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20/04/2011 - 08h11

Especial: com 64 megabits, "Pier Solar" é maior cartucho do Mega Drive

ANDRÉ FORTE
Colaboração para o UOL


Na década de 90, a quantidade de megabits gastos em um cartucho muitas vezes poderia significar a qualidade do mesmo. Assim, títulos como os da série 100 Mega Shock da Neo Geo causavam alvoroço se comparados aos humildes representantes de Mega Drive e Super Nintendo, que utilizavam em média 16 até no máximo 32 mega de memória.

Até "Pier Solar", o grande vencedor neste quesito para o Mega Drive foi "Super Street Fighter", jogo de luta da Capcom que foi lançado em 1994 com 40 megabits. O RPG da Water Melon, entretanto, chutou as nádegas de Ryu e companhia com um estouro de 64 megas. "O jogo começou sendo desenvolvido para CD, o que significa que nós esbanjamos nos gráficos, para torná-los o mais detalhado possível", explica Tulio.

Outra diferença marcante de "Pier Solar" para os demais de seu gênero é o visual detalhado dos cenários, que contam até com folhas voando como elementos decorativos "OS RPGs geralmente economizam muito nos gráficos devido ao grande número de cenários, mas nós não poupamos nada e fizemos diferentes variações de gráficos de fundo, detalhes e personagens para que o jogo ficasse o mais agradável possível".

Outro departamento muito explorado pelos 64 megas do game foi o som. "Os dados de áudio ocupam mais espaço do que as ROMs do 'Sonic 1' e 'Sonic 2' combinadas. Fora isso, há textos e traduções... tudo isso ocupa um espaço tremendo. Ao final da compilação do jogo houve pouquíssimo espaço livre... algo em torno de 5 KB".

Se já não bastassem as maravilhas proporcionadas pelo cartucho de 64 megabits, o RPG da WaterMelon também permite - pela primeira vez na história do Mega - que o cartucho trabalhe em harmonia com o Sega CD para tocar as faixas de música do periférico do console. "Esta ideia surgiu quando tivemos que abandonar o jogo em CD. Fizemos algumas pesquisas e testes e descobrimos que era possível detectar e acionar o Sega CD se ele estivesse conectado. Foi a melhor solução que encontramos para unir a simplicidade e alta velocidade do cartucho com a qualidade do som do Sega CD".

Apesar de tudo isso, Tulio prega a humildade ao ser questionado sobre os feitos de seu jogo. "Acho que chegamos bem perto do limite do console, mas seria pretensão dizer que fizemos o máximo que o Mega pode dar. Há sempre uma forma de melhorar e usar algumas técnicas especiais que permitem exibir mais cores, entretanto, com a quantidade de informação manipulada em cada frame do jogo, poderia haver alguma lentidão se tentássemos forçar ainda mais", finaliza.

Flavio Florido/UOL

Como diz a embalagem, "Pier Solar" é o maior cartucho entre os games de Mega Drive, com 64 megabits de capacidade; veja álbum de fotos


Somente no Mega Drive de verdade

Curiosidades técnicas cercam o lançamento de "Pier Solar". Apesar de ser produzido por jogadores entusiastas da emulação de jogos para Mega Drive, a ROM do cartucho não funciona em programas deste tipo para computadores e consoles.

Trava antipirataria? Nada disso. Para Tulio Adriano é apenas uma questão de deixar o jogo ainda mais especial "Quisemos simplesmente fazer algo autêntico, algo que fizesse as pessoas que compraram o jogo sentir algo similar há 20 anos, quando compravam um jogo de Mega Drive, seja juntando a mesada de vários meses ou de presente de natal. E pelo que tenho visto dos vídeos de pessoas abrindo as caixas no Youtube esta é exatamente a reação que as pessoas estão tendo. É muito gratificante ver isso".

Sobre os emuladores, trata-se de uma questão meramente técnica. "A tecnologia dos cartuchos mudou muito de lá pra cá. Portanto a forma como manipulamos os dados é bem diferente do que se fazia naquela época. Os emuladores são baseados naqueles jogos, por isso o Pier Solar não funcionaria bem caso fosse rodado em emulador. Além disso, nenhum emulador é perfeito em relação ao Mega Drive. Eles permitem que você faça algumas coisas que o console original não aceita e vice-versa. Para o nosso desenvolvimento, utilizamos vários protótipos e cartuchos regraváveis. Um processo lento, mas eficaz".

Divulgação

"Pier Solar" também conta com bastante cenas não interativas; veja álbum de fotos


E no futuro?

O.k., é muito interessante saber que o jogo levou o Mega Drive a bem próximo de seu limite, mas e as outras plataformas? Planos para levar "Pier" aos consoles modernos não faltam para Tulio e a galera da produtora. Entretanto, a pequena quantidade de envolvidos diretamente no projeto dificulta a execução. "A chance existe, entretanto, como somos apenas um grupo de pessoas, não temos dinheiro para investir em treinamento e potencialmente contratar pessoas para fazer estas conversões enquanto desenvolvemos novos jogos. De qualquer forma, temos imensa vontade de tornar o jogo disponível para o maior público possível... só faltam os recursos".

Apesar de rumores apontarem para um possível lançamento do jogo para Zeebo, Tulio garante que não há nada previsto no momento. "Gostaríamos muito de ver o jogo neste console, especialmente por já termos ele em português, e por apoiar muitíssimo a Tectoy, que foi quem trouxe o Mega Drive ao Brasil. Entretanto caímos na mesma circunstância, a de falta de recursos".

Se conversões de "Pier Solar" não estão nos planos no momento, Tulio explica que o próximo passo da WaterMelon é analisar qual plataforma vai receber seu próximo título. "Enquanto estávamos desenvolvendo o jogo, novas idéias foram surgindo e todas elas foram para o papel. Agora precisamos organizá-las e decidir qual será o nosso próximo projeto. Nossas idéias são bem modernas, e poderiam facilmente ser lançadas nas plataformas atuais".

A plataforma do novo jogo ainda é um mistério, mas apesar de até o Dreamcast ser considerado, a WaterMelon pode buscar recursos em plataformas mais modernas antes de realizar estes sonhos dos fãs. "A possibilidade existe, porém precisamos estabelecer um foco no momento. A empresa tem muito a crescer e seria ótimo ter um projeto que nos permita acumular os recursos para financiar tais projetos. Com isso, nosso interesse é continuar atendendo não somente plataformas atuais, mas também as clássicas, como o Dreamcast e Mega Drive", diz.

Divulgação

E depois de "Pier Solar", o que vem aí da WaterMelon? veja álbum de fotos


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