UOL Jogos - Tudo sobre games e Jogos onlineUOL Jogos - Tudo sobre games e Jogos online
UOL BUSCA

Últimas Notícias

20/04/2011 - 08h09

Especial: "Pier Solar" consumiu seis anos de desenvolvimento

ANDRÉ FORTE
Colaboração para o UOL


A ideia de criar um novo RPG para Mega Drive surgiu em 2004, em fóruns de internet. "Eu participava dos sites The Tavern e Eidolon's Inn, que eram frequentados por grandes 'celebridades' da emulação, como Stef Dallongeville (autor do 'Gens') e Steve Snake (que fez 'Kega Fusion'). Eu participava pelo meu grande interesse no Mega Drive - meu console favorito - e para ver o desenvolvimento da emulação dos acessórios como Sega CD e 32X. Com tanta gente e tanto conhecimento, não tardou para que um dia propusessem o desenvolvimento de um jogo. A ideia não se desenvolveu muito e o site ficou fora do ar por alguns meses. Quando o site foi reinaugurado, queríamos iniciar um projeto que atraísse a atenção para o site novamente, foi quando tivemos a ideia de desenvolver 'aquele jogo'".

Após decidirem que seria um RPG, o projeto começou com apenas duas pessoas, Tulio e Gwénaël Godde, que trabalhavam, entre outras funções, como líder de projeto e diretor de arte, respectivamente. Apesar de atualmente ser vendido via site oficial, a proposta inicial dos dois era oferecer o jogo em formato "iso", para que os fãs pudessem baixá-lo gratuitamente e rodar em seu Sega CD ou emuladores.

Devido à falta de apoio inicial, o projeto demorou a engrenar. "Levamos seis anos e quatro meses desde as primeiras conversas até o jogo sair. A princípio o projeto era um hobby, não havia muita prioridade para ele em nossas vidas e o fazíamos sempre que dava. O desenvolvimento intensificou em 2006, quando começamos a dedicar mais tempo, e foi nessa época que começaram a aparecer os voluntários para desenhar os gráficos, compor as músicas, entre outras coisas".

Arquivo pessoal

Tulio Adriano e Gwénaël Godde foram à E3 de 2009 para tentar fechar uma parceria de distribuição do game; veja álbum de fotos


Pedras no caminho

Quando tudo parecia caminhar bem para Tulio e sua equipe, surge o primeiro obstáculo, talvez o mais importante para ocasionar o grande atraso na entrega do game. "Um dos voluntários resolveu sair e nos proibiu de usar qualquer material produzido por ele. Isso foi um golpe duro no nosso projeto, pois ele era responsável por todos os NPCs, monstros e outros gráficos de sprite. Foi aí que começaram os atrasos", afirma.

"Dado o fato de que já estava atrasado, resolvemos remodelar grandíssima parte do jogo, incluindo o sistema de menus, plano de batalha e outros detalhes, que essencialmente tornaram o jogo muito melhor do que seria. Portanto, a demora foi de certa forma, muito benéfica!",

Sobre a ideia inicial de oferecê-lo gratuitamente para o Sega CD, Tulio conta que nada tem a ver com uma eventual proposta de ganhar dinheiro com a venda do jogo em cartucho, mas de uma simples questão técnica. "Muita gente pergunta o porquê de um jogo eventualmente previsto pra Sega CD ser convertido ao cartucho. Bem, o Sega CD, embora seja um acessório brilhante, não é nada fácil de trabalhar. Depois de anos desenvolvendo o motor gráfico para o Sega CD e testando em emuladores, quando começamos a fazer os testes em hardware real tivemos a triste surpresa de que haviam vários problemas de sincronização das CPUs", conta.

"Nessa época que tivemos que decidir migrar o código para cartucho. Entretanto nem tudo foi perdido: em primeiro lugar, exploramos uma possibilidade técnica nunca utilizada, ativar o Sega CD a partir de um cartucho. Com isso pudemos utilizar o áudio do Sega CD se ele estiver presente e unimos o melhor dos dois mundos: o carregamento super-rápido do cartucho e o som avançado do Sega CD".

Divulgação

"Pier Solar" foi desenvolvido para Sega CD mas problemas fizeram o projeto migrar para cartucho; veja álbum de fotos


Projeto colaborativo

Nos créditos do jogo, há uma salada mista de nomes estrangeiros, o que confirma a ideia de que a WaterMelon é formada por fãs de Mega Drive no mundo todo. Para o desenvolvimento do jogo, Tulio afirma que a equipe teve de conversar por comunicadores instantâneos de internet, como Messenger, Skype e outros aplicativos. "Em algumas ocasiões fizemos chat em grupo para que todos pudessem interagir simultaneamente, porém sempre foi bem difícil por causa do fuso horário", explica.

Apesar de todo o esforço, Tulio faz questão de agradecer a todos os voluntários indiretamente ligados. "Como o projeto foi 100% construído por eles, não havia forma de controlar quanto tempo dedicavam ao projeto por dia. Fizemos o possível para manter a equipe motivada, planejamos os próximos passos etc. Devemos muito à sorte de ter encontrado pessoas sérias que se entregaram às suas tarefas, caso contrário estaríamos desenvolvendo até hoje".

Com tudo encaminhado, a equipe percebeu que o custo de produção do jogo seria alto e que a WaterMelon teria que vender o cartucho para bancar as despesas. E é partir deste ponto que "Pier Solar" se tornou mais do que um bom RPG para Mega Drive e ganhou o status de uma das produções mais caprichadas entre as embalagens de todos os jogos já lançados para Mega Drive.

Flavio Florido/UOL

A edição clássica de "Pier Solar" vem em embalagem de papel, com manual colorido e CD; veja álbum de fotos


« Batalha com 'foco' Embalagem caprichada »

Compartilhe:

    Receba Notícias

    JOGOS ONLINE

    Shopping UOL

    UOL Jogos no TwitterMais twitters do UOL
    Foots - Jogo social online para Orkut
    Hospedagem: UOL Host