Bola de Gude

da Redação

Nos Estados Unidos, as tais bolinhas são conhecidas como "marbles" ("lascas de mármore", em português). Contudo, há notícias de que as civilizações egípcias e romanas já se entretinham com a brincadeira que, no Brasil, ficou mais conhecida como bola (ou bolinha) de gude.

Por sinal, ao menos nos grandes centros, a bola de gude está um pouco deslocada em meio à juventude atual - afinal, com o tempo, os campinhos de terra, perfeitos para as "búricas" deslizarem, foram substituídos pelo asfalto. Faz parte do progresso, que traz consigo a tecnologia.

E foi a tecnologia do entretenimento eletrônico que permitiu ao programador carioca José Lucio "SLotman" Mattos da Gama, da Icon Games, desenvolver "Bola de Gude", com um clima tão casual quanto aquele que envolve o ato de desenhar um círculo no chão para brincar com as pequenas esferas.

O negócio é "tecar"

Com cerca de 19MB em seu arquivo de instalação, "Bola de Gude", com opções de idioma em português e em inglês, está longe de ser pesado, mesmo para os computadores modestos. Do download à execução do ícone na área de trabalho, passando pela instalação, são pouquíssimos minutos de espera.

No menu principal, basta clicar em Jogar, escolher sua bolinha, entre mais de 30 disponíveis, e definir os adversários - até três. "Bola de Gude" é um jogo de estilo bem "família", mas se você quiser se divertir sozinho ou contra o CPU, pode fazê-lo sem problemas.

São três modalidades: em Buraco, o objetivo é, com a sua bolinha, acertar dentro de um círculo as demais que encontram-se espalhadas pelo cenário. Cada acerto vale um ponto e o jogador só perde a vez quando errar; já em Búlica, é preciso acertar as esferas dentro de vários círculos espalhados pela fase. Percorridos todos os círculos, o jogador vira o "papão" e pode "tecar" os adversários - ou seja, acertar as bolinhas, destruindo-as; por fim, Mata-Mata é o equivalente ao deathmatch dos games de tiro: ganha quem "tecar" o maior número de esferas.

Parece fácil, certo? De fato, jogar é uma tarefa bastante simples: com o mouse, depois de definir a direção para onde a bolinha será jogada, é exibido um medidor de força. E pronto: com estas duas variáveis, já é possível se divertir pelos cinco cenários disponíveis - parque, quarto, quintal, rua e fazenda.

O sistema é mesmo bastante amigável, mas dominá-lo exige algumas partidas bastante dedicadas. A inteligência artificial consegue oferecer um bom nível de desafio, pois muitas vezes, "sabota" a sua jogada, deixando esferas do cenário em seu caminho, quando possível.

Diversão coletiva

O modo single-player é bastante limitado. Para dizer a verdade, a simplicidade é a maior arma de "Bola de Gude", jogo de um homem só e casual; portanto, não espere por muito requinte técnico, embora tanto o visual, com cenários bastante detalhados (ainda que a topografia pudesse ser melhor explorada, através de mais obstáculos ou relevos, por exemplo), e a trilha sonora, com músicas sintetizadas agradáveis, estejam de bom tamanho.

Mas, voltando ao single-player limitado, não existem muitas maneiras de evoluir em "Bola de Gude", tampouco recursos escondidos, características persistentes ou qualquer outra característica para prolongar sua vida útil. Diante disso, investir no multiplayer, via rede, é um passo. Afinal, chega uma hora em que a inteligência artificial já não oferece mais tantos desafios, então é hora de testar as habilidades contra adversários de carne e osso.

Enfim, "Bola de Gude" é um jogo para partidas rápidas, altamente customizáveis, e sem muita cerimônia. Para termos de comparação, seria, por exemplo, um jogo muito bacana para a Xbox Live Arcade, rede de jogos casuais do Xbox 360.

De quebra, é o tipo de game que, se você mostrar ao seu pai ou tio, certamente vai conquistar um parceiro de jogatina. Além disso, se levado em consideração o custo-benefício - na época da análise, o jogo era vendido por R$ 15 -, aí "Bola de Gude" alcança um patamar ainda mais respeitável.