Primeiro título revelado para o Wii, "Red Steel" chegou carregado de esperança e novidade, prometendo uma experiência de jogo de tiro em primeira pessoa como nunca antes vista, permitindo grande imersão e agilidade por conta do controle Wii Remote e seus sensores de movimento.
O resultado final, porém, não agradou tanto, pecando por controles que não conseguiam exatamente oferecer aquilo que vendiam e um design de fases pouquíssimo inspirado, entre outras falhas menores.
Quase quatro anos depois, e agora turbinada pelo uso obrigatório do acessório MotionPlus, que aumenta a precisão e sensibilidade do Wii Remote, a franquia "Red Steel" volta para uma nova tentativa, mudando radicalmente o cenário, mas mantendo e acertando na essência dos combates: a combinação de tiroteios com golpes de espada.
Redefinido e melhoradoSai de cena o cenário contemporâneo e brigas contra mafiosos orientais, entra no lugar uma espécie de Velho Oeste alternativo, que mescla influências western com elementos nipônicos e uma boa dose de tecnologia. Isso tudo é mostrado por meio de cores vibrantes e um peculiar filtro cel shading, o que acaba conferindo até um jeitão meio "Borderlands" simplificado a "Red Steel 2".
A grande estrela e atrativo mais bacana é a mecãnica de jogo. Com o MotionPlus, a Ubisoft conseguiu acabar com o jeitão desengonçado do primeiro "Red Steel" e propiciar uma experiência empolgante.
Tanto as armas de fogo quanto a espada possuem vantagens e desvantagens diferentes que ajudam a vencer os diversos tipos de inimigos. Um tiro de escopeta pode ajudar a reprimir grupos grandes de inimigos, mas só com a katana é possível quebrar armaduras dos adversários.
O controle ajuda e consegue achar um meio termo na sensibilidade a movimentos. Não é preciso ao extremo, mas também não sofre de atrasos frustrantes. Ainda que algo nesse ponto não esteja adequado, é possível alterar detalhes que ajudam a se adaptar ao esquema.
A história, em contrapartida, é simplória e sofrível de tão mal desenvolvida: seu personagem é um membro banido do clã Kusagari que eventualmente descobre ser um dos últimos representantes da linhagem e deve enfrentar um monte de gangues inimigas para recuperar uma lendária espada. No caminho, reviravoltas de pouco impacto que servem apenas para falar que o vilão que você perseguia era só peça menor na trama e que o bandido maior e outro. E assim a caça continua.
Felizmente, pouco importa o roteiro. A aventura leva lá suas boas 10 horas para ser encerrada e é formada por diversas missões curtinhas. Algumas são as principais e fazem o enredo progredir, enquanto outras menores aumentam a sessão e concedem mais dinheiro para evoluir habilidades. Dentre as novidades estão novos golpes com as armas de tiro, a espada ou combinações de ambos.
O visual não é dos mais detalhados do console, mas roda de maneira fluida e traz muitos elementos destrutíveis nos cenários. Já a dublagem soa um bocado canastrona, mas fica a dúvida se é falta de competência ou uma tentativa de citar filmes de ação de segunda categoria. De qualquer maneira, não agrada muito.
Ao final da brincadeira, pouco incentivo para se aventurar novamente em "Red Steel 2". Diferente do primeiro game, aqui não há opções de partidas multiplayer. A única opção adicional é um modo de desafios, que se resume a capítulos isolados da aventura principal em que se deve atravessar novamente conseguindo uma alta pontuação.
CONSIDERAÇÕES
"Red Steel 2" promete menos e realiza muito mais do que o primeiro game da série. A nova ambientação garante cenários vibrantes e o controles melhoraram muito, oferecendo combates empolgantes e equilibrados. Peca pela história fraca e conteúdo extra para prolongar a diversão, mas a campanha principal garante ao game lugar entre os games de tiro mais bem acabados do Wii.