Project Eden

da Redação

Frank Miller e Philip K. Dick nos mostraram em suas obras futuros sombrios e corruptos, enormes cidades verticais mergulhadas em caos e controladas por enormes corporações. Ambos presentearam esses mundos com heróis idealistas que percorrem os becos escuros desprezados por essas sociedades para acabar com o crime. Tudo isso acabou virando clichê depois desses pioneiros, mas Project Eden faz uma verdadeira homenagem aos dois logo em sua abertura - e aproveita o embalo para oferecer um jogo bastante criativo e diferente.

No controle dos cinco membros de uma força especial da polícia, você deve descer progressivamente pelas camadas de uma decadente cidade vertical, resolvendo desafios para chegar cada vez mais perto do chão - e da verdade por detrás de uma empresa que produz carne sintética. Apesar das aparências, Project Eden não é um jogo de tiro, nem tampouco um desafio de tática militar. Na verdade, o foco do jogo é trabalho em equipe - cada um dos quatro membros tem habilidades específicas - para conseguir ultrapassar os obstáculos do ambiente industrializado.

Através de uma interface nada convencional, você deve manipular esses quatro policiais (e dois pequenos aparelhos) pelas catacumbas urbanas, agindo em conjunto chegar ao próximo elevador, se aprofundando cada vez mais no mistério. Enquanto Amber, o enorme robô passa por uma caldeira escaldante, Andre conserta o mecanismo quebrado que engatilha uma porta - esse é apenas um dos cenários possíveis. A equipe conta também com o líder Carter (que interroga pessoas) e Minoko (uma excelente hacker). O truque é coordenar a ação de todos para atravessar cada obstáculo. O ambiente é recriado com bastante perfeição, evocando a mesma sensação de um Blade Runner. A trama, apesar de superficial e simples, é desenrolada com bastante maestria para manter a atenção do jogador.

O jogo traz algumas decisões de design questionáveis. O modo multiplayer é desprezível, se não inútil. Os tiroteios do jogo não tem nem ação, nem estratégia, e normalmente são repetitivos e não exigem muita coordenação. Felizmente, a morte dos integrantes não é punida: eles apenas retornam ao último ponto de referência - o que reforça ainda mais o ritmo lento de Project Eden.