de plataforma que se destacava por sua proeza tecnologia: um gigantesco mundo, com campo de visão à perder de vista (literalmente), sem nunca parar para ler o disco. Apesar disso, a mecânica do jogo era um pouco manjada (colecionar baterias infinitamente) e os personagens pareciam o resultado de uma pesquisa de marketing - carismáticos, mas muito superficiais. A continuação, de certa maneira, leva essas características ao extremo, mas com um foco diferente.

"Jak 2" (o nome oficial foi mudado pois o grupo de testes só chamava o game assim - mais provas da teoria da pesquisa de marketing) retoma a trama depois do final especial do game anterior: Daxter ainda continua como um bichinho peludo e os dois amigos entram em um portal desconhecido. Eles acabam viajando para um futuro apocalíptico, no qual diferentes facções lutam pelo controle do arquipélago destruído. Jak é raptado por um dos novos lordes, um sujeito conhecido apenas como O Barão. Ele é usado para experiências científicas com Eco Negro, sofrendo por cada segundo até ser resgatado por Daxter. Desta vez Jak ganha não apenas voz, mas uma nova personalidade: ele não é mais um elfo bonzinho, e quer apenas vingança do homem que fez isso com ele.

Felizmente, as experiências não foram de todo perdidas: Jak agora pode usar o poder do Eco Negro para se transformar em uma versão indestrutível e super-poderosa de si mesmo, destruindo tudo em seu caminho - algo que será necessário em determinados momentos do game. Apesar de ganhar muito mais importância como personagem na continuação, Daxter continua com suas tiradas sarcásticas e ganha mais espaço: ele poderá ser controlado em determinados momentos do game.

Já que o jogo agora é feito para um público mais adulto, sua fórmula geral foi alterada. Apesar de ainda existirem centenas de objetos a serem coletados, "Jak 2" é baseado em objetivos: o herói deve conversar com personagens que oferecem pequenas missões variadas. Jak deve então passear pelo mundo para resolvê-las e, assim, avançar a trama. Inúmeros eventos carregam a trama do jogo, evitando um roteiro simples e previsível como em "Super Mario".

Com essa trama expandida e maior número de personagens, a Naughty Dog aproveitou a situação para melhorar ainda mais a tecnologia do game. Utilizando o mecanismo do game anterior com bibliotecas de outros jogos da Sony como "Ratchet & Clank" e "Mark of Kri", a empresa recriou enormes cidades repletas de cidadãos, cada qual com sua personalidade e animações próprias. O mundo está ainda maior - e com mais apelo para aqueles querem se perder nesse arquipélago virtual. E o melhor: essas cidades foram baseadas na mecânica de "Grand Theft Auto": você pode roubar veículos, atacar pessoas e até atrair a atenção da polícia - sempre simulando uma metrópole real, com dezenas de pedestres habitando os ambientes.

Se variedade é uma preocupação, "Jak 2" é a cura. Além de todos os movimentos do game original terem sido preservados e novos terem sido adicionados, o protagonista ganhará também muitos outros itens e truques. Além dos veículos roubáveis, nosso herói adquire em determinado momento um skate voador, parecido com aquele de "De Volta para o Futuro". Além de permitir acesso à novos locais, você pode executar manobras no estilo de "Tony Hawk". Outra adição são quatro armas de fogo, que aumentam ainda mais o repertório do herói. E o melhor: esses itens, uma vez adquiridos, podem ser usados à vontade.

Pegue todas essas novidades e leve em consideração que o jogo roda suavemente a 60 quadros por segundo a maior parte do tempo e você tem o que pode ser um novo parâmetro para jogos de plataforma. Está na hora do criador de Mario ficar esperto... ou o encanador pode ficar desempregado ainda esse ano!