A franquia "Dragon Ball", criada pelo artista Akira Toriyama, já tem mais de 25 anos e ainda goza de incrível popularidade em todos os cantos do planeta. Prova disso é a quantidade de games inspirados na licença que chega às lojas todos os anos e "Dragon Ball Raging Blast" só aumenta esta conta.
O novo título promove mais uma longa sucessão de lutas inspiradas em vários momentos e sagas da série. No modo principal, o Dragon Battle Collection, é possível escolher quais fases encarar, sem ordem específica, ou até mesmo se aventurar por histórias em universos paralelos, que alteram os eventos da mitologia oficial. É importante comentar que o game não faz muito esforço para contextualizar as lutas e trata o usuário como bom entendedor da franquia, com apenas alguns textos e diálogos antes dos combates.
Depois de explorar toda a cronologia de "Dragon Ball" ainda há muito a fazer. Modos extras é o que não faltam no pacote, como o obrigatório Versus para partidas entre amigos, um Tournament para até 16 participantes e um treinamento. No meio disso ainda há o Trial, que coloca objetivos específicos como nocautes em tempo limitado para forçar as habilidades do jogador, e o modo online (rankeado ou não), que permite a customização dos heróis e vilões com vários itens. Nada muito original, mas em volume suficiente para deixar qualquer fã satisfeito.
Visão comprometidaOs designers fizeram de tudo para tornar a experiência de "Dragon Ball Raging Blast" a mais duradoura possível, mas parecem ter esquecido do principal. As lutas que movem o game sofrem de alguns problemas irritantes que nocauteiam a diversão. Os combates sempre misturaram elementos tradicionais do gênero às excentricidades da franquia, como raios gigantescos ou duelos no ar, mas aqui tudo parece um pouco fora de sintonia.
Os golpes simples não acertam os oponentes de maneira uniforme e não parecem surtir efeito dependendo da posição ou situação em que o oponente se encontra. É meio como uma loteria, que depende da posição do inimigo e dos comandos feitos pelo usuário antes. Assim, é privilegiado o combate à distância. Isto quando é possível encontrar o inimigo no meio do cenário.
Não há referências visuais claras para indicar o posicionamento dos inimigos nas vastas arenas. Como a velocidade da ação é alta, dá para perder a noção do que está acontecendo facilmente e ser atacado de surpresa. A câmera é uma grande responsável por isso, já que não parece seguir os lutadores de maneira correta - muitas vezes você fica olhando para o céu vazio ou algum pedaço do cenário sem importância alguma, sem visualizar os personagens.
CONSIDERAÇÕES
"Dragon Ball Raging Blast" é mais um jogo de luta baseado na clássica franquia do mestre Akira Toriyama e capricha nos sons e visuais para se manter fiel ao material original. O conteúdo é vasto, com muitos itens e modos extras, mas a campanha principal carece de uma apresentação sofisticada, que valorize todos os eventos mais importantes da saga. O problema crucial, no entanto, reside na mecânica das lutas, com uma câmera frouxa e comandos irregulares que não conseguem acompanhar o ritmo frenético dos combates. Para fãs da marca, há games mais interessantes no mercado.