Tribes: Vengeance

da Redação

Muitos jogos vêem a adição de uma opção multiplayer como uma espécie de Santo Graal capaz de valorizar um produto que teria uma vida curta. Mas o terceiro episódio da série "Tribes" seguiu exatamente o caminho inverso - e para a surpresa de muitos, com resultados impressionantes.

Quem precisa de chão?

A série sempre se destacou pelo seu multiplayer frenético que tinha como arma secreta jetpacks - mochilas com jatos que permitiam vôo limitado dos participantes. Misturando diversos objetivos estratégicos, jogadores eram verdadeiras pulgas em grandes ambientes, usando diferentes armaduras e armas futuristas. Tudo isso está intacto, mas agora com algumas novidades - o game captura a emoção de "Unreal Tournament" e "Quake III" e leva ela para novas alturas... literalmente.

Mas o destaque do game fica mesmo com a nova opção para um jogador. Mesmo trazendo uma fórmula voltada para multiplayer online, a Irrational Games não apenas conseguiu criar uma fantástica trama, mas adaptar as diferentes modalidades de "Tribes" em diferentes missões. Jogadores interpretarão uma série de personagens diferentes em duas épocas, juntando as peças de um surpreendente conto de traição, ódio e amor.

Mas mais do que contar uma história competente e coerente com o universo de "Tribes", a Irrational soube criar uma atmosfera que lembra a revolução criada por "Half-Life": cada fase parece um lugar real, e os acontecimentos se desdobram ao redor dos personagens com a narrativa de um filme e total verossimilhança - além de servir como um ótimo tutorial para quem não tem experiência e vai se aventurar nas competições online. E o melhor de tudo: a variedade e qualidade do design das fases impressiona do começo ao fim.

Só o começo...

Quem terminar a aventura - ou simplesmente preferir jogar online - pode acessar a opção multiplayer, que não perdeu a qualidade original. Com apenas algumas pequenas novidades e melhora no balanço das armas, o maior destaque fica com os novos veículos. As modalidades adicionam um bom elemento de estratégia entre gerenciar ataque e defesa além da escolha de armas e armaduras. Alguns jogadores podem ficar decepcionados com a ausência de bots - mas depois de experimentar a emoção de jogar online, isso não deve fazer muita falta.

Trazendo a tecnologia de "Unreal", o game não decepciona nos gráficos, apesar de não chegar no mesmo nível que seus concorrentes mais modernos como "Half-Life 2", "Doom 3" e "Far Cry". Misturando ambientes fechados e abertos, o game conta com uma direção de arte que ajuda a diferenciar inimigos de aliados (e suas respectivas classes) a distância.