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05/06/2008 - 19h53

Especial "Ninja Gaiden": duas décadas de shurykens

OTÁVIO MOULIN
Colaboração para o UOL
Do fliperama ao NES
A chegada de "Ninja Gaiden II" ao Xbox 360 não marca apenas a continuação da aventura protagonizada pelo herói do já clássico game de ação, lançado originalmente para o Xbox em 2003, mas também os 20 anos da franquia. Não são muitas as séries que conseguem sobreviver por tanto tempo e ainda se manter atuais e desafiadoras para as novas gerações. Aproveitando este marco, o UOL leva você por uma viagem no tempo, visitando os principais títulos da saga e explicando porque ela se tornou tão popular entre os jogadores, durante estas duas décadas.

Em plenos anos 80, a indústria do videogame não era tão grande e poderosa quanto é hoje, mas já ganhava bastante repercussão com o sucesso do Famicom (ou NES como foi chamado nos EUA), o console de 8-bits da Nintendo. Os fliperamas também estavam em alta, explorados por um grande número de empresas.

Como qualquer outro mercado, o videogame também sabia aproveitar as tendências e correu logo atrás de produtos para capitalizar em torno da "ninjamania". A Sega foi uma das primeiras a obter sucesso, principalmente com a série "Shinobi", que nasceu no fliperama, em 1987, e foi parar no Master System e outros consoles nos anos seguintes . Assim como nos filmes "Guerreiro Americano", o protagonista tinha um nome nipo-americano, Joe Higashi, e usava armas exóticas e poderes especiais para destruir hordas de inimigos, em um jogo de ação de plataforma com visão lateral.

A "ninjamania" foi o apelido dado pela imprensa à moda iniciada pela infinidade filmes de ninja que foram produzidos e lançados durante a década de 80. A popularidade destas figuras misteriosas da história japonesa tomou proporções tão absurdas que os ninjas começaram a surgir em todos os lugares - desde desenhos animados a canções pop, e estampando de bens de consumo a alimentos.
NINJAMANIA
Outro estilo de jogo com ação lateral também estava em alta, mas focado em lutas corpo a corpo, como em "Double Dragon", da hoje finada Technos, e nestes moldes o primeiro "Ninja Gaiden" foi lançado, em 1988, para fliperama. O título, que significa algo como "A outra história do Ninja", nunca fez sentido algum para o público ocidental, mas com o mercado naquelas condições, qualquer coisa com ninja no nome teria alguma atenção - embora na Europa ele tenha sido chamado de "Shadow Warriors", como constava no projeto original. O jogo não demorou a fazer sucesso graças à violência, à dificuldade e aos inimigos chamativos.

O protagonista era um guerreiro chamado Ryu, que enfrentava os soldados de uma misteriosa seita do mal em várias regiões dos EUA, desferindo sopapos e ocasionais golpes de espada. Ele também enfrentou a falta de originalidade, em um jogo medíocre, que acabou fazendo sucesso graças à força dos conceitos fortes em que se baseou na época.

O próximo passo da Tecmo então foi o mais natural: lançar uma versão do jogo para o Famicom, ainda no mesmo ano. Assim como o fliperama se inspirou em um hit dos concorrentes, o game para a plataforma Nintendo mudou de estilo e renegou o original, mas continuou buscando idéias em outras fontes. O esquema de jogo mudou para uma ação de plataforma como na série "Shinobi" e ainda pegou emprestado outros elementos, como a interface de "Castlevania", da Konami.

Divulgação
"Ninja Gaiden" chegou ao NES no embalo da "ninjamania"
MAIS FOTOS DO JOGO
Não que "Ninja Gaiden" não tenha suas qualidades e inovações, como a habilidade de agarrar em paredes e seus vários tipos de armas. A seqüência de abertura - provavelmente a primeira vez que um videogame doméstico conseguiu adotar uma linguagem cinematográfica com sucesso - é memorável. Nela há um duelo de ninjas que leva à aventura de Ryu Hayabusa, o protagonista com a missão de proteger duas estátuas das garras de um sujeito chamado Jaquio, que pretende usá-las para evocar o espírito de um demônio adormecido. A história, que envolve arqueólogos, agentes da CIA e um cenário no Brasil, não faz muito sentido - aliás, este nunca foi o ponto forte da série - mas a ação frenética e o alto nível de dificuldade foi o suficiente para destacar o jogo no meio de uma avalanche de produtos ninja.

Em 1990 foi lançada sua continuação, "Ninja Gaiden II: The Dark Sword of Chaos", que fez ainda mais sucesso. Um ano depois da batalha final no anterior, Ryu surge com novos truques na manga, como escalar as paredes ou criar cópias de si mesmo, que o acompanham e lutam ao mesmo tempo. Como era bem comum naquele tempo, a namorada do ninja foi raptada, e ele parte para o resgate, se envolvendo com o feiticeiro Ashtar e a volta de Jaquio, e um plano mirabolante para utilizar a tal arma do título para dominar o mundo.

Trilogias já eram comuns na época e "Ninja Gaiden III: The Ancient Ship of Doom" chegou às lojas em 1991 para fechar a saga com grande impacto - e isto com certeza a Tecmo conseguiu, ainda que pelos motivos errados. Primeiro por seu implacável nível de dificuldade, mesmo para os exigentes padrões da época, algo que algumas publicações atribuíram a um bug no processo de localização da versão americana, que fazia com que o herói tomasse o dobro de dano do que na japonesa. Segundo pelos bizarros rumos na história, que matou a namorada pela qual Ryu lutou tanto para salvar, e ainda misturou a monstros tecnológicos e a uma nave espacial de outra dimensão.

Ainda que tenha causado polêmica, o terceiro capítulo da série obteve grande sucesso comercial, criando expectativas a respeito de jogos para a nova geração, que já contava com o rival da Sega em dois grandes jogos, "The Revenge of Shinobi" e "Shadow Dancer", para Mega Drive.
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