01/02/2009
da Redação
"Monster Hunter" está para a Sony assim como "Pokémon" está para a Nintendo. Talvez a comparação seja exagerada, mas as semelhanças são gritantes: ambas as séries são RPGs que envolvem exploração e, principalmente, captura de monstros. Mais do que isso, as duas fizeram fama e fortuna em aparelhos portáteis e ajudaram os pequenos consoles a vender milhões de unidades - PSP para "Monster Hunter", DS e Game Boy (de todos os tipos) para "Pokémon".
Assim, foi um grande baque quando a Capcom anunciou em 2007 a mudança de plataforma de "Monster Hunter 3", originalmente projetado para PlayStation 3 e agora título exclusivo de Wii. Há quem diga que a transição ocasionou uma imensa perda de potencial de renovação e melhorias para a franquia, porém isso está longe da realidade.
Como é de se esperar, são diversas novidades e adições: pela primeira vez na série há ambientes aquáticos para explorar e travar combates, sendo que monstros marinhos podem ser capturados. Mapas com temática de deserto também fazem estréia, a exemplo de uma nova geração de monstros de variados tipos.
Além de opção de jornada solo, "Monster Hunter 3" conta com partidas multiplayer cooperativas - seja no mesmo console ou online. O próprio mundo foi refinado, criando agora um vivo e pulsante ecossistema virtual. Perdura a divisão por áreas, marcadas por ambientes pequenos que basicamente servem para mascarar os carregamentos de dados do disco. Todavia, estas transições serão agora muito mais sutis, principalmente pelo fato de que agora monstros habitam estes lugares.
A inteligência artificial elaborada para "MH3" merece destaque pois agora permite níveis inéditos de interação. Além das criaturas reagirem à presença dos guerreiros controlados pelos jogadores, elas reconhecem também a existência de outros monstros, podendo assim simpatizar ou inimizar, ocasionando combates bem na sua frente.
No campo dos controles a produção da Capcom joga seguro e não inventa estripulias com os sensores de movimento do Wii Remote e Nunchuk. Tanto que será possível jogar tranquilamente com o Classic Controller e mesmo ao encarnar um arqueiro a mira é controlada pela alavanca analógica - nada de apontar para a tela a fim de atirar, sempre uma tentação em games com situações deste tipo no Wii.
Comandos sensíveis a locomoção até existem, mas meramente buscam facilitar ações que já constam nos botões - sacudir o Wii Remote saca sua arma, mesma utilidade do botão +, por exemplo. Na água não há grandes complicações: seu herói nada na direção apontada pela câmera, controlada pelo direcional digital.
O visual obviamente não se aproxima das pouquíssimas imagens conceituais liberadas de "Monster Hunter 3" quando ainda era um jogo de PlayStation 3, mas certamente figura na lista de produções mais bonitas do Wii. Isso se reflete nas texturas definidas, modelos elaborados e cenários amplos e repletos de efeitos de luz impressionantes - tudo devidamente valorizado por um design artístico exuberante.